𝐶𝑎𝑝. 𝑉𝐼 - "𝐼𝑛𝑣𝑎𝑠𝑎𝑜."

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Eu estava com Tom na cozinha, lavando louça enquanto ele enxugava os pratos, e os guardava no armário.
Ele havia começado a me ajudar muito depois que eu comecei a pedir pra ele me deixar passar o dia fora do quarto, contanto que eu deixasse tudo arrumado e ele me ajudasse a zelar o lugar.
O silêncio na maioria das vezes, tomava conta do lugar, mas, de uns tempos pra cá, ele começou a perguntar algumas coisas.
"Como você dormiu hoje?", "Os travesseiros estão confortáveis?", "Aqueles tempos já aconteceram? Precisa de algo, como absorvente?". Esse tipo de pergunta.
Estranho? Sim, muito. Mas é algo que eu não ligo muito, pois eu tento não me importar ou conversar com meu sequestrador.

"Você quer algo diferente para comer hoje? Bill vem aqui." Ele falava enxugando os pratos.

"Não. Peço a ele quando ele chegar." Falei sem ao menos olhar em seu rosto.

Ele me olhou, fixamente sério; "Se quiser algo, você irá me dizer agora, ele não irá chegar cedo, então se não quiser passar fome, fale!" Seu tom de voz aumentou no final, me fazendo o olhar com desdém.

Meus olhos cerrados encaravam os dele, demonstrando meu desprezo por ele naquele momento, e ele me encarava com despreocupação e com um sorriso no rosto, como se gostasse de ter voltado a me irritar, como antes, mas com moderação.

De repente, alguém bate a porta fazendo tom mudar seu olhar e ficar com expressão de preocupação.
"O que foi?" Perguntei ao ver seu punho fechar e ele hesitar.
"Tom?!" Exclamei nervosa, enquanto as batidas ficavam mais fortes.

Ele se virou para mim, e agarrou minha mão; "cala a boca!" Ele falou em tom baixo, com a feição perturbada, e me arrastou até o quarto. "Fique aí Beatricce! Não saia daí por nada!" Ele falou me jogando para dentro e saindo rapidamente.
Escutei o barulho de trinque da porta, me fazendo ir até ela e tentar abrir-la, mas estava trancada.

"Tom!!" Eu gritava puxando a maçaneta, mesmo sendo impossível abrir, pra mim no momento adiantaria alguma coisa.

Escutei a porta da sala abrir com um estouro, parecia que havia sido derrubada, e sons de passos tomavam conta da casa.
Tapei minha boca, enquanto eu sentia um arrepio subir por minha espinha, e minha respiração já estava tão nervosa quanto eu.
Os passos ficavam mais altos, até chegarem até minha porta e eu ver a sombra dos pés de alguém pela brecha que havia debaixo da porta.
Não fiz nada, não senti ser a polícia, não deveria ser a polícia, não ouvi barulho de carros ou sirenes, e nem se quer parecia ter muita gente envolvida.
Escutei alguém ser arremessado na porta do quarto, e barulhos de socos tomavam conta do momento.
Havia uma luta corporal acontecendo, e tudo sendo derrubado era a prova disso, além de gemidos de dor, e barulhos conta a parede.
Eu não sabia se os barulhos de alguém sendo arremessado era do Tom, ou se era do intruso.

"Merda!" Escutei tom falar, e logo após grunhir de dor.

"Tom!" Gritei desesperadamente, batendo na porta, sem nem pensar nas consequências que aquilo poderia causar por eu ser descoberta, mas eu só estava preocupada com ele no calor do momento.

Após isso, tiros foram desparados, me fazendo correr para o canto do quarto e me abaixar no chão, pensando que provavelmente Tom poderia estar morto, e eu, prestes a ter o mesmo futuro.
Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu estava encolhida no canto do quarto com as mãos nos ouvidos, com os olhos fechados pedindo para tudo aquilo ser mentira.

Ouvi a porta ser destrancada, e o rangido da porta abrindo me fez olhar para lá, e ver Tom em pé, se segurando no umbral da porta, com a postura um pouco abatida.
Corri em sua direção e o abracei, por mais que eu o odiasse, eu realmente estava mais tranquila de ser ele ali, de ele estar vivo, e por não ser alguém estranho que poderia me matar a qualquer momento.
Eu fiquei abraçada a ele, com meu rosto em seu peitoral, eu estava agarrada a ele como se ele fosse fugir, afinal, meu alívio por ser ele, era enorme.

Ele soltou uma risada de leve; "Por quê está me abraçado assim? Achei que me odiasse..."

Percebi que eu ainda estava agarrada a ele, e o soltei, me afastando.
"Eu o odeio! Mas é melhor ser você do que alguém que poderia me matar."

O mesmo riu novamente, mas dessa vez com a voz meio falha, se apoiando novamente no umbral da porta com cara de dor enquanto sua outra mão segurava sua barriga.

"Pode me dar uma ajudinha aqui?" Ele falou, tirando a mão da barriga e revelando sua blusa machada de sangue, me fazendo ficar pasma de boquiaberta.

"T-Tom! Mas o que foi isso?!" Falei correndo em sua direção para olhar o ferimento.

"Não que você esteja preocupada mas, isso tá doendo." Ele falou rindo da minha cara, mesmo com expressão de dor.

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Lembrem da ⭐!!

Amanhã tem mais, e olha...
Chorem.
Vai ser um ulaláaaa!!

𝐴 𝑝𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑖𝑟𝑚𝑎𝑜𝑠 𝐾𝑎𝑢𝑙𝑖𝑡𝑧. Onde histórias criam vida. Descubra agora