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Minha garganta ardia e minhas mãos doíam, mas nada me impedia de gritar e bater até que alguém me tirasse dali

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Minha garganta ardia e minhas mãos doíam, mas nada me impedia de gritar e bater até que alguém me tirasse dali.

Eu não conhecia aqueles caras, não sabia de quem era aquele carro e muito menos o que queriam comigo, já que meu maior inimigo estava no meio da multidão, observando uma corrida acontecer. Sabia que não tinha nada para oferecer para que me soltassem e muito menos teria dinheiro para o resgate.

Pensar nisso me fez lembrar dos meus pais. Papai estava prestes a me salvar se eu escolhesse ir com Thomas e Mina, mas eu não podia arriscar que Killian soubesse dos dois, muito menos soubesse o que eles estavam planejando. Um arrepio percorreu minha espinha e lágrimas escorreram pelo meu rosto ao imaginar Scar fazendo mal a eles. Eu não me arrependia de ter escolhido ficar, mesmo que o resultado tivesse sido aquele. Limpando os olhos com as costas das mãos, voltei a gritar e espernear como uma garotinha que precisava ser salva.

O problema era que desta vez eu não tinha o Tahoe para me proteger.

Mais uma vez, meu irmão mais velho entrou em meus pensamentos, me trazendo lembranças suas sorrindo, dirigindo nosso carro e a van, me lembrando de vê-lo colocando o dedo indicador nos lábios ao pedir silêncio para sair escondido de nossos pais que estavam na cozinha preparando nosso jantar, enquanto eu esperava pacientemente na sala assistindo Netflix. Se o Tahoe estivesse vivo, ele me encontraria, pegaria o McQueen e nos tiraria dali sem olhar para trás, como planejava fazer quando ainda namorava a Thalia.

Se ele estivesse vivo, talvez eu não estivesse presa naquele porta-malas.

Fui jogada para o lado quando senti o carro parar bruscamente. O barulho dos pneus me fez olhar ao redor, procurando por qualquer perfuração que pudesse me mostrar o que estava acontecendo lá fora. Consegui ouvir vozes abafadas e, em seguida, sons de tiros me fizeram levar as mãos aos ouvidos.

Naquele momento, eu estava em um tipo de transe, onde apenas meu corpo tinha noção do que estava acontecendo lá fora e o que poderia acontecer comigo em alguns minutos, enquanto minha mente estava desconectada de qualquer reação. Era nesse momento que eu deveria pensar em algo. Eu tinha assistido a muitos filmes de ação em que o herói escapava dos vilões, mas tudo foi esquecido completamente pelo medo. Eu pensei que estivesse pronta para morrer, mas talvez estivesse enganada.

A tampa do porta-malas abriu de repente e uma luz forte foi jogada em meu rosto, me obrigando a piscar várias vezes e colocar uma mão na frente para proteger meus olhos. O ar da madrugada arrepiou os pelos da minha pele exposta e o barulho dos tiros ainda ecoava lá fora.

Quando a luz apagou, foi o rosto de Reeve que eu vi, olhando para baixo, para mim.

– Você não faz ideia de onde se meteu – ele disse, erguendo a outra mão em minha direção.

Demorei alguns minutos para reagir. Meu corpo parecia hesitar em qualquer movimento, como se soubesse que estava saindo de uma armadilha para entrar em outra. Mais um tiro soou e então eu me levantei sozinha, olhando ao redor para a estrada de terra sem luz ou qualquer sinal de vida humana por perto. Além da Mercedes, havia dois carros e um furgão com faróis acesos, cercados por homens que cobriam metade do rosto com bandanas amarradas pouco acima do nariz.

Correr e viver 2 - DuologiaOnde histórias criam vida. Descubra agora