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Suzana e Carmen voltam para Monterrey levadas por Felício. A garota tinha aulas, mas não via a hora de voltar para o Sierra Azul, Carmen estava com medo que a sobrinha cismasse de querer morar no sítio de vez.

Voltando, Felício pára um pouco em Santiago, Jaime o vê e vai puxar conversa.

— Como vai Felício?

— Tudo bem Jaime e você?

— Bem também... trabalhando muito?

— Sim o ritmo aumentou agora, mas é melhor assim!

— O Velázquez está te jogando muito serviço? jajaja

— Não... O seu Pablo vendeu o Sierra Azul... As novas patroas querem fazer várias coisas no sítio e não conhecem nada daqui por isto estou trabalhando mais!

— O que? Pablo Velázquez vendeu o sítio?

— Vendeu!

— Quando foi isto?

— Ah... faz poucos dias! — diz Felício coçando a cabeça.

— Como este infeliz teve coragem? Ele sabe que o meu patrão sempre quis comprar estas terras!

— Os Velázquez odeiam o seu patrão ele seria a última pessoa neste mundo para quem eles venderiam!

— E foi quem que comprou?

— Duas mulheres... Mas você não as conhece são estrangeiras... são da Colômbia!

— Por acaso são aquelas duas negras que estavam andando com você?

— Sim... Elas mesmo!

— Quem são elas? Por que compraram este sítio?

— Isto eu não sei... Seu Pablo tinha posto o sítio a venda na Internet e logo elas apareceram e compraram!

— O patrão vai soltar fogo pelas ventas quando souber...

— É melhor o seu patrão esquecer o Sierra Azul porque ele pode ser dono de quase tudo, mas o Sierra Azul não é dele, então ele não tem direito nenhum naquela terra! Agora tenho que ir passar bem Jaime...

Jaime pega o carro e vai correndo para fazenda Santa Helena onde ele trabalhava.

O homem entra apressado na fazenda, desce do carro e entra com muita pressa pelas portas, era hora do almoço um homem e uma senhora estavam sentados à mesa na sala de jantar.

— Mas o que é isto Jaime? Não vê que estamos comendo! — diz a senhora.

— Me perdoe o mau jeito patroa, mas é que preciso falar com o patrão... É urgente!

— Agora não é hora disto Jaime! — Ela insiste.

— Deixa mãe... espero que seja algo urgente mesmo pra entrar aqui deste jeito e interromper o nosso almoço! Desembuche logo rapaz!

— Sabe o que é patrão... Acabei de ficar sabendo que os Velázquez venderam o Sítio Sierra Azul!

— Como que é? Aquele patife vendeu o sítio?

— Parece que sim senhor!

— Mas pra quem? Quando?

— O Felício disse que ele vendeu há poucos dias para duas mulheres!

— Que mulheres? Quem são estas mulheres?

— Filho fica calmo você está comendo assim vai passar mal! — diz a senhora.

— Eu não sei patrão elas não são daqui elas são N.... é..

— Elas são o que homem? Diz logo!

— Negras...

— Negras? — repete o homem surpreso.

— É patrão o Felício disse que são da Colômbia!

— O que? Colômbia? Como estas negras vieram parar aqui? Mas que palhaçada é esta?

— Eu só sei dizer isto patrão, o idiota do Felício não me contou nada direito, o fato é que estas mulheres compraram o sítio e o Velázquez já está longe daqui uma hora desta!

— Você não passa de um inútil! Vai logo descobrir! Eu preciso saber tudo sobre isto você me entendeu? Agora some da minha frente!

— Se os Velázquez venderam o sítio o que vai se fazer meu filho? Esquece este assunto! — diz a senhora.

— Aquele imbecil não podia ter feito isto comigo! — O homem diz atirando a taça com suco ao chão.

— Santo Deus! Nesta casa não se tem paz nem na hora de comer! — diz a senhora.

O homem enfurecido era Eurico Romero Salazar, dono da fazenda Santa Helena e patrão de Jaime.

𝖠 𝖼𝗈𝗋 𝖽𝗈 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈 ~ 𝖤𝗅 𝖼𝗈𝗅𝗈𝗋 𝖽𝖾𝗅 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora