Gaiden 1 - Gelo e Vodka

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PS: Geralmente, as observações costumam vir ao final dos capítulos, mas nesse caso precisei antecipar. Esse Gainden fará parte da continuação da história, a Saga do Olimpo. Então se você quiser deixar para ler na próxima história, As Chamas do Cosmo Ecoam pela Eternidade (já disponível no wattpad), ele estará encaixado no momento certo. ˆˆ

A garota ergueu a gola do casaco, puxando até o queixo para protegê-la da neve e do ar glacial da Sibéria, antes de bater a porta. O dia havia ficado para trás e uma Aurora Boreal coroava o branco que se estendia a perder de vista. Ela se perguntou como alguém podia viver num lugar como aquele, mas a resposta a aguardava do outro lado da porta.

    Ela bateu de novo, os dentes rangendo e as mãos congelando mesmo dentro do par de luvas. O casaco era pesado e revestido de peles, ainda assim não parecia suficiente e a Caixa de Pandora, que já fora prateada, agora estava coberta por cristais de gelo e pesava ainda mais as suas costas.

    - Satine!? - disse o rapaz, entreabrindo a porta - O que você está fazendo aqui?

    - Congelando ao que parece - disse ela, tremendo.

    - Vamos, entre logo - Camus se afastou para deixar ela passar - Vá para junto da lareira.

    - Até que seu coração não é tão gelado quanto dizem, irmão - brincou ela, largando a urna de sua armadura ao lado da porta, e se dirigiu como um robô até junto do fogo que crepitava na lareira do outro lado da sala.

    - Você perdeu o juízo? - Camus foi até a irmã e tirou as luvas dela, usando o próprio Cosmo para aquecê-la - Não me olhe assim, posso ser um Cavaleiro do Gelo, mas sei produzir calor quando alguém está prestes a congelar.

    - Obrigada, maninho! - disse ela, um sorriso sincero se formando em seu rosto - Quanto ao juízo, acho que o Grande Mestre concordaria com você. Acredito que pra ele eu nunca o tive. Tanto que ele me mandou vir pra cá em pleno inverno apenas para lhe entregar uma carta e olha que ele poderia ter mandado o recado de mil maneiras diferentes, sem ter que me fazer sair do Santuário.

    - Então... O que aconteceu dessa vez?

    Satine se sentou na frente do fogo e estendeu as mãos para as chamas.

    - Parece que o Mestre me queria longe do Santuário de novo - ela deu de ombros.

    - E qual foi o motivo dessa vez, irmã? - Camus a conhecia melhor do que ninguém para saber que ela podia até conseguir disfarçar o Cosmo, mas muito raramente a expressão, que agora era um misto de indignação e diversão.

    - Esse - Satine abriu os botões superiores do casaco com os dedos dormentes e tirou uma corrente do pescoço, a qual depositou sobre as mãos do irmão.

    O Cavaleiro de Aquário arregalou os olhos.

    - Não imaginei que Aioria faria isso - o rapaz girou o objeto metálico entre os dedos - Então quer dizer que o Leão finalmente criou coragem para desafiar o Santuário!?

    - O Grande Mestre, você quer dizer! - Satine pegou a corrente e passou o anel dourado para o seu dedo - Na verdade, ele guarda essa aliança há um bom tempo, mas sabia o que aconteceria se fizesse o pedido - ela fez uma careta.

    - Então, ele...

    - Não! Ele pretendia, mas o Mestre me mandou nessa missão sem cabimento antes que ele o fizesse.

    - Mas, então, como Aioria...

    - Eu já havia percebido a intenção dele há semanas, você pode imaginar. As vezes é difícil saber das coisas antes que aconteçam, mas nesses caso... Falei a Aioria que eu sabia o que ele pretendia fazer e ele me entregou a aliança, para que ficasse mais próximo do meu coração. No fim, o Mestre mandou ele e Miro numa missão sabe-se lá pra onde.

As Chamas do Cosmo Nunca se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora