3°CAPÍTULO

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Desistir em meio às dificuldades nunca é uma opção válida

ANY GABRIELLY

Foram longos trinta minutos esperando, mas sinto que o meu ânimo se esvaiu totalmente. Quanto mais eu faço as contas, mais certeza tenho de não possuir um ano completo no Daimond Royale.

- Vocês estão liberadas para checar a lista - Guzman falou, e uma avalanche de pessoas se levantou, atropelando umas às outras.

Eu simplesmente permaneci sentada, olhando para o nada e refletindo sobre os meus próximos passos, os quais nem tenho ideia de qual seriam. Após alguns minutos divagando, senti um toque na minha perna.

- Parece que viu um fantasma - Yohanna falou, tentando ser simpática, mas seus olhos continuaram sérios.

- Qual é o problema?

- Acho que sabe - respondi, e me segurei para não chorar, pensei em tudo e nada ao mesmo tempo.- Eu não tenho um ano completo...

- Tente conversar com o Guzman, até mesmo com o Joshua. Não se preocupe, eles vão te manter.

- Queria muito ter seu pensamento positivo, amiga. Conversei com ela por mais alguns minutos, contudo, a minha cabeça estava em outro lugar.

Relutante, ainda sem acreditar e torcendo para as minhas contas estarem erradas me levantei, indo até a sala do meu chefe de setor, onde algumas pessoas estavam reunidas.

Com medo, peguei a lista em mãos, e arqueei minhas sobrancelhas quando observei que na frente do meu nome não havia nada escrito. Percorri com os olhos o restante da lista, e mais quatro mulheres estavam com o mesmo problema. Imediatamente fui até Guzman, perguntando o óbvio:

- O que significa isso? - Com certa impaciência ele pegou a lista das minhas mãos, dando uma rápida olhada nela, em seguida me entregou.

- Você e mais quatro mulheres têm 364 dias trabalhados no cassino. Joshua irá conversar pessoalmente com vocês. Sugiro que implore pelo seu trabalho.

Eu me sentia mal por ser tratada dessa forma, porém não enxergava outra alternativa. Podia até tentar uma vaga em outro estabelecimento para dar cartas, mas ser contratada de fato levava certo tempo, e no momento estava com cinquenta dólares em minha conta.

- Quando posso conversar com ele?

- Já devia estar lá! - pontuou com rudeza.

Ainda sem entender muito do que ia adiantar conversar com Joshua, peguei o elevador e fui até o 13º andar, onde ficava o seu escritório. O andar todo estava praticamente vazio, ao que parecia o corpo administrativo já havia ido embora.

Há alguns metros do local observei uma mulher que trabalhava na minha seção saindo da sala do meu chefe, e ao notar sua expressão percebi que chorava e soluçava copiosamente.

Não fui rápida o suficiente para perguntar o que havia acontecido, então ela disse:

- Ele me demitiu faltando um dia para completar um ano no cassino! Joshua é um monstro sem coração!

E foi isso. Simplesmente ela disse essas palavras ao cruzar por mim, e eu já sabia o meu fim. Ao me aproximar um pouco mais notei a porta entreaberta, então passei por ela e o vi encostado na bancada da parede, diante da janela, com o cassino todo aos seus pés, portando um copo de whisky.

- Senhor Joshua, meu nome é Any Gabrielly e estou trabalhando no cassino há quase um ano - falei rápido, antes que ele me mandasse embora sem ao menos ouvir o que tinha a falar para manter o meu emprego.

𝘼𝙥𝙤𝙨𝙩𝙖 𝙁𝙖𝙩𝙖𝙡Onde histórias criam vida. Descubra agora