2°CAPÍTULO

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Às vezes, quando não aprendemos com os nossos erros, o destino aparece e nos dá uma ajudinha...

ANY GABRIELLY

Mais uma!

Dei a carta que o cliente pediu, e ele estourou, totalizando 22, e assim perdeu sua aposta de dez mil dólares.

Ele me olhou de forma demorada e respirou fundo, em seguida balançou a cabeça contrariado, como se a culpa fosse minha.

Era crupiê há quase um ano no Daimond Royale. Dava cartas na sessão do blackjack, o famoso 21 para os íntimos, um jogo que consistia em ter o número mais alto possível de pontos até o máximo, 21 pontos. Na minha mesa jogavam até sete clientes e eu representava o cassino.

Teoricamente eles apostavam contra mim, mas na prática era contra o estabelecimento de jogos. É complicado pra quem não vivia nesse universo entender algumas das regras, e tinha algumas amigas que até hoje me perguntavam sobre isso.

Falando sobre mim, preciso destacar que a minha rotina é exaustiva. Saí da pequena cidadezinha de Kingman para tentar a sorte em Las Vegas.

Desde que me entendo por gente minha família amava baralhos, e cresci nesse ambiente. Logicamente, aprendi a gostar da maior parte dos jogos relacionados e sonhava em trabalhar no ramo.

Então... aqui estava, trabalhando de forma extenuante para ganhar uma merreca de 8 dólares por hora. Parece piada, mas não é.

— É incrível, parece que manipula as cartas! — um dos clientes disse, referindo-se a mim.

Não me importei com a sua frase. Isso era leve em comparação ao que ouvia todos os dias, era como se fosse um "elogio".

Sorri.

Aqui no cassino era obrigada a ser cordial com os clientes, e também possuía um uniforme especializado para entreter os homens que jogavam.

Precisava usar um vestido brilhante preto, e meu batom obrigatoriamente devia ser da cor vermelha. Além de tudo, a maquiagem carregada era indispensável, o cabelo devia estar preso em um coque, e pulseiras e colares eram itens essenciais, passíveis até de demissão se não usados corretamente.

Em suma, os clientes deviam se perder na beleza das mulheres que davam cartas, não se importando em permanecer apostando por longas horas seguidas.

Precisávamos até puxar papo com alguns, tentando fazê-los esquecer o prejuízo, que em algumas oportunidades passavam da casa dos milhares, chegando até em milhões.

Além de tudo isso, dia após dia recebia convites de vários deles para passar a noite em alguma suíte e afins. Perguntavam se eu tinha um preço direto. Não era garota de programa, mas precisava aguentar calada, já que estava falida, e mal tinha dinheiro para sobreviver na cidade.

Além do mais, era proibido se envolver com algum cliente do cassino. De forma alguma podia vacilar dando a entender que me interessei em alguém.

Definitivamente não foi esse o glamour que vim buscar em Las Vegas...

Ultimamente me tornei uma pobre coitada tentando sobreviver, e com o tanto de cortes de funcionários no cassino, não podia arriscar ser demitida. Seria uma tragédia das grandes. Apesar de algumas situações ruins, amava esse ambiente sofisticado, os vestidos caros que ganhávamos, e a facilidade do meu trabalho.

𝘼𝙥𝙤𝙨𝙩𝙖 𝙁𝙖𝙩𝙖𝙡Onde histórias criam vida. Descubra agora