25°CAPÍTULO

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Há uma forma de liberar energia melhor do que o sexo?

JOSHUA BEAUCHAMP 

Ainda me restavam algumas dúvidas se me esforçava para perder ou ganhar. Se eu forçasse um pouco mais ganharia o jogo de Gabrielly, principalmente porque nos dias que estava sozinho em meu apartamento jogava sinuca comigo mesmo, e esse hábito aperfeiçoou bastante as minhas habilidades.

— Pelo menos nesse jogo você é bom — caçoou, enquanto se preparava para dar um tacada, encaçapando a bola na sequência.

— Sim, mas tenho uma adversária à altura. — Dei a volta na mesa, apoiando-me no taco, observando seu corpo se debruçando.

— Ou está me deixando ganhar porque está curioso com o que vou pedir — explicou, e sorri, meneando a cabeça de um lado para o outro.

— Acho que nunca saberemos essa resposta. O jogo se desenrolou por mais alguns minutos, e somente uma bola sobrou na mesa.

Dei algumas chances para que Gabrielly terminasse a partida, mas isso não aconteceu. Precisaria fazer algo a respeito. Na minha vez, mirei bem na bola "1", mas não foi só isso.
Acertei-a com força e consegui encaçapá-la, mas em seguida a bola "branca" fez o mesmo, caindo em outro buraco da mesa. Perdi.

— Se diz tão habilidoso na sinuca, mas conseguiu matar a última bola e "suicidar" o bolão. E, como sempre, perdeu pra mim.

— Foi uma tacada infeliz. Eu ganharia se não fosse essa infelicidade — menti e bufei, fingindo estar contrariado com o resultado, o que de fato não estava acontecendo.

— 2x0 pra mim. Perdeu no poker e agora na sinuca. Precisamos achar algo que seja realmente bom pra ter mais graça, concorda?

Hoje, Gabrielly estava bem mais falante, e provocante também. Gostava dessa sua versão, levemente mandona, mas com postura de mulher, liderando determinadas ações. Tudo o que ela faz parece ser um divertimento puro, com bastante descontração. Há muito tempo não sentia algo assim.

— Que tal você parar de debochar e me falar o que deseja?

— Nossa...! Não posso nem tirar um sarro do poderoso Joshua mais?

— Você pode tirar o que quiser de mim... — respondi, dando a volta na mesa, indo até ela. — Inclusive a minha roupa.

— Realmente, você anda muito previsível, eu imaginei que falaria algo assim.

— Se sou tão previsível, isso me leva à segunda pergunta...

— Que seria...? — perguntou, mordiscando os lábios. — Por que a roupa ainda está no meu corpo? Ouvir isso claramente não estava nos seus planos, porém logo ela abriu um sorriso, aproximando-se de mim.

— Precisamos começar o que terminamos, não acha?   — Não foi preciso uma palavra sequer, e minha mão direita grudou no seu pescoço. Ela umedeceu os lábios, um pouco assustada, mas não havia muito o que ela pudesse fazer, eu não iria recuar.

— Por que acho que vai se aproveitar de mim, da minha vulnerabilidade pelo seu corpo...?

— Porque é exatamente isso que farei.

Tomei sua boca, levemente desesperado. O que não era bem palpável era toda essa mistura de sentimentos que estavam fervilhando dentro de mim. Isso contradizia tudo o que eu tinha em mente, mas ao mesmo tempo me fazia sentir vontade de fazê-la minha de verdade.

Nunca imaginei que iria me apaixonar a primeira vista e por garota tão diferente de mim, mas aconteceu. E agora ela me pertence

— Josh... — sibilou, com os olhos fechados.

𝘼𝙥𝙤𝙨𝙩𝙖 𝙁𝙖𝙩𝙖𝙡Onde histórias criam vida. Descubra agora