19.

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Depois da desculpa da despedida, Yunho arranjou a desculpa de "estamos esperando pelos outros dois e estou entediado".

Nessa rodada ambos, o Hyunjin e o Felix falaram que não iriam beber mais porque não queriam acordar de ressaca no dia seguinte pois tinham combinado uma saída a quatro com Yeji e Ryujin. Ao que eu respondi com um "Me trocou por outros" seguido de um "Nem me convidam".

O sênior mandou vir a sexta rodada daquele líquido que fazia minha garganta arder mas estava me deixando muito feliz sem motivo.

Quando eu estava prestes a pegar o copo pequeno com a bebida translúcida a voz do ser ao meu lado cortou minha ação.

— Tem certeza que quer continuar bebendo?

Optei por ignorar a fala do maior e nao respondi, voltando ao que estava fazendo antes.

— Han, é melhor você parar de beber. Como que amanhã-

— Você não é meu pai — Minha voz soou mais fria que o normal e os restantes garotos que nos olhavam ansiavam a reação do Lee.

A única coisa que o líder do clune fez foi continuar me olhando enquanto eu pegava no copo e bebia tudo de uma vez só, mantendo contacto visual.

O Bang e a Song entram no bar e o Hyunjin e o Felix se levantam logo pedindo para um deles os levar aos seus dormitórios porque o Lee estava morrendo de sono e o Hwang, por muito que achasse engraçado ver seu amigo bêbado, não ousaria ficar no mesmo ambiente que Minho pois este parecia estar com a paciência esgotada.

— Então vocês dois vêm comigo, o Yunho vai com a Yuqi e o Minho leva o Han.

Meus amigos se despediram de todos com um aceno e saíram atrás do Bangchan.

Yunho se levantou e apoiou um braço na de cabelos laranja, só para ter certeza de que assim não iria amigar com o chão. Mas eu não preciso disso. Porque eu estou completamente consciente de mim mesmo.

Me levanto e me desequilibro logo de seguida caindo em cima do colo do Lee que nem havia tido tempo de se levantar.

Vi os outros dois olharem para trás e analisarem a situação antes de sairem rindo e desejando sorte ao Lee. Coisa que eu não entendi o significado.

Ele me agarrou debaixo dos braços e me colocou de pé. Ele se levantou também e passou para a minha frente

— Vou colocar você nas minhas costas porque não ta em condições de andar.

Abri minha boca para protestar mas mesmo reclamando, o Lee me carregou até o carro e quando me apercebi já estava sentado e de cinto de segurança colocado.

Minho deu a volta pela frente do veículo e se sentou no lugar do condutor. Ligou o motor e arrancou com destino ao nosso prédio.

Lembro que foi uma viagem bem animada porque eu fui sempre cantando mesmo quando não conhecia a música.

Antes de me retirar do carro e me carregar, de novo, até ao elevador do prédio, o Lee me avisou para não fazer barulho porque já passava da uma da manhã.

E eu juro, juro que tentei fazer o máximo de silêncio possível mas tinha uma planta na entrada, antes do elevador com uma forma de vaca que eu nunca tinha visto antes. Eu ri alto. Fez eco por todos os andares, provavelmente. Ouvi o Lee inspirar bem fundo e me ajeitar antes de entrar no elevador.

— Pode carregar no número dois, Han?

— Uhum.

Estiquei meu braço até ao botão e fiz um barulhinho de "bip" quando o pressionei arrancando uma pequena risada do maior.

Chegamos no segundo piso e as portas se abriram. Saímos do elevador e andamos - ele andou - até à porta de nossos apartamentos.

— Onde ta sua chave? — Ele me perguntou virando a cabeça para poder olhar para mim.

— No meu bolso.

— Consegue chegar lá?

— Acho que sim — Tirei um dos braços que estava rodeando o pescoço do Lee e alcancei meu bolso traseiro. Procurei a chave e a retirei de lá, passando a para as mãos do mais velho.

— Obrigado.

Voltei a me agarrar ao seu pescoço com os dois braços e apoiei minha cabeça no seu ombro.

Entramos em casa e eu fechei a porta, a pedido do Lee. Ele me perguntou se eu queria tomar um duche antes de deitar para ver se não ficava com tanta ressaca no dia seguinte mas eu estava ficando com sono e disse que tomaria logo de manhãzinha.

Então ele me carregou até ao quarto, onde me pousou cuidadosamente em cima da cama.

— Consegue se vestir?

— Não é preciso.

Ele suspirou mais uma vez naquela noite.

— Você esteve o dia todo com essa roupa, dançou com essa roupa e esteve em um bar onde os únicos cheiros que existem são de álcool e fumo. Vai tomar um duche sim.

Comecei reclamando e me esponjei na cama rodando de um lado para o outro e repetindo que não ia me trocar. Minho entrou no quarto e falou que se eu não fosse tomar o duche sozinho, ele mesmo se encarregaria de o fazer.

Vi ele sair do quarto e ouvi a água começar a correr no banheiro. Me levantei contra minha vontade e fui caminhando até ao banheiro com a ajuda das paredes e dos móveis.

— Se despacha aí dentro que eu vou comprar uma coisa e já volto.

Ouvi a porta da rua abrir e fechar. Tirei minhas roupas e me coloquei debaixo da água.

— Puta que pariu, ta gelada. Aquele louco nem aqueceu minha água.

Continuei reclamando e só me deixei estar debaixo daquele gelo durante poucos minutos. Nem sei se chegou a um minuto, pra ser honesto.

Saí de debaixo do chuveiro e jurei não voltar mais lá nem que me pagassem.

Voltei para meu quarto e vesti roupa interior e meus shorts. Me atirei pra cima da cama e fiquei assim. De braços abertos e cara contra o colchão. A cama nunca me pareceu tão aconchegante.

Nem me apercebi da chegada do maior. Nem lembrava que ele ia voltar.

— Bebe isso daqui.

Olhei para cima e vi uma mão me estendendo uma garrafa de vidro com um líquido duvidoso lá dentro.

— Você quer me embebedar?

— Bêbado ta você. Isso é pra não ter tanta ressaca amanhã.

Me sentei na ponta da cama e olhei para o maior, desconfiado. Levantei o braço para pegar a garrafa com a maior preguiça do mundo e fingi não conseguir chegar lá.

Minho revirou os olhos e deu um passo em frente colocando a garrafa na minha mão.

Pousei a garrafa na cama e rodeei a cintura dele com meus braços. Encostei minha cara no abdômen dele e inspirei.

— O que raio ce ta fazendo?

— Seu cheiro é muito gostosinho, hyung.

— Jisung, me larga e bebe isso aí — Ele falou apontando para a garrafa — Não é por amanhã ser sábado que você pode ficar de ressaca porque continua sendo uma experiência má.

Apertei ele com mais força e o puxei para a cama comigo. Ele se desequilibrou mas aparou a queda colocando duas mãos do lado de minha cabeça.

Continuei com minhas mãos agarrando a cintura dele e manti contacto visual com a pessoa em cima de mim. Ficamos nos encarando durante longos segundos, até o Lee limpar a garganta e tentar sair de cima de mim.

— Dorme comigo hoje — Essas palavras sairam de minha boca enquanto eu olhava o maior — Por favor?


Bad Habit || MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora