18°CAPÍTULO

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Em um jogo de prazer, o importante é participar...

ANY GABRIELLY

Não falamos nada até terminar o jantar. Em algumas oportunidades observava Josh, e ele parecia um cara normal, o que soava bem estranho para mim.

— Que tal falarmos de negócios? - perguntou, animado.

— O que precisa que eu faça?

— Só uma coisa: jogue comigo.

Se havia uma coisa na qual era boa eram jogos. Joshua iria se arrepender seja qual fosse o jogo escolhido.

— Interessante - sibilei. — Vai ser legal acabar com você nas cartas. Joshua meneou a cabeça em desacordo, depois sorriu.

— Você não vai ganhar de mim, porém vou deixar que escolha: poker ou blackjack?

— Sou boa nos dois. Vou te dar uma chance e deixar você escolher.

— Tudo bem. E, para ficar mais animado, iremos apostar.

— Por mim tudo bem. Qual será a aposta?

— Eu quero você! - disse, com os olhos brilhando, e em seguida se levantou, vindo para trás de mim. - Se eu ganhar, quando terminarmos os jogos, você tem que fazer tudo que eu mandar até a meia-noite. E, preciso te adiantar... sou muito duro!

Refleti sobre a sua proposta, mas o meu corpo estava ansioso com o jogo. Na verdade, o jogo era só a propaganda para algo mais interessante...

— Ok, eu aceito os termos.

— E, o que deseja se ganhar? - Ele continuou massageando as minhas costas e foi inevitável não fechar meus olhos, sentindo sua mão em contato com a minha pele.

— Quero as gorjetas integrais para quem trabalha no cassino. - Ouvi uma risada abafada, e em seguida ele voltou até a sua cadeira.

— Então você se importa mesmo com essas pessoas...

— Essas pessoas são minhas colegas de trabalho, então, sim.

— Por mim tudo bem, que os jogos comecem.

***

Sempre fui muito competitiva em toda a minha vida. Minha família que o diga. Eu sempre ganhava nos jogos, esportes que praticava, bingos, entre outras coisas. Podia até dizer que foi geneticamente transmitido, só que os meus pais jogavam por diversão e nunca apostado.

Segui na mesma linha, já que nunca tivemos muito dinheiro. Eu prezava a diversão, só que gostei do  do meu futuro esposo. Após quase uma hora jogando poker eu estava perdendo para ele.

— Dia difícil? - perguntou, debochando.

— Nem tanto. Só estou lhe dando o gostinho de sair na frente. Já, já, eu viro essa partida.

Ele sorriu, e isso me abalou de certa forma. Recostei-me na cadeira e me permiti relaxar por alguns segundos enquanto ele embaralhava as cartas. Segundos depois, ele as distribuiu, observando meu rosto. Para quem nunca jogou poker podia parecer estranho, mas tudo era levado em conta, principalmente a expressão facial. Era extremamente importante observar como uma pessoa reagia, e seus olhos podiam dizer mais do que gostaria. Até mesmo a forma com que as cartas eram manuseadas davam pistas para os seus adversários, e o jeito com que as pessoas pegavam suas fichas para apostar também. Considerava o poker uma arte, e sabia apreciar uma bela obra-prima.

— Acho que dessa vez tem cartas razoáveis - revelou, sério.

— Quem sabe... - Coloquei as fichas na mesa, aumentando o valor da aposta.

— Seu sorriso muda quando está empolgada. E eu adoro o seu sorriso - pontuou, e fechei meus olhos, balançando a cabeça.

— Você não vai conseguir entrar na minha mente.

— Não preciso disso para ganhar - ele revelou, calmo, e aumentei novamente a aposta. Observei bem os seus olhos, e por mais que a sua beleza chamasse a atenção, não podia baixar a guarda.

— Ao que parece você também tem uma boa mão, senhor Joshua - falei, com a voz manhosa, tentando obter alguma informação.

— Não só a mão. Há várias partes do meu corpo que podem te satisfazer.

Sorri, e após pensar mais um pouco aumentei novamente a sua aposta.

— Não vai dar certo me distrair.

— Isso é o que veremos - respondeu, alternando o olhar entre mim e o restante das suas fichas.

— Me diga, Gabrielly: quantas tatuagens marcam o seu corpo?

Ainda não entendi o tipo de joguinho que Joshua estava fazendo, mas claramente ele estava tentando me intimidar, ou provocar. O que ele ainda não sabia era que também era muito boa em desestabilizar um homem quando desejava.

— Acho que só vai descobrir quando me vir nua.

— Isso foi um convite? - Ele cruzou os braços com as duas cartas na mão, olhando-me fixamente, e desviei meus olhos por alguns segundos, fechando-os em seguida.

— Não, até porque você nunca irá me ganhar em um jogo.

— Tem certeza?

— Sim.

O jogo se desenrolou por mais alguns segundos e senti que estava prestes a acabar.

Joshua passou uma das mãos em sua barba cerrada, em seguida fixou os olhos em mim sem piscar por vários segundos. Ele estava tentando ler a minha mente, e sabia que isso era perigoso, já que esse homem conseguia tudo o que queria.

— Aposto tudo! - ele falou do nada e tomei um susto. Estava com a segunda melhor mão no jogo, e calculei que dificilmente perderia essa partida.

— Tentando blefar nessa altura do campeonato? - provoquei, mas ele continuou com a postura séria.

— É só pagar pra ver, mas se tiver errada, suas fichas serão minhas. Não só as fichas, mas o seu corpo também.

Senti um arrepio ao ouvir sua voz, e até cogitei perder, mas dessa vez não estava lutando só por mim, mas por todos os funcionários do cassino. Pensei por quase um minuto, mas sabia que dificilmente ele ganharia.

— Eu pago! Depois de um suspense inicial ele sorriu e revelamos nossas cartas, quase caí da cadeira quando percebi que seu jogo era o vencedor.

Por um momento não acreditei, mas assumi a minha derrota. Em partes. Observei Joshua se levantando lentamente, em seguida sua mão segurou firme a minha nuca, fazendo-me fechar os olhos momentaneamente.

Em seguida, ele girou a minha cadeira e agachou, ficando na altura dos meus olhos. Momentos depois, aproximou-se e segurou meu queixo com firmeza dizendo:

— Agora, não só vou contar suas tatuagens uma a uma, como passar a minha língua em cada uma delas, baby.

𝘼𝙥𝙤𝙨𝙩𝙖 𝙁𝙖𝙩𝙖𝙡Onde histórias criam vida. Descubra agora