Lufada

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O sinal badalava em alto som nos seus ouvidos, mais uma eram as aulas que tinham acabado e nem notara o tempo passar. Sae esfregava os olhos acordando em um susto, sentindo o olhar que fixamente a secava sem medo.

— Perdeu algo? — Murmurava irritada. Teve um sonho tão tranquilo para ser acordada de maneira tão ignorante.

— Não, docinho. — O loiro, com um desenho eletrizante de raio na franja, se aproximava de sua mesa, bem em sua frente, pagando de bonzão. — Deve se lembrar de mim... — Ele se convencia sorrindo. — ... Kaminari Denki.

Não fazia a mínima ideia de quem fosse, e temia ser deprimente para ele essa terrível realidade. Sadista, ela ria em seus pensamentos... Tinham mais amigos dele vendo, iria humilha-lo pelo apelido indesejado.

— Por que te conheceria? — Ela diz se levantando, com rosto sério como uma besta.

A decepção era instantânea, acompanhada por uma curta e hostil risada, de apenas um de seus amigos, outro loiro, dessa vez de cabelo espetado, que agia como se ele fosse o maior entre todos ali. Saía com pressa, essa espécie de valentão, que não parecia gostar da companhia.

O tão falado garanhão, depois, choramingava um suplico, pedindo desculpas silenciosas por atrapalhar a menina. Mas, antes que se afastasse, um outro de madeixas vermelhas estapeava o ombro do último romântico da terra, em sinal de conforto à sua dor.

— Não precisava ser tão direta... — O ruivinho sorri. — ... homens também tem sentimentos.

— E você, quem seria? — Kazato rosna na direção daquele com dentes pontiagudos, mas ele não parece temer sua antipatia.

— Eijiro! Kirishima Eijiro. — Dizia todo simpático. — A gente veio convidar você pra almoçar... vimos que estava sozinha...

— Eu que chamei! — Uma garota de cabelo e pele rosa pulou entre as outras pessoas, com grande sorriso que apertava os olhos. — Me chamo Ashido Mina! E esse é Hanta Sero. — Apontou para aquele único outro que sobrava, ele que acenava educadamente.

Recusou o primeiro pedido e seus planos ainda não tinham mudado. Agora... gostaria muito de saber que tara é essa de tirar os alunos transferidos da zona de conforto por um belo de um nada. Se perguntava se está no currículo dos heroizinhos esquecer que ela já fazia parte da escola antes de aparecer na turma, tinha lá sua rotina para proteger.

— Dispenso. — A menina suspira, pegando seu material para sair daquele lugar o mais rápido possível, encontrar sua marmita e comer em paz.

O quarteto bagunça franzia o cenho em conjunto, se perguntando se o problema seria deles, mas nada protestavam durante sua partida. Agradecia por aquele grupo ser menos insistente do que o tal Izuku... Só que... parando pra pensar... seu lugar de almoçar sempre tem gente (essa "gente" sendo um menino bem insistente de cabelo roxo). Não queria, nem um pouco, ter que vê-lo naquele momento, não depois de sua pequeníssima discussão. Talvez agora ele a achasse uma maluca, idiota, algo do tipo... podem se presumir muitas coisas de uma pessoa que não quer salvar o mundo. Tinha medo dele pensar que sua vontade era fazer o completo oposto de ajudar a pátria.

Não era de todo mal. Sae não era um monstro, ela promete. Mas, para esse importante trabalho, so cabe a ela assumir-lo como algo realmente não tão efetivo assim. É pedir de mais para que a humanidade desevolua?

— Kirishima-san... — Sua voz branda timidamente, parada logo abaixo da moldura da porta.

Todos prestavam atenção em sua fala, não queriam perder um piu.

— Sabe onde o Midoriya está? — Ela questiona, com olhar inocente de quem não sabe do efeito de suas palavras, tendo a completa certeza de que fez mais algumas vítimas.

Hero's Legacy - Boku No HeroOnde histórias criam vida. Descubra agora