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A tarde Gonzalo Escudero aparece na fazenda:

— Aonde está a mocinha? — ele pergunta a Eurico.

— Que mocinha?

— A contadora...

— Já foi... ela só vem de manhã...

— Que pena... estava doido para vê-la...

— Você tem algum assunto para tratar com ela? Por que não me diz o que é?

— Você não pode me ajudar neste assunto... só ela mesmo jajaja

— Por acaso está interessado nela? — diz Eurico.

— Por acaso sim... esta mulher é um avião...

— Faça-me o favor Gonzalo você viu esta garota só uma duas vezes... Por que não volta com a sua mulher?

— Voltar com aquela velha chata?... Jajaja

— Velha? ela é mais nova que você Gonzalo...

— Mas agora só quero as bem novinhas....

— As mulheres muito mais jovens devem se entediar com homens que tem idade suficiente para serem pais delas...

— As mulheres gostam de dinheiro Eurico...

— Acho que o seu dinheiro não impressionaria esta garota...

— E o do senhor? Impressionaria?

— O que? O que eu tenho a ver com isto?

— Você fala como se a conhecesse muito bem... conclui Gonzalo.

— Você deve saber que esta garota comprou o Sierra Azul dos Velázquez ... eu ofereci uma fortuna pra ela me vendê-lo de volta e ela não aceitou de jeito nenhum, por isto acho que ela não deve levar o dinheiro muito em conta... deve ser louca!

Suzana está no sítio falando com a tia:

— Hoje fiquei com pena do Eurico de novo ele me disse que não viaja mais a lazer, só viaja pra Monterrey ou pra capital a negócios... o que adianta ser tão rico? Pelo jeito ele só fica naquela fazenda trabalhando...

— Agora vocês estão se dando melhor é? — diz Carmen.

— Na medida do possível sim...

— Pelo menos alguns dias de paz neste lugar... concluiu Carmen.

A noite ao se deitar Eurico se vê pensando em Raquel.

"Por onde você anda Raquel? Por culpa sua eu enterrei o amor para sempre..."

O homem relembra momentos com a ex... relembra noites que passaram juntos naquela cama.

Passam-se mais alguns dias.

Jaime já havia percebido que o patrão estava estranho parecia mais calmo e menos amargo, além de tudo estava enrolando muito para forjar Suzana assinar os papeis.

"O que está acontecendo com o seu Eurico? parece que nem quer o sítio mais..." Pensa Jaime.

Em uma tarde Jaime tenta descobrir porque Eurico estava diferente.

— Patrão as mudas que a negrinha plantou no sítio estão grandes e muito bonitas o Felício cuida muito bem de tudo e ela também ajuda... vai dar até pena arrancar tudo aquilo de lá quando o senhor tomar o sítio de volta...

— E ainda tem o pavão o que vamos fazer com ele? — diz Eurico.

— Traz pra fazenda patrão talvez a dona Soledad goste...

— Ainda temos muito tempo pra pensar no que fazer Jaime...

— Patrão é verdade que o seu Erick esteve aqui?

Suzana chegava à porta do escritório de Eurico e ouve a conversa dos dois homens.

— Sim aquele imbecil está com medo de perder o emprego... Aquela menina desconfiou quando o viu aqui... tive que inventar uma desculpa, não sei se a convenceu...

— Mas também o plano está durando mais que o esperado... pensei que em poucos dias o senhor conseguiria a assinatura dela...

— Está demorando porque devo agir com cautela esta é a única chance que tenho pra ela assinar os papeis passando o sítio pro meu nome se eu desperdiçar nunca mais terei outra...

A garota que ouvia atrás da porta decide entrar, o que assusta os homens:

— Então era isto? Foi pra isto que queria que eu trabalhasse aqui? Pra me enganar me fazendo assinar papeis pra passar o meu sítio pro senhor?

— Suzana o que faz aqui a esta hora? — diz Eurico assustado.

— Eu estou no lugar certo e na hora certa para me dar conta de quanto o senhor é canalha...

— Está louca garota? Com quem você pensa que está falando?

— Não se faça de desentendido... eu escutei muito bem o senhor e o Jaime dizendo sobre o plano pra me fazer assinar papeis passando a posse do meu sítio pro senhor... meu sítio... meu... eu comprei seu Eurico... ele é meu...

— Olha Suzana você entendeu tudo errado eu falava do sítio, mas não era nada disto não é Jaime?

— É claro que não senhorita eu estava conversando com o patrão dizendo que o Felício está cuidando muito bem do sítio da senhorita... foi só isto...

— Você não passa de um capacho deste homem Jaime... vocês dois são da mesma laia... A jovem gritava.

— Me respeita garota eu sou homem e você está dentro da minha fazenda não vou permitir que fale comigo deste jeito... o que você fazia aqui a esta hora? Você veio aqui só pra ouvir atrás da porta?

— Eu vinha falar algo que esqueci de falar de manhã agora vejo que foi ótimo eu ter vindo...

— Veio pra ouvir atrás da porta e entender tudo errado...

— O senhor não passa de um cínico dissimulado um sujeito baixo e rasteiro eu pensava que estava ajudando e tudo que o senhor queria era me dar um golpe? cometer um crime? porque isso que o senhor pretendia é crime sabia?

— Você não estava aqui pra me ajudar coisa nenhuma eu vou te pagar muito bem e iria assinar os papeis pra te ajudar com o seu estágio...

— E iria aproveitar pra me fazer assinar os papeis lhe passando o meu sítio... como o senhor é bonzinho... a garota rebate.

— Já disse que não sei do que você está falando... eu não sei de papeis nenhum!

— O senhor é muito cínico o seu planinho criminoso deu errado seu Eurico nunca mais eu coloco os meus pés nesta fazenda...

— Se você não quer mais trabalhar aqui pode ir então não precisa de fazer showzinho...

— Showzinho? Isto é pouco pra o que o senhor merece eu devia era chamar a polícia...

— Quer chamar a polícia é? Então chame... vai dizer o que? Que provas você tem de algum crime que eu cometi?

— Canalha, falso, cínico... o senhor é a pior pessoa que eu já conheci na minha vida... Eu nunca mais quero ver o senhor... maldita hora que eu vim trabalhar nesta fazenda... ela dizia com os olhos marejados...

Ela o olhava com desprezo e decepção e Eurico no fundo sentiu-se envergonhado.

Suzana sai imediatamente daquele lugar deixando Eurico furioso.

𝖠 𝖼𝗈𝗋 𝖽𝗈 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈 ~ 𝖤𝗅 𝖼𝗈𝗅𝗈𝗋 𝖽𝖾𝗅 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora