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Uma coisa que tenho é orgulho, sei do meu valor mesmo que meu pai tenha dito que desonrei a família mas sei do meu valor, eu não permitirei que Héctor brinque assim comigo.

Me sinto usada e agora que a mãe de sua filha está de volta estou sobrando.

No dia seguinte a senhora Tuner veio até em casa, pedi que não toca-se o nome do seu filho por mais que insista, não foi fácil mais assim o fez.

Héctor retornou a bater na minha porta, eu estou magoada e usada não quero vê-lo.

Me sinto mais sentimental que antes e só de imaginar Héctor sinto raiva.

Junto todas as suas coisas num grande saco e deixo do lado de fora, no dia seguinte o saco não está mais na entrada pelo visto ele entendeu o recado, está tudo acabado.

— Isso está tudo terminado - digo a mim mesma e uma lágrima insiste em cair.

Sinto falta do seu cheiro, suas carícias até da sua voz, fácil não está sendo, mas estou tão magoada, eles iriam se beijar, Héctor a ama pelo visto sempre a amou.

Dois dias se passaram eu ainda estou inconformada com que aconteceu, não quero vê-lo.

Eu estava lavando alguns lençóis, presa nos meus conflitos internos.

— Até quando vai me ignorar - ouço sua voz grossa logo atrás de mim, sinto meu corpo arrepiar e meu coração palpitar.

Fecho os olhos por alguns instantes e respiro fundo, me viro e enxugo as mãos no avental que estou usando.

Héctor está sério, seu olhar está sereno e seus olhos estão fundos, parece não dormir a dias.

— Minha atitude são consequências dos seus atos, não transfira para mim - digo firme mas por dentro eu queria desabar.

— Por favor me ouça, eu... eu preciso que me ouça - pede em tom de súplica, ele tenta se aproximar mas impeço com um gesto e assim faz, fica imóvel.

— Fale - digo

— O que viu naquele dia não é o que está pensando, eu e Katarina... eu não tenho mais nada com ela, ela foi embora de nossas vidas eu não quero mais nada com ela - diz enquanto passa a mão nos cabelos.

— Não foi o que eu vi e ouvi, vocês dois pareciam muito íntimos se eu não estivesse ali teriam se beijado - grito sem paciência

— Não, eu não queria, ela estava me chantageando.

— Pobrezinho, estou tão comovida - digo em tom de ironia

— Por favor Sofie, vamos resolver quero continuar com você somos marido e mulher.

— Não Héctor! Naquele dia eu me dei por conta, você nunca foi meu, você sempre amou aquela mulher, você apenas me usou!

— Não Sofie, não diga isso...

— Basta Héctor, eu não quero mais olhar para sua face, se retire por favor - digo sem paciência indo em direção para casa, ele segura meu braço me fazendo encara-ló.

— Por favor - pede

— Está acabado - digo com um nó na garganta e a voz embargada, puxo meu braço de sua mão e corro segurando firme a barra do meu vestido o deixando para trás.

1 semana depois ...

Da varanda de casa vejo uma movimentação vindo da casa dos Tuner, algo de errado está havendo, vejo uma carruagem parada e algumas pessoas. Eu sento sobre uma cadeira na varanda e começo a roer as unhas, está acontecendo algo mas como irei até lá.

Depois de algum tempo vejo a carruagem percorrer pela estrada, tem dois homens a conduzindo a cabine é fechada, os homens passam em frente de casa e me cumprimentam tirando o chapéu, eu olho atenta para dentro da cabine e Alicinha me surpreende dando tchau com uma de suas mãos se despedindo.

Corro para as casa dos Tuner, isso não está me cheirando bem.

Assim que chego vejo a Senhora Tuner chorar sobre o sofá sem cessar enquanto seu marido tenta consola-lá.

— O que houve ? - pergunto com a mão sobre o peito.

— Ela tirou nossa menina de nós - A senhora Tuner tenta dizer, sinto um pouco de tontura e apoio minha mão sobre a mesinha lateral.

— Como? Não ela não fez isso - digo fraca.

— Sim ela fez, chegou aqui com alguns oficiais do juíz e uma procuração que lhe dá direitos sobre a Alicinha - O senhor Tuner agora quem diz enquanto tenta acalmar a esposa.

— Ó céus... onde está Héctor ?

— Lá encima - ele diz

Corro as escadas sinto meu peito subir e descer, a porta está entre aberta, entro devagar.

O quarto de Héctor está todo revirado, eu o vejo sentado sobre o chão com o corpo apoiado sobre a cama com as mãos no rosto.

— Héctor - digo em tom de desespero enquanto me aproximo apressada.

Ele parece se assustar com minha presença se levanta antes que eu o alcance, seu rosto está vermelho e seus olhos marejados, ele estava chorando.

Héctor se vira, parece não querer que eu o veja chorando e para de frente a janela, olhando para o nada.

— Por favor me deixe sozinho - pede sua voz está rouca e baixa, sinto uma enorme tristeza ao vê-lo assim desta forma tão vulnerável.

— Eu sinto muito... - digo parando logo atrás dele com a voz baixa.

Ele funga, não precisa adivinhar sei que as lágrimas estão escorrendo em seu rosto.

— Vá eu preciso ficar sozinho - pede mais uma vez a sua voz sai estrangulada.

Penso em abraçá-lo e tentar amenizar está dor, dou um passo à frente ele parece perceber e olha através dos seus ombros.

— vá embora - diz agora firme, estremeço e saio do seu quarto fechando a porta logo atrás de mim.

RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora