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— Tia pra que a senhora foi na fazenda?

— Fui mostrar pro Eurico que você não está sozinha...

— Ahh tia deixa este homem pra lá quanto menos contato nós tivermos com ele melhor... eu não sei onde eu estava com a cabeça quando aceitei trabalhar pra ele, é lógico que ele estava tramando alguma coisa...

— O Eurico disse que ainda está disposto a nos pagar muito bem... a gente pega o dinheiro e dá o fora daqui... vamos antes que ele faça algo contra nós Suzy...

— O Eurico não vai fazer nada tia...

— Ah é? e como você sabe? Este homem deve ser perigoso, nós nem o conhecemos direito... vai saber se ele não tem negócios escusos também... ele deve ser perigoso ou conhece gente perigosa...

— Não viaja tia...

— Nós nunca devíamos ter vindo pra cá... além do Eurico aqui é cheio de gente barra pesada você e sua mãe só assistiam novelas rosas... nunca viram as narco novelas? Sabe o que pode nos acontecer também? Podem nos sequestrar para tomar o nosso dinheiro...

— É por isto que não podemos dizer a ninguém que ganhamos na loteria... observa Suzana.

— Mas as pessoas sabem que temos dinheiro Suzy... o Eurico mesmo desconfia... acho que ele vive se perguntando como temos dinheiro pra comprar casa, comprar sítio em outro país...

— O Eurico é um racista tia... que acha que só brancos podem ter dinheiro...

— Você já viu do que este homem é capaz... são tantas coisas que ele pode fazer contra nós...

— Nós já convivemos com coisa muito pior tia... quer mais perigo que morar grande parte da vida na periferia de Bogotá? nós convivíamos com o perigo cara a cara todos os dias... a senhora já foi assaltada, meus pais, eu ....

— A diferença é que agora temos dinheiro, e tem esse Eurico também...

— Fica tranquila tia o Eurico não vai fazer nada tem muita gente que sabe que se nos acontecer algo ele é o principal suspeito... ele não é burro e nem louco...

Na fazenda:

— A negrinha agora deve estar morrendo de raiva do senhor e de mim patrão... diz Jaime.

— Isto não importa nem um pouco o maior problema é que cada vez fica mais difícil pegar aquele sítio dela...

— Não queria desanimar o senhor patrão, mas acho que esta história já virou um caso perdido...

— E grande parte por sua culpa né seu imbecil...

— Eu sei patrão... mas desde o início já estava difícil... a negrinha nunca quis vender o sítio e se ela tivesse assinado os papeis ela ia entrar na justiça contra o senhor ela iria dar muita dor de cabeça também...

— E que juíz iria dar ganho de causa pra ela? Se esqueceu de quem eu sou?

— Eu sei patrão...

— O meu plano era perfeito Jaime... depois que a negrinha assinasse é óbvio que ela não iria aceitar calada, mas eu iria oferecer uma quantia em dinheiro pra ela deixar as coisas como estavam e pra elas irem embora daqui pra sempre, eu iria convencê-la que não adiantaria nada entrar na justiça contra mim porque nenhum juíz daqui ficaria a favor delas e contra mim...

Os dias vão passando e o humor de Eurico fica cada vez pior, o homem estava morrendo de raiva de Suzana:

"Como aquela imbecil me deixou aqui com tanto trabalho?" Ele dizia sozinho.

Eurico estava nervoso, estressado e tudo o irritava.

— Agora o que vai fazer Eurico? Faz dias que a fazenda está sem contador... chame o Erick de volta... diz Soledad.

— Não... Vou demiti-lo não o quero mais trabalhando aqui...

— Mas por que?

— Erick é bem meia boca preciso de alguém melhor...

— Faz tempo que o Erick trabalha aqui... agora que você viu isto? não estou te entendendo Eurico...

— Não faz tanto tempo assim mamãe embora achem que eu sou um carrasco até que tive muita paciência com ele...

O pior para Eurico é que ele não conseguia parar de pensar em Suzana, o fazendeiro ficava relembrando desde o dia em que a viu pela primeira vez até o dia em que a viu pela última.

"Eu estou com tanta raiva desta negrinha que não consigo parar de pensar nela..." 

𝖠 𝖼𝗈𝗋 𝖽𝗈 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈 ~ 𝖤𝗅 𝖼𝗈𝗅𝗈𝗋 𝖽𝖾𝗅 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora