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Abri os olhos sentando onde quer que estivesse, assustada e sem ter certeza do que estava acontecendo

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Abri os olhos sentando onde quer que estivesse, assustada e sem ter certeza do que estava acontecendo. A última lembrança que tinha antes de apagar era a certeza de que eu morreria nas mãos de Nathan, e agora estava sentada no Mustang, olhando para todos os lados sem entender como eu havia parado em um estacionamento ao lado de vários carros. Pude ver as luzes dos refletores a alguns metros de distância, conversas e música chegavam aos meus ouvidos à medida que as batidas do meu coração iam cessando.

Tateei a trava do cinto e não a encontrei ali, o que me fez abrir a porta do Mustang e cair de joelhos na areia, tossindo ao tentar respirar novamente. Minha garganta ardia cada vez que tentava engolir, ao mesmo tempo que toda a extensão do meu pescoço estava dolorida e rígida. Levei uma mão até ele, sentindo a sensação de ter as mãos de Nathan sobre minha pele, machucando, apertando meus nervos, me fazendo asfixiar. Não demorou para que lágrimas inundassem meus olhos e soluços saíssem de meus lábios trazendo um choro nervoso e doloroso. Me permiti desmoronar, chamando por Tahoe.

Sabia que meu irmão não estava mais comigo, tinha certeza disso, mas naquele momento de desespero e medo, era a única pessoa que eu queria que estivesse ali para me proteger.

– Oi? – alguém chamou longe o suficiente para que eu fingisse que não era comigo. – Está tudo bem? – perguntou a voz masculina ao se aproximar. – Você está bem?

– Ela está bêbada, vamos. – uma segunda voz, feminina, me trouxe lembranças que pareciam ter sido de outra vida, o que me fez erguer a cabeça para duas sombras que se distanciavam de mim por entre os carros.

– Mina? – chamei, fazendo-os parar.

Os dois viraram para mim ao mesmo tempo, e só foi preciso um segundo para que se aproximassem me deixando ver seus rostos. Mãos caíram sobre mim quando os dois se ajoelharam em minha frente, deslizando por meu rosto, pescoço e mãos, observando com desespero como eu estava. Braços me puxaram para um abraço apertado, trazendo mais um soluço que tremeu todo meu corpo ao me sentir, em partes, segura. Fui envolvida pelos dois que me mantiveram entre eles no abraço forte e só soltaram quando meus soluços cessaram de vez.

– Hazen. O que aconteceu com você? – Thomas perguntou, puxando meu rosto com as duas mãos.

– O que estão fazendo aqui? – era tudo o que eu conseguia pensar naquele momento ao vê-los em minha frente.

– Você está machucada! – Mina exclamou, encarando meu pescoço.

– Como chegaram aqui? – eu quis saber. – Como... Eu morri?

Thomas abriu a boca para me responder quando foi interrompido pelo barulho do motor de carro que rasgou o ar e nos fez olhar em sincronia em direção aos refletores.

– A corrida vai começar. – disse ele, levantando. – Vamos Hazen, vamos te levar pra casa.

Consegui me manter de pé quando Mina me ajudou a levantar. Encarei os dois e suas feições desesperadas, confirmando que aquela era a oportunidade perfeita para fugir de Nathan, para sair dali sem olhar para trás, deixando Scar que contribuiu para me manter com aquela gente. Mas, ao mesmo tempo, a sensação de que eu deveria continuar o que estava fazendo e levar Nathan para a prisão com todos eles, mesmo que Scar fosse junto, me fez travar os pés na areia, decidida. Eu deveria continuar por Tahoe e descobrir se Nathan teve influência em seu acidente, deveria continuar por mim e me vingar do que ele me fez.

Correr e viver 2 - DuologiaOnde histórias criam vida. Descubra agora