O Sexto Sentido

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 Algo a despertou de seu sono profundo. Ela abriu os olhos lentamente, buscando clarear seus pensamentos. O silêncio dominava o ambiente, assomando sobre a noite. Pela janela aberta, podia observar o céu estrelado, que surgira em algum momento. Não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde que pegara no sono. Ela nem ao menos se lembrava de ter adormecido. Há dias era acompanhada de um pressentimento ruim. Algo perturbava seu coração e sua mente, apenas ainda não estava ao seu alcance até algumas horas antes. Como agora. Não fora um ruído, nem qualquer outra coisa que os cincos sentidos permitiriam distinguir. Fora algo mais sutil que provocara o seu despertar. Uma sensação. Um aviso.

A tensão e a frustração do dia, que passara numa lentidão avassaladora, finalmente cobraram seu preço. Sua última lembrança era de ter estendido o corpo na cama após um banho quente, numa tentativa não apenas de relaxar seus músculos doloridos, como, também, de afastar todos os sentimentos que a dominavam do nascer ao por do sol. E ainda permeavam sua mente. Poucas vezes se sentira tão impotente como nas últimas semanas. Algo que vinha se repetindo sem parar. Desde antes da partida de seu irmão.

Mesmo sabendo o que estava por vir, fora obrigada a ficar a par dos acontecimentos, sem a permissão de interferir, por ordem de seu mestre. Algo que não poderia ser ignorado, muito menos desobedecido. Nenhum deles recebera autorização para deixar o Santuário e lutar sob as águas nos domínios do deus dos mares.

Satine esfregou os olhos e se pôs em pé num salto. Passou os olhos pela janela aberta uma última vez, como se a noite pudesse lhe trazer alguma resposta, mas apenas o silêncio veio em resposta. Fitou a Caixa de Pandora no canto do quarto e tomou sua decisão.

A urna se abriu revelando a armadura prateada que flutuou em meio a luz, assim como seu próprio corpo, indo ao encontro uma da outra. A estrutura em forma de taça separou-se em diversas partes, que pairaram no ar, antes de se moldar com perfeição ao seu corpo. Primeiro o elmo, depois peitoral e cintura, ombros e braços e por último as proteções das pernas, cobrindo dos pés a metade das coxas, e as botas. A armadura de prata de sua constelação protegia quase toda a extensão de seu corpo, deixando apenas uma pequena porção de vestes púrpura exposta.

Sem hesitar, ela correu em direção ao coração do Santuário. O lugar onde poderia encontrar as respostas ou pelo menos aliviar seu coração.

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As Chamas do Cosmo Nunca se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora