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No dia seguinte desço cedo não consegui dormir bem, a casa está calma silenciosa.

Assim que desço vejo Héctor ainda dormindo no sofá.

Seu braço apoiado sobre a cabeça e seu peito desnudo a mostra, dorme pesadamente.

Na cozinha a mãe de Héctor está preparando o café.

— Bom dia - digo baixo

— Bom dia querida, tão cedo, poderia ter dormido mais - ela diz

— Eu já estava sem sono - digo com um leve sorriso.

— Desculpa por ontem a noite, Héctor quando bebi fica um tanto alegre demais - explica.

— percebi - digo abafando um sorriso.

Enquanto ela prepara o café a ajudo lavando a louça.

— Bom dia - a voz masculina de Héctor predomina o ambiente.

Me viro para olhá-lo, seus olhos estão pequenos, seu peitoral a mostra e seu cabelo desalinhado, mesmo desajeitado é bonito.

— bom dia - digo

— Bom dia filho, sente-se fiz um café forte para você - sua mãe diz apontando para a mesa.

Respira fundo e senta para tomar o café.

— Sofie eu passei do ponto, aceite minhas desculpas - pede fitando os dedos apoiado sobre a mesa, parece envergonhado.

— Aceitas - digo e volto a encarar os pratos.

No almoço tive a feliz notícia que os materiais já serão entregues e que a construção já começa amanhã.

Héctor diz que retornará a viajar no dia seguinte.

Ele quase não me dirigiu a palavra por quase todo o dia, sinto que mesmo com o pedido de desculpas está envergonhado.

2 semanas depois ...

A construção está acelerada, o senhor Tuner é um ótimo mestre de obras, ordena tudo com qualidade, está ficando linda minha casinha.

Pedi que fosse feita de um andar, já que morarei só não precisa ser tão grande, sala e cozinha e dois quartos com direto a varanda, já me imagino lendo na varanda enquanto admiro o jardim.

Enquanto observo os homens trabalharem, debaixo de uma árvore lá longe vejo alguém caminhar pela estrada e um cão ao lado, reconheço aquele andado, Héctor está voltando de mais uma viajem.

Alicinha ficará tão feliz, está viajem foi um pouco mais longa.

Seu pai logo percebe e se empolga.

Héctor se aproxima e os homens gritam para ele animados. Ele faz um gesto com a mão.

E para em frente da minha mais nova casa.

— Caramba vocês são bons, já está quase pronto - diz alto para os homens

Ele agora se aproxima de mim.

— Oi...

— Oi Héctor, como foi de viajem?

— Bem, um pouco mais longe, mas bem - diz

— Alicinha está morrendo de saudades, ficará tão feliz quando o ver - digo sincera ele sorri.

— Ei meu filho venha cá nos ajudar - seu pai grita enquanto faz a moldura do telhado.

Héctor não demora e vai, Dexter se deita embaixo da árvore.

Héctor tira a camisa e carrega algumas madeiras para os homens, ele é forte e prestativo, eu não consigo parar de admira-ló.

Presa em meus pensamentos não percebo mas não tiro os olhos de cima dele enquanto trabalha, ele percebe e pisca para mim me fazendo corar e disfarçar.

Foi uma alegria só sua chegada em casa, todos estavam com saudades, até eu.

Sua mãe fez um jantar especial para receber o filho, estava tudo uma delícia.

— Você viu meu filho como a casa de Sofie está ficando linda - sua mãe diz animada

— Sim mãe, está quase pronta - diz

— É claro meu filho, eu que estou ordenando tudo - seu pai diz se gabando enquanto fuma seu charuto.

— Sim, não poderia ter um chefe de obra melhor - digo sorrindo.

Ele sorri.

— Papai amanhã Sofie e eu vamos ao centro, o senhor quer ir também - Alicinha diz enquanto está sentada no seu colo.

Eu e Alicinha estamos mais próximas, ela ama passear e sempre que vou a cidade a levo comigo, não gosto de sair sozinha e ela é uma boa companhia nunca se cansa.

— Para o centro? Quem sabe - ele diz pensativo.

— Alicinha é o grude de Sofie, onde ela vai a carrega - sua mãe brinca

Héctor me olha com satisfação.

— E todos comentam sobre Sofie também - a mãe de Héctor continua, ele agora parece observar sua mãe e arqueia uma de suas sobrancelhas.

— Comentam ? O que ?

— Bobagens Héctor, eu não me importo - digo

— Não se preocupe filho, são coisas boas, uma jovem bonita e bem educada é de se esperar.

— Hum... esses abutres - rosna e se levanta colocando Alicinha sentada agora sobre a cadeira.

— Onde vai ? - sua mãe pergunta

— Banho, preciso de um banho - diz e logo se vai pela porta da cozinha.

No dia seguinte eu e Alicinha vamos a loja de tecido, além de ler gosto de costurar, as aulas que tive ainda muito jovem estão dando a calhar.

— Olá, Senhorita, guardei este tecido especialmente para você - o homem diz animado.

Ele abre um pacote guardado e estende o tecido sobre o balcão para que eu veja melhor.

— Quanta gentileza - digo alisando o tecido sobre a minha frente, de fato é lindo, floral em tom de violeta.

O homem sorri satisfeito

— sabia que iria gostar.

Ele embrulha o tecido para mim e nos acompanha até a porta, Fish Troi é dono da maior tecelagem, ele conhece minha família, mesmo com todo murmuro que causei a minha família ele é sempre bem educado comigo.

— Volte sempre que precisar de novos tecidos, guardarei os melhores para a Senhorita - diz por fim. Aceno com a cabeça e atravesso a rua com a Alicinha de mãos dadas.

Alicinha solta minha mão e corre.

— Papai - abraça Héctor que está logo à frente.

Ele a pega no colo e se aproxima.

— Pelo visto minha mãe tem razão, esses comerciantes estão a sondá-la - diz impaciente.

— Não é para tanto, ele só é gentil, e já nos conhecemos antes - digo firme

— Não se iluda com esses homens, a maioria já possuem família - continua

— O que pensa que sou Héctor, uma completa idiota, sei me cuidar - digo mais alto do que deveria.

Saio andando em passos largos ele tenta segurar meu braço para que eu fique, mas desvio do seu gesto e o deixo com Alicinha.

RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora