PRÓLOGO.

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PRÉDIO MY'GARDEN.
Barra da Tijuca, 01:30h da manhã.

Eu não estava acreditando que em plena quarta feira o meu adorável vizinho estava dando mais uma...de muitas...festas suas. Mas essa noite eu não iria inferniza-lo, não iria brigar por conta do barulho, pois afinal eu também não tinha tido um dia agradável, feliz, não era a toa que eu já estava na minha terceira ou quarta taça de gim.

Eu odeio ele! – falo bêbada colocando mais gim na minha taça e derrubando quase a metade no chão. — Como aquele cretino fez isso comigo! – bebo um longo gole chorando.

Há cerca de cinco horas eu vi a cena que me destruiu completamente, e há três horas estou bebendo sem parar somente com uma lingerie rosa pink sexy e ousada que eu tinha comprado para o meu aniversário de casamento... que não ocorreu.

Euuuuu fiz de tudo por ele! – caminho tropeçando até a minha varanda segurando a taça e a garrafa. — EUUUU FIZ DE TUDO POR AQUELE CRETINO, INGRATOOOOO! – grito bêbada, destruída.

Bebo o restante do fim da garrafa gritando a toda altura para a Barra da Tijuca inteira ouvir que o meu ex marido é um verdadeiro cretino, um canalha, até a minha campainha tocar e alguém esmurrar a minha porta.

— Já vai! – falo embolada soltando a garrafa de gim que cai e se quebra no chão. — Ops! – rio cambaleando em direção a porta.

Destranco e abro a porta esquecendo completamente de como eu estava vestida, o álcool em meu sangue e cérebro apagou qualquer etiqueta e modos que eu tinha.

— Quer fazer a gentileza de parar de gritar da sua varanda como uma maluca? Está louca? – uma voz masculina diz irritada, brava.

— Olha se não é o gostosão do meu vizinho de cima...– rio fraco me apoiando na porta quando uma leve tontura me acomete. — O que faz aqui? Veio ver a minha desgraça? – pergunto sarcástica.

— Você está bêbada Helena? – ele questiona irritado se aproximando de mim.

Quando ele se aproxima o cheiro de seu perfume da Paco Rabanne me atinge em cheio, era um perfume forte, masculino, viril, que me faz ir de encontro a ele espalmando as minhas mãos em seu peito.

— E se eu estiver? – questiono acariciando desavergonhada seu peitoral. — Hum, é tão duro e quente...– comento baixo.

— Se estiver não é problema meu, mas uma mulher como você, nessa idade...

— Uma mulher como eu, na minha idade, tem que BEBER SIM E MUITO!!! – digo alto me afastando cambaleante quase indo de encontro ao chão, mas sou segurada por ele. — Ops...Humm, que força...– comento sem vergonha.

— Helena você realmente não deveria beber e... Que merda de roupa é essa?! — ele esbraveja me contendo e me olhando inteira.

— Gostou? — pergunto sorridente me afastando minimamente dele e dando uma volta lentamente mostrando. — Comprei pro cretino do meu ex marido, aquele desgraçado ia receber tudo isso...– abranjo o meu corpo inteiro. — Sendo que sequer sabia transar direito! – digo revoltada.

— Que desperdício de tempo e lingerie seria...– meu vizinho comenta sério, seu olhar estava cravado em meu corpo principalmente na cinta liga que eu usava.

Então nesse momento a ideia mais louca, absurda e insana me vêm a mente, era por causa disso que ao longo da minha vida toda eu sempre ouvi amigas minhas dizerem que o álcool pode te fazer passar inúmeras vergonha, vexames ou fazer você ter idéias malucas.

— Tem razão...– me aproximo dele tocando novamente em seu peito sentindo sua respiração profunda. — Seria um desperdício não usar essa lingerie... não quer fazer o que ele não teve coragem? Passe uma noite comigo...– digo subindo a minha mão e tocando seu rosto.

— É você está bem bêbada para falar uma coisa assim...– ele diz me contendo.

— É só uma noite...– insisto bêbada.

— Helena vai dormir, amanhã é um outro dia provavelmente você acordará de ressaca e sequer lembrará disso...eu espero. – ele diz já se afastando de mim e indo para a porta.

— Otto, espera! – chamo por ele, mas sou ignorada.

Ele sai pela porta a fechando, eu chego a ir  atrás dele mas tropeço no tapete de chão e caio deitada no sofá onde eu novamente começo a chorar.

Será que nenhum homem mais vai me querer? – digo chorona, bêbada.

Adormeço no sofá mesmo sem saber que umas taças de gim, uma vergonha na frente do meu vizinho irritante, mudaria a minha vida totalmente...
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Aos poucos estou retornando...

O AMOR BATEU A PORTA.Onde histórias criam vida. Descubra agora