08 ⚡️

137 22 2
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Não consegui dormir naquela noite. Era estranho estar deitada em uma cama confortável que não fosse aquela à qual eu estava acostumada a vida toda, e principalmente não era como aquela na qual eu precisava ficar quando estava no galpão de Nathan. Deixei Reeve sozinho na cozinha quando ele me encarou intrigado, ainda não conseguia entender o motivo de tanta desconfiança, mesmo depois de ter falado tantas coisas que poderiam ajudá-lo a enfrentar seu inimigo. Parecia que a cada pista que eu dava, Reeve desconfiava ainda mais de mim.

Deixei sozinho na cozinha para que ele mesmo percebesse aonde eu queria chegar, já que ele deixou bem claro o quanto conhecia Nathan. Então, supus que ele saberia suas técnicas.

Quando abri os olhos para o teto carmesim, rapidamente olhei assustada em direção à porta, encontrando o olhar de Tahoe que permanecia em sua cadeira de rodas na abertura iluminada pelo luz do sol, me observando em silêncio. Um segundo foi suficiente para que meu corpo passasse de tenso, por estar em um território desconhecido, para relaxado, por saber que meu irmão estava ali.

Ele entrou no quarto e se aproximou da cama para erguer uma mão e passá-la em meu rosto. Aquele toque tão familiar logo me lembrou dos momentos em que estávamos em casa.

– Nosso pai estava me procurando na última corrida. – falei, sentindo as pálpebras pesarem com o cafuné que costumava me fazer dormir quando dividíamos o pequeno sofá em casa.

– Eu sei. – meu irmão respondeu. – Quando a mãe voltou de madrugada e não nos viu no sofá, ela foi ao meu quarto.

Tahoe não precisou dizer o que aconteceu em seguida, porque eu sabia. Lembrar de vê-la segurando sua cadeira de rodas, o carro que papai usava para as rondas e o Pastor chegando ainda me doía a ponto de fazer lágrimas surgirem em meus olhos. Mas eu não iria chorar novamente, não na frente de Tahoe e não quando ele estava bem.

– Eles procuraram por mim? – perguntei.

– É claro que sim, Hazen! Falaram com seus amigos, com todo mundo. Crescent Valley parou para te encontrar.

– Como papai soube que eu estaria na corrida? – perguntei, ao sentar na cama e flexionar as pernas para poder abraçá-las.

– Acho que o Thomas contou a ele. Reeve tem um amigo na polícia de lá, e ele contou sobre a emboscada. Inclusive, Reeve ficou surpreso por você ter avisado a ele.

– Ele ainda acha que estou trabalhando para o Nathan. – falei, observando mais como uma constatação, o que fez Tahoe suspirar pesadamente ao passar uma mão pelos cabelos.

– Sim, mas não se preocupe. Ele vai acabar acreditando em você.

Agora foi minha vez de suspirar.

– Eu só queria alguém para me ajudar a derrotar aquele cara, mas se Reeve não quiser, vou fazer isso sozinha.

Correr e viver 2 - DuologiaOnde histórias criam vida. Descubra agora