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Neste meio tempo Suzana se demite do emprego ela já não estava mais conseguindo conciliar o tempo para arrumar a papelada para mudar de país com o trabalho e a faculdade. A jovem trabalhou neste escritório de contabilidade por mais de dois anos, apesar de ainda não ser formada ela era excelente no que fazia, pois aprendeu tudo lá na prática. Ela agradeceu muito e se despediu de sua chefe e de seus colegas. Ela deu a desculpa que se mudaria para outra cidade no interior da Colômbia.

— Ai tia eu quase chorei minha chefe sempre foi compreensiva se não fosse ela eu nunca conseguiria fazer esta faculdade. Esta rotina de trabalhar tanto e quase não sobrar dinheiro para nada era muito sofrida, mas é triste que nunca mais vou ver estas pessoas que eu via todos os dias e que fizeram parte da minha vida por mais de dois anos!

— Como você é sentimental Suzy se fosse um deles que tivesse ganhado este prêmio eles já tinham se mandado sem olhar para trás e sem se despedir de ninguém enquanto isto você fica aí chorando e se lamentando!

— Lá no fundo vou sentir falta desta vidinha tia... Sei lá agora tudo vai mudar, tudo vai ser diferente dá um friozinho na barriga!

— Você só pode ser louca em dizer que vai sentir falta desta vida miserável que levamos! Nunca mais quero chegar nem perto disto se Deus quiser! Temos que colocar esta casa à venda agora mesmo!

— Não tia não vou vender! Esta casa foi a única coisa que meus pais me deixaram!

— O que vamos fazer com este casebre Suzana? Vamos nos livrar disto logo!

— Não tia deixa a casa aqui qual o problema?

— Não precisamos manter esta casa... Quando viermos para Colômbia não vamos ficar nela mesmo então qual a necessidade disto? Se vendermos é mais um dinheirinho que vai entrar para começarmos nossa nova vida no México! — diz Carmen.

— Não insista tia! Eu não vou vender nada!

Carmen desiste e assente, afinal vender ou não vender a casa não faria diferença nenhuma só o grande valor sentimental que tinha para Suzana.

Carmen também se demitiu do emprego a mulher não via a hora de poder fazer isto. Agora ficaria em casa de boa esperando a partida para o novo país.

Suzana mandou e-mail para a Universidade de Monterrey pedindo orientação sobre como transferir seus estudos para lá. Ela teria que ir à reitoria de sua faculdade para pedir vários documentos e assim ela faz. Só depois de tudo isto arrumado ela estava apta para solicitar seu visto de estudante. Ela poderia levar a papelada pessoalmente ou por e-mail, mas ela preferia ir a Monterrey pessoalmente, assim elas poderiam conhecer a cidade antes de se mudar. Ao mesmo tempo Suzana procuraria por casas na cidade pela Internet, assim nesta mesma viagem elas já poderiam visitar as casas pessoalmente antes de comprar uma.

O visto de Carmen era mais simples de conseguir, mas de menor validade, ela teria que ir renovando de tempos em tempos enquanto residisse no país.

Naqueles dias tia e sobrinha embarcam no México e vão para Monterrey, Suzana leva os papeis da faculdade em que estudava na Colômbia junto com seus documentos pessoais para entregar na Universidade de Monterrey. Suzana mal pode acreditar que finalmente está conhecendo o México nem ela nem a tia mal saíram de Bogotá durante toda a vida delas. Suzana estava amando, a cidade era até mais bonita que nas fotos, Carmen se surpreendia, o México não era tão ruim como ela imaginava. Elas ficariam num hotel por alguns dias, pois aproveitariam para resolver tudo que pudessem nesta mesma viagem.

A primeira coisa que elas fazem ao desembarcar em Monterrey é ir à universidade para dar início a transferência. Em alguns minutos eles arrumam a transferência e a matrícula de Suzana. A garota fica muito animada agora ela já podia solicitar o seu visto de estudante.

Chegando ao hotel ela pega seu notebook e pelo site mesmo faz a solicitação anexando todos os documentos necessários para a embaixada mexicana analisar. Suzana só solicitaria o visto da tia quando a embaixada mexicana aprovasse ela própria, pois depois disto elas já vão ter comprado uma casa no país e com a sobrinha legalizada e uma residência fixa seria "mamão com açúcar" para Carmen conseguir o visto de turista.

Suzana e Carmen não contaram para absolutamente ninguém que ganharam na loteria e que se mudariam para o México. Único lugar que sabiam que ela se mudaria para Monterrey era na sua faculdade na Colômbia, pois lá ela teve que dizer para eles liberarem a documentação para transferir o curso para o outro país.

Enquanto Suzana aguardava a resposta da embaixada mexicana as duas aproveitavam a cidade.

Suzana estava tendo uma boa impressão inicial do país e do povo mexicano. Muitas vezes elas atraíam olhares por serem as únicas pessoas negras em todos os lugares que iam, mas para Suzana era normal e ela já esperava por isto, pois para eles não era comum ver pessoas da etnia negra. A jovem tentava explicar para a tia não ligar e nem se preocupar com isto, pois não era por maldade. No geral eles eram amigáveis e simpáticos e graças ao idioma em comum as duas não estavam tendo dificuldades de se locomover e se comunicar no país.

Suzana e Carmen estavam fazendo longos passeios por Monterrey. A garota estava animadíssima e fascinada querendo explorar cada canto da cidade. Elas paravam em cafés para comer especialidades locais, enquanto conversavam sobre como seria morar em Monterrey. As duas viveram monotonamente por toda a vida e agora não viam a hora de mudar de ares.

Carmen estava louca para dar uma olhada nas lojas. A mulher não resistiu e comprou várias roupas novas. Suzana, por sua vez, ficou encantada com os artesanatos locais e comprou alguns, ela pensava na decoração da nova casa.

À medida que os dias passavam, tia e sobrinha passeavam pelas ruas da cidade, admirando as belas paisagens, montanhas e edifícios históricos. Elas conversavam sobre as diferenças culturais entre o México e a Colômbia.

Durante a estadia em Monterrey elas também visitaram algumas casas que Suzana já havia visto na Internet. Carmen e seu olho grande sempre preferia as mais caras.

Suzana resolve que se fosse comprar compraria a casa que Carmen gostou, afinal ela já havia aceitado se mudar para o México, por isto a jovem quis agradar a tia.

As duas ainda estavam no país quando chegou a ótima notícia da embaixada mexicana: Suzana foi autorizada a ter o visto de estudante e viver legalmente no país.

— Tia! Tia! Eu não acredito que todos os meus sonhos estão se realizando! Agora vamos solicitar o seu visto de turista e já ver se compramos a casa!

Carmen assente e não via hora de comprar a casa que ela tanto gostou.

Suzana vai até à universidade de Monterrey comunicar a decisão da embaixada mexicana e aproveita para pedir indicação de um bom advogado que também entendesse de direito migratório. Elas precisariam de ajuda legal para sobreviver no novo país, pois em qualquer lugar do mundo existem pessoas querendo passar a perna nas outras.

O advogado que eles indicam é o Dr. Alberto Mendez, um advogado muito experiente e que entendia um pouco de todas as áreas de direito.

Elas usariam os serviços do advogado para comprar a casa e para solicitar o visto de Carmen.

𝖠 𝖼𝗈𝗋 𝖽𝗈 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈 ~ 𝖤𝗅 𝖼𝗈𝗅𝗈𝗋 𝖽𝖾𝗅 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora