Bad Habit || Minsung

35.

— O que você ta pensando em fazer hoje? — Perguntei ao Lee.

Eu estava sentado no sofá preparando meu anime para assistir uns episódios enquanto Minho se arrumava minimamente com uma sweat minha. Eu falei que era bem mais fácil ele ir no dormitório dele que é literalmente na frente do meu mas ele não quis. Também não reclamei.

— Eu vou aproveitar o dia pra praticar a dança. Você vai ficar por casa, ne?

Assenti com a cabeça e ele caminhou até mim vagarosamente.

— Melhor você estudar, as alturas das suas provas tão chegando. Prometo que se tiver boa nota recompenso você. 

Sorri de lado e o puxei pelo colarinho da sweater, lhe roubando um beijo. Nos separamos e ele deixou carícias no meu cabelo antes de ir embora de vez.

— Óbvio que não vou estudar, ir na fé sempre dá melhor resultado.

Me levantei, peguei uma coberta e me ajeitei no sofá. Coloquei um episódio de meus muitos animes que assisto diariamente no ecrã e prestei total atenção nos desenhos. Isto durante umas três horas seguidas, que foram interrompidas pelo som de toque do meu celular.

— Yoboseyo?

— Hannie! Meu bem, como você tá?

— Mamãe! Tá tudo legal por aqui e com você?

— Ta tudo bom. Você agora nem tempo tem pra fazer uma curta ligação pra sua procriadora, aposto que está ocupado demais estudando — Ela riu levemente me causando um sorriso honesto.

— A época das provas ainda não chegou mas ta quase quase, mas as matérias nem são tão difíceis assim.

Consegui ouvir um suspiro do outro lado da linha seguido de um riso calmo.

— Só não vá desperdiçar sua bolsa. E o Hyunjin? Ele está se saindo bem?

— Ta sim. Eu acho.

— Fala pra ele que eu to com saudades dele e que quando vocês vierem aqui em casa eu vou cozinhar algo gostoso!

— Até parece que você tem mais saudades de meu amigo do que de seu próprio filho — Fiz drama recebendo um riso alto como resposta.

— Também tenho saudades suas, Jiji. Termina logo essas provas pra vir cá em casa.

— Hum. Te amo, mãe.

— Também te amo, filho.

Terminei a ligação e pousei o celular em cima do sofá. Inspirei fundo tentando reunir coragem para iniciar os estudos. Aquela já era a segunda pessoa que me dizia para estudar num curto intervalo de tempo.

Me levantei e caminhei até ao quarto onde tinha a minha mochila com os livros e cadernos repletos de apontamentos sobre as aulas. A sorte é que eu sou mesmo inteligente (apenas nessa área) e não vou precisar de estudar tanto assim.

Peguei as coisas necessárias e coloquei a mochila às costas. Se ia estudar, iria fazê-lo num local que passasse boas energias e me fizesse concentrar.

Saí de casa e levei pouco tempo caminhando até à loja de conveniência que eu tinha ido com o Lee uns dias atrás.

Assim que cheguei lá, peguei uns doces aleatórios das prateleiras que chamaram minha atenção e me sentei numa mesa afastada de todas as outras.

Abri meus manuais e caderno, e retirei meu estojo de dentro da mochila. Conectei meus fones com meu celular e coloquei numa playlist qualquer que estava combinando com meu mood calmo.

O tempo passou tão rápido que parecia que tinha voado, como falam no provérbio. Quando vi as horas no celular já eram oito da noite e, aproveitando a oportunidade, decidi jantar.

Me levantei confiando meus materiais à mesa e caminhei até às prateleiras com ramen. Evitei os que eram picantes e peguei um com um desenho de um gato, apenas por me ter feito lembrar do Lee.

Fui até aos microondas e aqueci a comida pré feita. Peguei uns pauzinhos da mesa do centro e voltei para o meu cantinho com as massas.

Enviei uma foto para o Lee do potinho com os livros e canetas de fundo, para ele ver que eu estava estudando e ficar orgulhoso, mas após mais de meia minutos ele ainda não me havia respondido.

Comi tudo bem rápido, pois não era assim tanta quantidade de comida e decidi parar de estudar visto que já estava ficando de noite.

Estava prestes a levantar quando sinto duas mãos agarrando minha cintura, uma de cada lado. Tento me soltar mas a pessoa não me larga. Tento olhar para trás, mas o capuz da sweater não deixa.

— Me solta, seu pervertido!

— Eu que sou o pervertido aqui é?

Minho.

Meu cotação acelera e um sorriso se forma em meus lábios assim que o mais velho deixa os dedos vagueando pela minha zona abdominal até ele estar me abraçando por trás. Coloco meus braços por cima dos dele e acaricio suas mãos.

— Você não respondeu à minha mensagem — Falei enquanto me soltava do aperto para poder arrumar os materiais.

— Achei mais pratico vir te buscar aqui. Eu não trouxe o carro então teremos de ir a pé até casa.

— Tudo bem. Eu gosto de andar à noite, ainda mais quando tenho boa companhia.

Peguei minhas coisas e coloquei as duas alças da mochila às costas. Estendi minha mão no ar e o Lee a agarrou suavemente, me conduzindo para fora da loja.

— Você já jantou?

— Ainda não, mas como algo quando chegar em casa. E você?

Saímos da loja e eu senti o ar frio da noite tocar minha cara.

— Ah, eu comi. Mas vou comer de novo com você porque não fiquei satisfeito com meu ramen.

Ele riu baixo e encarou o chão sorrindo. Balancei nossas mãos e brinquei com os dedos do Lee. O silêncio apenas preenchido com o barulho de nossos passos e o som de alguns carros foi quebrado por mais uma pergunta minha.

— Como foi seu treino? Foi legal?

— Uhum. O Bang me ajudou em acertar alguns movimentos da coreografia de acordo com a música e o Hyunjin me ajudou a suavizar um movimento que não parecia encaixar naquele ritmo-

— O Hyunjin esteve com você? Porque ele foi na universidade em um fim de semana?

Olhei para Minho e percebi ele morder o lábio inferior. A sua expressão facial voltou a ser a mesma de segundos atrás.

— Ele deve ter ido praticar algo também. Não se preocupa muito com isso.