𝘼𝙥𝙤𝙨𝙩𝙖 𝙁𝙖𝙩𝙖𝙡

24°CAPÍTULO

Os jogos de sedução são os melhores...

ANY GABRIELLY

Meu trabalho foi mais leve. Em todos os sentidos. Os funcionários do cassino estavam alegres, e o motivo de tamanha felicidade foi a volta das gorjetas em 100% para nós.

Até mesmo as pessoas à minha volta voltaram a conversar comigo, e na cabeça delas me tornei uma heroína. Não gostava de pensar assim. Não era diferente de ninguém aqui, só tive uma oportunidade e estava agarrando, se nesse processo podia ajudar alguém, eu faria, por isso não me arrependia das minhas decisões.

No meu intervalo caminhei lentamente até a sala de descanso, mas fui abordada por quatro mulheres, uma ao lado da outra.

— Nós... queríamos agradecer por conversar com Joshua para voltarmos. Foi muito importante para nós — Anastácia disse, enquanto as outras mulheres me olhavam com um sorriso destacado nos lábios.

— Não é necessário. Eu só fiz o certo.

Observar no rosto delas grande felicidade pelo fato de estarem de volta ao trabalho, isso me fez dar valor ao esforço que fiz para vir até Las Vegas viver meu sonho.

— Mesmo assim, viemos convidá-la para sair com a gente nesse fim de semana. — Isso nunca havia acontecido. Tinha um contato maior somente com Yohanna, e confesso estar feliz que alguém estivesse me chamando para sair, sentia-me bem sozinha às vezes. — É só uma forma de te agradecer — Anastácia continuou, e assenti logo em seguida.

Depois que elas foram até suas respectivas mesas, continuei meu caminho até a sala de descanso. De relance percebi Joshua acompanhado por pelo menos quatro homens, mostrando alguns locais para eles, enquanto ponderavam algo.

Ele estava vestido de forma impecável e de fato parecia o CEO do cassino. Parei alguns segundos, observando-o gesticular com os homens, que o ouviam atentamente. É estranho. Ainda não caiu a ficha que ia me casar baseado em um plano, que era bastante arriscado, por sinal. Ignorei meus pensamentos, e naquele momento percebi meu futuro esposo olhando para mim, abrindo um sorriso logo em seguida.

Ainda não compreendia o motivo dele me desmontar tanto assim, ou o porquê ficava boba em sua presença. Retribuí seu sorriso com outro, mas não fui até ele. Joshau me notar já bastava.

***

Acabei o meu trabalho por volta das 18h, e até cheguei a sair do cassino, esquecendo-me de que tinha uma nova casa, mas voltei e entrei no elevador, indo para a minha nova morada.

Acho que um dia me acostumaria, até me desacostumar. Como Joshua me prometeu, após o casamento iríamos nos separar em até um ano, e não sabia o que me aguardava. A melhor coisa que podia fazer era não pensar no assunto, ao menos por agora. Viva um dia de cada vez.

Ao me aproximar da suíte abri a porta com a chave que Joshua me deu pela manhã. Não pensei que ele já estivesse aqui dentro, mas ele estava jogando sinuca consigo mesmo a uns dez metros de mim, perto da piscina.

— Você devia estar no seu escritório. Como vamos pagar as contas desse jeito?! — perguntei debochada, fechando a porta, e vi o seu rosto concentrado se tornar divertido quando terminei.

— Acho que só hoje fui mais produtivo do que a semana passada inteira.

— Me conte o que aconteceu. — Sentei-me no sofá, e na sequência ele desviou seus olhos do jogo, olhando-me.

Observá-lo era uma visão muito boa, e pelo menos isso não iria me cansar. Ele segurando esse taco de madeira me olhando então...

Meu lado safada de vez em quando aflorava, e sinceramente era superdivertido para eu ter esses momentos, desconectava-me da realidade estressante que era o meu dia a dia.

— Um dos homens que me acompanhavam na hora do almoço era o governador, e ele quer alguns espaços do cassino para promover sua candidatura ao fim do ano.

— Isso é interessante, mas não é ilegal misturar política com jogos de azar? — perguntei. — Depende do seu ponto de vista, ou da forma que será feito.
—Joshua sorriu, em seguida
voltou-se à mesa, dando uma tacada, estourando todas as bolas do centro da mesa. — E como será feito?

— Ainda não sei, acredito que você cozinha e toca piano — expliquei,  ele abriu um sorriso bonito. 

— Tenho defeitos, mas inúmeras qualidades. Sou uma ótima companhia, tenho um rosto bonito, boca marcante, um corpo desejável e sei fazer uma boa comida. Posso afirmar que minhas mãos sabem trabalhar muito bem, em qualquer ocasião.

— Sobre as mãos... temo que seja verdade.

— Teme? — Arqueou as sobrancelhas.

— Dependendo da situação, algumas mãos podem te levar ao paraíso... e ao inferno. Só que as minhas também... — completei, indo até ele, admirando seus belos olhos, bem como o seu sorriso safado, em seguida, peguei o taco da sua mão. — Por isso, vou te vencer na sinuca com as minhas próprias mãos — completei.

— Jurei que estava falando de outra coisa. — Bufou, debochado, andando e pegando outro taco perto da mesa de sinuca.

— Você partiu meu coração, Any. Eu acho que não há mais volta. — Sorri. Pela primeira vez o escutei me char de Any.

Gostava de sua companhia e isso era algo que não imaginava no começo. Geralmente falavam que a primeira impressão era a que ficava, mas estava vendo aos poucos que isso podia ser um grande equívoco. É certo que algumas pessoas não mudavam, e apenas revelavam um pouco do seu interior. Só que outras passavam por transformações, e passavam a mostrar o que havia no fundo de seu coração. Eu era um conjunto das duas, e o problema disso era que me tornava transparente demais e me machucava bastante.

— Que tal disputarmos e você perder outro jogo pra mim?

— Teremos alguma aposta especial hoje? — perguntou, caminhando lentamente até mim, com os olhos focados nos meus, acariciando a ponta do taco com um dos seus dedos; um toque sensual que me deixou arrepiada. Isso porque ele nem me tocou...

— Não sei...

— Ah, me fala... será alguma coisa bem sórdida? — falou manso e virei-me para ele.  

— Se eu ganhar você fará tudo o que eu desejar até a meia-noite. Tudo. — me limitei a responder, tentando me manter focada.  — E, você, o que quer de mim?

Eu me preparei para entrar no seu pequeno joguinho, sabendo que Josh só precisava de uma oportunidade para tomar o controle de alguma situação.

— Ao contrário de você, não estou com segundas intenções. Meu desejo é que me mostre seus dotes culinários hoje. Só isso. — Foi automático minha gargalhada, mas ele se manteve sério, ou pelo menos tentou. — As pessoas são incríveis. Enquanto não tenho segundas intenções, você tem terceiras, quartas, quintas intenções comigo — completou, suspirando forçado e novamente me acabei de rir.

— Você não vale nada, Josh.

— Eu sei, mas no fundo é exatamente disso que gosta em mim.

Sim, mais do que ele imagina...

Chegamos ao final mais um capítulo recheado de surpresas e momentos intrigantes!

A interação entre Any e Josh continua a se aprofundar, revelando camadas mais complexas de suas personalidades.

As trocas provocativas entre eles e a aposta sugerem que as coisas estão prestes a ficar ainda mais interessantes.

As incertezas da Any sobre o futuro, a relação em evolução e as tensões no ar são elementos que prometem muita emoção pela frente.

Fico curiosa para saber o que vocês acharam desse capítulo e para ler suas teorias sobre o que está por vir!

Comentem abaixo suas impressões e palpites sobre o próximo capítulo

Mal posso esperar para continuar essa história com todos vocês!