Um dia?

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O dia, como sempre, começa ao despertar da mãe natureza. Talvez afinal não seja o sol que invade seu quarto que a faz acordar, mas sim, simplesmente, o fato de Sae ter se acostumado com o horário que ele se levanta. Seu quarto continuava escuro, com pequenas frechas de luz escapando pelos cantos da cortina, em clima agradável.

Sentou-se na cama, deixou-se ponderar, esperando sua consciência tomar lugar naturalmente. Não se preocupava com muito, pois separou sua roupa e material antes de dormir, apenas se preocupava. Parecia presa em um looping infinito, e a primeira semana naquele curso ainda nem tinha acabado.

Quando se levantou, foi direto ao banheiro.

Tomaria um banho, lavaria o rosto e trataria os cabelos com cuidado. Tinha tempo de mais pra conseguir se preocupar direito. Tempo, aliás, que da de sobrar quando vai esperar pelo seu trem. Passava hidratante no corpo pra ver se o cheiro a fazia se sentir melhor, e fazia, um cheiro cítrico. Colocava a roupa.

Passava pelo corredor, sobre o caminho que se cravava ao assoalho de tão usado, assistia seus pés batendo no chão quando pensava um pouco mais sobre sua semana. Quase não havia feito boas lembranças, e ainda tinha problemas da semana passada pra resolver... talvez estivesse perdida.

Normalmente todos estão na mesa, mas, dessa vez, apenas Kenta e seus pais eram os únicos por ali. Talvez até fosse ela, a chave para que tudo saia do eixo.

— Onde estão os outros? — Sae pergunta.

— Noah disse que tinha um compromisso cedo na faculdade hoje. — Disse sua Asumi.

— E o doidinho?

— Ele não chegou em casa ontem de noite, mas me ligou agora de manhã. — Ela ria. — Sabe como ele é, né? Saiu com os amigos, e algum dia eles voltam.

— Claro. — Respondeu. Não era tão comum, mas, ainda assim, plausível, então não tinha porque questionar.

Sentou-se no seu lugar naquela mesa redonda, ao lado do irmão mais novo, e se serviu de um café da manhã estilo australiano. Era uma delícia, pra não exagerar de mais. Mesmo havendo alguns melhores pelo mundo, o tempero dele era algo que só se encontrava ali, naquela mesa redonda, sentada em seu lugar todas as manhãs.

O relógio se aproximava das 7 horas. Pegou seus materiais e conferiu se continuava com a roupa engomada e o cabelo arrumado, pronta para partir, motivando-se no reflexo do espelho da entrada da casa.

Estava envergonhada. Colocou seus tênis e deixou a residência sem pronunciar qualquer palavra. Caminhou rua abaixo até a estação de trem do bairro, seguindo a linha amarela que pintava a calçada com os olhos. Pensava que, possivelmente, essa era a hora de pedir ajuda, se não, procurar por algum apoio. Precisava falar com alguém, como falou com Aizawa no início da semana.

A brisa soprava os ganchos de apoio do trem, algumas meninas se incomodavam de ter seus penteados bagunçados e alguns senhores seguravam firme em suas perucas. Perdida, a loirinha olhava pela janela, tentando prestar atenção no anúncio das paradas seguintes. Descia logo em frente a escola, com seu material em mãos, com, exatamente, 37 minutos até a aula começar.

Sentava-se atrás de Yaoyorozu, quieta. Passeando os olhos pela sala, via os outros chegarem.

— 3 segundos para se organizarem. — Entrava o professor em seu discurso ja habitual. — Melhorem.

Um suspiro decepcionado se espalhava no ar. Todos tentaram, genuinamente.

Só então, começa a chamada do dia para saber quem veio. As aulas de Aizawa não eram de muito conteúdo, mas, sim, uma espécie de reunião antes de começarem os estudos.

Hero's Legacy - Boku No HeroOnde histórias criam vida. Descubra agora