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Passam-se alguns dias, Suzana está comprando mudas e sementes para fazer o jardim, horta e pomar. Felício e alguns ajudantes estão carpindo o local.

Eurico manda Jaime chamar as colombianas novamente:

— Não quero desanimar o senhor patrão, mas acho que elas não vão vender nada, elas estão mexendo na terra para plantar... até dois pavões elas colocaram lá! — comenta Jaime.

— Pavões? Jajaja Quanta idiotice! — debocha Eurico.

Jaime avisa Suzana e Carmen, apesar de relutante Suzana e a tia vão à Santa Helena novamente.

— O que vocês decidiram? — diz Eurico à elas.

— Não vamos vender Sr. Romero Salazar queremos ficar com o sítio! — diz Suzana firmemente.

— Eu posso saber por quê? — ele diz.

— Estamos felizes nele e por isto não venderemos!

— Srta. Molina o que vocês vão ficar fazendo aqui? O que vão fazer com estas terras? — indaga o homem.

— Vamos plantar frutas, verduras para nosso uso!

— Estas terras servem para produção agrícola de grande escala como era no passado, é um desperdício não as usar para o que elas podem produzir!

— Não entendemos de negócios agrícolas não tem como produzirmos em grande escala lá!

— É por isto que devem vender para mim, no passado aquela terra era parte importante da minha fazenda, é como se fosse uma peça de um quebra cabeça que está faltando, infelizmente meu tio a perdeu... Eu pago o preço que quiserem por ela...

— Suzy vamos aceitar a proposta do seu Eurico é muito melhor assim... Ele sabe melhor do que nós como utilizar a terra corretamente!

— Tia nós já conversamos e a resposta é não!

— Você devia ouvir a sua tia ninguém faria uma proposta desta como eu estou fazendo! — diz Eurico.

Suzana amava o sítio e não queria "dar o braço a torcer" para aquele homem tão pedante.

— Nunca fui à Colômbia, mas sei que é um lugar pobre, muito perigoso e dominado pelo narcotráfico. O México não é muito diferente do seu país por que estão aqui? — diz Eurico.

— Se aqui é tão ruim por que o senhor também está aqui? — diz a garota.

— Eu sou daqui, minha família toda é daqui, meus negócios estão aqui... sou um mexicano legítimo....

— Eu sei que não somos mexicanas, mas o seu país nos deu permissão para que morássemos aqui, por isto temos direito de também construir uma vida aqui, nós temos muito respeito pelo México e pelos mexicanos não há nada de errado estarmos aqui!

— Eu amo o meu país, mas sei bem que o México não é o melhor lugar do mundo, eu sei bem porque sou daqui... mas vocês não querem me ouvir... vocês não... você... Suzana... Pode fazer e morar onde quiser só quero que me venda as terras!

— Mais uma vez eu digo Sr. Romero Salazar, o Sierra Azul não está à venda!

— Não seja tola Suzana até parece que não gosta de dinheiro o seu Eurico está disposto a pagar um preço muito maior do que você pagou... qualquer um aceitaria!

— Eu não quero e não vou fazer negócio com este homem... Vamos tia...

— Além de tudo é burra... — diz Eurico.

— Eu sou burra? E o senhor não passa de um sujeito racista, xenófobo e arrogante!

— Eu sou isto mesmo sua negrinha principalmente com gente abusada e da sua laia quero que saíam desta cidade e deste país o mais rápido possível!

— Quem o senhor pensa que é? O único lugar que o senhor tem o direito de nos expulsar é desta fazenda, mas eu não vou ser expulsa da cidade e do país pelo senhor, o senhor não é ninguém para me expulsar do México...

— Some da minha frente garota sai da minha fazenda!

Suzana e a tia saem da presença de Eurico rapidamente, a jovem está quase chorando de tanta raiva. De longe Soledad vê aquela cena e vai atrás das mulheres.

— Moças! Moças! O que houve? — diz a mãe de Eurico.

— Aquele homem acabou de nos insultar! — diz Carmen.

— Eurico... ele é meu filho...

— Diga a ele, minha senhora, que eu não vou vender sítio nenhum, principalmente por ele ser este sujeito tão desprezível! — responde Suzana.

— Seja lá o que for que meu filho tenha dito, quero que o perdoem. Eu o ensinei a respeitar todas as pessoas, mas depois que ele ficou daquele jeito, sem andar... ele se tornou um homem com um temperamento muito difícil!

— O seu filho é a pior pessoa que encontrei aqui no México senhora... tenha um bom dia!

Soledad vai ter com Eurico:

— Eurico o que você falou para àquelas mulheres?

— Nada de mais mamãe só tentei comprar o sítio novamente e falei umas verdades!

— Suas "verdades" não são verdades, são ofensas pelo amor de Deus meu filho!

— Eu nunca vi uma garota tão burra e teimosa quanto esta como se atreve a não aceitar a minha proposta? Como pode ser tão burra de recusar tanto dinheiro? Ela nem se quer pensa em produzir lá, é cada uma que aparece!

— Eurico estas mulheres não tem culpa da briga entre a nossa família e os Velázquez elas devem ter comprado o sítio enganadas... não desconte a sua raiva nelas....

Eurico não estava conseguindo convencer as colombianas a venderem o sítio para ele e isto o deixava irado. Eurico sempre foi muito bom nos negócios como seu pai e avô foram e depois do acidente que lhe tirou os movimentos das pernas, ele triplicou o patrimônio da família de tanto se dedicar exclusivamente ao trabalho. Há seis anos Eurico sofreu um grave acidente de carro que o deixou paraplégico, ele ficou extremamente depressivo e revoltado, mas encontrou no trabalho uma maneira de provar para si e para todos que era capaz, com mãos firmes e muita dedicação ele triplicou a fortuna da família, ao mesmo tempo se tornou um sujeito muito amargo, rude, hostil e arrogante. Sempre com um semblante carrancudo era um homem muito temido e por isto muito respeitado, achando que todos eram obrigados a fazer o que ele queria.

Suzana e Carmen chegam ao sítio, a garota está muito nervosa.

𝖠 𝖼𝗈𝗋 𝖽𝗈 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈 ~ 𝖤𝗅 𝖼𝗈𝗅𝗈𝗋 𝖽𝖾𝗅 𝖼𝖺𝗆𝗉𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora