Bad Habit || Minsung

25

Deixo três batidas leves na porta. Ninguém vem abrir. Estou prestes a bater de novo quando uma voz grossa que parecia de alguém acabado de acordar preenche meus ouvidos.

— Quem é?

— É o Han.

A porta logo se abre, me deixando visualizar um Lee Minho com os cabelos despenteados e rebeldes. Ele leva uma mão até à cara e esfrega o olho.

— Posso entrar?

Se ficou surpreso ou confuso pela minha súbita visita, não o demonstrou. Se afastou da porta me dando espaço para entrar.

Não consegui deixar de admirar o quão limpo e organizado o dormitório do Lee era. Preenchido por tons de preto e cinza escuro. Ele me conduziu até seu quarto e se deitou de barriga para cima na cama olhando para a TV na sua frente. Desviou seu olhar para mim e me indicou que me sentasse do seu lado.

— Não vai me perguntar porque estou aqui? — Falo indignado pela falta de atenção.

— Porque precisa de um motivo?

Okay. Essa me apanhou desprevenido. A próxima já não o fará.

Ignoro a fala do maior e prossigo para a atual razão que me levou ali.

— Eu preciso perguntar uma coisa para você.

— Hum.

— É sobre o beijo.

As mãos do Lee pararam de procurar o canal ideal e os seus olhos encontraram os meus. Agora sim, tinha sua atenção. Caminhei até ao outro lado da cama ficando na sua frente. Ele se ajeitou na cama ficando sentado com o corpo virado para o meu.

— Porque você me beijou? — Tentei manter um tom neutro na minha voz para não deixar transparecer minha opinião em relação ao assunto visto que isso poderia influenciar a opinião do Lee.

Ele demorou uns segundos para me responder, ao que a mim pareceram minutos dos longos.

— Eu não sei. Precisava perceber uma coisa e peço imensas desculpas por ter beijado você sem antes ter seu consentimento, eu devia ter...

— Hyung — Agora, vendo o quão atrapalhado o garoto se encontrava eu tentava segurar um sorriso. Ele parecia nem me ouvir — Hyung.

— ... esperado que você dissesse alguma coisa. Me perdoa se fazendo isso ofendi você de maneira alguma, mas eu-

— Lee Minho. Para de falar e me escuta de uma vez!

Isso pareceu resultar, dado que a sua voz desvaneceu e os seus olhos voltaram a encontrar os meus.

— Eu não vim aqui para que você pudesse se desculpar. Vim aqui para saber porque me beijou.

— Eu precisava perceber algo — Ele repetiu e voltou a desviar o olhar — Desculpa se mudou algo entre nós, prometo que não-

Dei dois passos ficando junto do maior e me sentei do seu lado, nossos joelhos se tocando levemente. Ele voltou a olhar para mim confuso. Colei nossos lábios fazendo ele se calar de vez e senti o beijo ser retribuído. As mãos dele agarraram minha cintura e me guiaram até seu colo. Minhas mãos foram até seus fios castanhos escuros e ele se endireitou e se sentou na cama, ainda prendendo meu corpo junto ao seu.

Quando a falta de ar se fez presente, separei minha boca da do mais velho e juntei nossas testas.

— Eu gostei do beijo, por isso que vim aqui. Para saber se você tinha sentido o mesmo.

— Eu não gostei só do beijo, Han. Eu acho que gosto de você — Não disse nada e isso fez com que ele continuasse — Acho você uma pessoa incrível, seu riso é tão atraente, seu cheirinho a baunilha, tudo em você é quase que perfeito. Eu nem sei mais o que estou dizendo, me desculpa.

De novo não.

— Nunca mais peça desculpas por me elogiar ou fazer algo comigo, ouviu? — Apontei meu indicador na direção do maior que se mostrou surpreendido com a audácia — Se eu não gostar de algo, prometo que irei lhe dizer.

Ele acenou afirmativamente com a cabeça.

— Então o que nós somos agora?

Analisei a pergunta do Lee e pensei. Não somos só amigos. Mas não somos um casal. Poderia dizer ficantes porém dizer isso é como que ignorar os sentimentos dele e talvez os meus, de que eu ainda não tenho total certeza.

— Não sei. Podemos ver se dá certo.

— O quê?

— Nós — O ser na minha frente deixou um sorriso escapar — Vamos ver se resulta e durante esse tempo podemos tentar entender se nossos sentimentos são verdadeiros.

— Soa perfeito para mim.

Sorrio e saio do colo do Lee. Me deito e observo ele fazer o mesmo. Volto a trocar de posição e me deito confortavelmente entre as pernas de Minho. Ele enrola seus braços à volta de meu corpo e eu pego no controle da TV.

— Quer ver um filme?

— Claro. E dessa vez é sua vez de escolher.

Sorrio enquanto procuro um filme. Passado alguns minutos encontro um de ação que me pareceu ser interessante.

Escusado será dizer que adormeci ali mesmo e acho que o Lee também. Passei todo o dia seguinte na casa do maior. Encomendamos sushi para o almoço e ele que decidiu cozinhar o jantar para mim.

Não desgrudamos durante um segundo. Das vezes que ele cozinhou, café da manhã e jantar, eu sempre o abracei por trás. A reação do maior quando eu lhe roubava um selinho era uma das coisas que eu nunca pensei precisar ver mas após o segundo que vi não parei de a provocar.

Foi um dia bem passado. Aposto que o Hyun me deve ter enviado milhões de mensagens mas eu nem prestei devida atenção ao celular desde o momento que passei da porta de entrada para dentro. Ele vai me bombardear de perguntas amanhã na uni mas amanhã é amanhã. E hoje é hoje.