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     Foram longas horas dentro de um carro mergulhado no silêncio, percorrendo uma estrada vazia

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     Foram longas horas dentro de um carro mergulhado no silêncio, percorrendo uma estrada vazia. O JEEP avançava entre os veículos da rodovia, sem que Califórnia se importasse com as placas de sinalização, desviando habilmente dos carros e caminhões.

     Observando a escuridão lá fora através da janela, minha mente vagueava até a última lembrança que tinha de Nathan antes de toda a confusão em ser sequestrada, resgatada e sequestrada novamente por outra gangue. Era até engraçado, se não fosse tão trágico o fato da minha vida parecer um eterno filme de ação igual Duro de Matar onde ninguém consegue matar o policial. O problema da semelhança entre o filme e a minha vida era que eu, eu mesma, servia como personagem principal, ou seja, era a minha vida em jogo ali.

      Antes eu até poderia não dar tanta importância a ela por achar que havia perdido a pessoa mais importante na minha vida, mas agora, sabendo que Tahoe estava vivo, eu precisava estar viva para voltar para ele e levá-lo o mais longe que pudesse de toda confusão que entramos de cabeça.

     E eu diria que, por minha culpa.

     Mas agora não adiantava lamentações ou julgamentos, eu precisava vestir um personagem que não tinha medo, ao invés disso, tinha uma única missão: acabar com Nathan.

     Engoli em seco voltando a encarar a rodovia quando senti algo apertar meu pescoço com a lembrança de seus dedos em minha pele. Seu rosto retorcido em fúria apareceu em minha frente me fazendo piscar várias vezes tentando eliminar aquela lembrança da mente.

     Depois daquele momento eu precisava me manter o mais longe possível dele, mas lá estava eu, bem confortável em um JEEP voltando para Reno, para Nathan e toda sua gangue que não esteve ao meu lado quando eu precisei. Na verdade, foi Reeve quem apareceu para me ajudar e continuava me ajudando quando mandou aquela mulher me levar de volta.

     Mas Califórnia não estava apenas me levando de volta, o plano era simular um sequestro e, com isso, me deixar como uma verdadeira refém.

     Diminuindo a velocidade do seu carro, ela não me olhou quando dobrou em uma rua escura sem sinalizar para os carros atrás, que buzinaram com a reação surpresa. Encarei o perfil da mulher que diminuiu a velocidade até realmente parar o carro na rua escura, iluminada apenas pelas luzes dos faróis acessos.

– Chegou a hora. – disse ela ao sair do carro deixando a porta aberta e um barulho irritante vindo do painel.

     Respirei fundo quando a vi caminhar até a frente do carro, parando no feixe de luz. Ela não ergueu o olhar para mim, apenas me esperou paciente, talvez por saber e sentir que aquele momento seria muito, muito delicado para mim. Mas eu não iria desistir naquele momento, afinal, a ideia foi minha quando propus voltar para Nathan e, de alguma forma, proteger Reeve e sua gangue.

     Pulei para fora do JEEP deixando a porta aberta assim como a mulher fez, caminhei lentamente até o feixe de luz parando em sua frente, encontrando seu olhar firme e intenso, quase como se estivesse receosa em fazer o que deveria fazer.

Correr e viver 2 - DuologiaOnde histórias criam vida. Descubra agora