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O silêncio entre mim e Reeve se tornou pesado, quase palpável, enquanto a voz de Scar ressoava no rádio. Cada palavra dele parecia envolver meu coração em uma mistura de dor e esperança, emoções conflitantes que eu não sabia como lidar. Principalmente quando existia algo entre nós que se chamava Nathan.

— Ligeirinha? — A voz de Scar estava mais suave do que eu lembrava, quase vulnerável. — Está tudo bem?

— Sim — foi tudo o que consegui responder ao engolir o nó em minha garganta ao lembrar da última vez que nos falamos.

Antes de tudo aquilo, de Reeve, do plano com Julian e até mesmo antes do sequestro que me levou, de um modo louco, ao meu irmão. Mas a nossa última conversa não foi como eu poderia imaginar, muito pelo contrário, depois de um momento incrível juntos, somos impactados com a triste realidade que nos tornou estranhos por algumas horas até que tudo mudou completamente. A realidade de Scar era uma só, aquela em que ele era fiel a Nathan não importava o que acontecesse, ou o que ele ordenasse, o que deixou claro para mim que talvez eu não fosse o suficiente para fazê-lo desistir de tudo e todos para sair daquele lugar tóxico que só eu parecia enxergar.

Eu sabia que deveria manter a tranquilidade e firmeza, principalmente por sentir a presença forte de Reeve ao meu lado, mas o turbilhão de emoções dentro de mim ao ouvir aquela voz me deixou completamente vulnerável.

— Eu... eu não sabia se você ainda estava falando comigo — admitiu Scar. — Mas eu precisava saber que você está bem.

O som da respiração de Reeve ao meu lado me deixou extremamente desconfortável ao ouvir Scar do outro lado do rádio de forma tão franca, enquanto seu inimigo declarado ouvia tudo estando no mesmo espaço pequeno de um carro. Não precisei olhar para o lado para ter a certeza de que Reeve estava prestando atenção em cada palavra, com seus olhos verdes fixos em mim, talvez tentando encontrar uma reação da minha parte.

Me senti exposta, como se cada um dos meus segredos estivesse à vista daqueles dois homens.

— Eu estou bem, Scar — falei. — Estamos progredindo com o plano.

Pude ouvir a linha ficar completamente silenciosa por um momento, provavelmente porque Scar estava processando minhas palavras. Eu podia quase sentir a tensão em sua respiração, como se estivesse em uma luta interna entre confiar em mim e a desconfiança natural que tinha com Reeve.

— Só quero que você saiba que... sinto sua falta — disse ele, sua voz carregada de uma sinceridade que raramente mostrava em público.

Antes que eu pudesse responder, Reeve se inclinou para mais perto, sua presença dominando o espaço ao meu redor. Ele pegou o rádio da minha mão com uma gentileza surpreendente, mas seu olhar permanecia intenso.

— Ei, garoto, relaxa. Eu tô cuidando bem dela — disse, sua voz carregada de sarcasmo.

Mais uma vez, o silêncio se fez do outro lado da linha quando não conseguimos ouvir nem mesmo a respiração de Scar.

Correr e viver 2 - DuologiaOnde histórias criam vida. Descubra agora