Não Cutuque um Leão Adormecido

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Satine acompanhava Miro pela floresta. Haviam deixado o Santuário horas antes e o Cavaleiro de Escorpião se negara a contar a ela qual a missão dada pelo Grande Mestre.

    - Miro, diga-me de uma vez, aonde estamos indo? - perguntou ela, irritada.

    - Acalma-se, Satine. Logo você irá descobrir.

    - Por que estamos seguindo os rastros de Aioria?

    - Ah, então você percebeu - Miro parou por um instante.

    - Não se faça de sonso, você sabe que conheço o Cosmo de Aioria tão bem quanto você.

    - Estamos seguindo Aioria até o Oriente a pedido do Grande Mestre que o incumbiu de uma missão - Miro decidiu acabar com o suspense - Pensando melhor, foi o próprio Aioria quem se ofereceu para ir até o Japão.

    - Japão!? Ah, não... Você só pode estar brincando, Miro!

    - E por que eu mentira para você?

    - Você sabe o que há no Japão, não sabe? Por que Aioria se oferecia para...

    - Satine, as vezes você é tão ingênua - Miro fingiu limpar alguma coisa no ombro da própria armadura - Seu querido Aioria cresceu tendo como irmão o traidor do Santuário. Você acha mesmo que ele perderia a oportunidade de provar o seu valor?

    - Isso só pode ser um pesadelo! Eu não vou participar disso - Satine fez menção de se afastar e regressar pelo caminho que vieram.

    - Se você descumprir as ordens do Grande Mestre será considerada uma traidora do Santuário, Satine. Pense bem no que vai fazer.

    - Eu não posso atacar meros Cavaleiros de Bronze!

    - E quem disse que essa é a nossa missão? Ah, Satine... - Miro desviou seu atenção para uma ave que sobrevoou a cabeça deles e a paralisou em pleno voo - Aioria é quem deve matar os Cavaleiros de Bronze. Nossa missão é apenas confirmar que ele faça isso.

    - Como você tem essa coragem, Miro? Aioria é um Cavaleiro de Ouro como você! - o sangue de Satine começou a ferver - Desde quando é um espião do Santuário?

    - Desde que aceitei essa missão, assim como você! - Miro se virou de costas para a Amazona.

    - Seu... - o corpo inteiro de Satine tremia. Os punhos fechados ao lado do corpo estavam se contendo para não atacar o Cavaleiro que conhecia desde garotinha.

    - Pense bem no que você fará, Satine - falou Miro, ainda de costas para ela - Se eu fosse você não tentaria intervir. As consequências podem ser desastrosas para você.

    - O que aconteceu com você, Miro!? Não estou reconhecendo essa pessoa que você se tornou. Por acaso você guarda rancor pelo que aconteceu quando éramos crianças?

    - Que bobagem! Nós éramos apenas crianças! - Miro voltou-se para ela - Apenas sigo ordens, Satine, assim como você. Sou um servo fiel do Santuário. Você deveria fazer o mesmo.

    - E nossa honra como Cavaleiros de Atena vai parar onde se ao invés de protegermos os mais fracos nós os atacarmos?

    - Escute o aviso de um amigo, Satine - Miro parou bem próximo dela - Nem tudo é o que parece.

    - Você está prestes a trair um amigo em nome do Santuário - o Cosmo de Satine vibrava, acompanhado a tensão de seu corpo - Vai permitir mesmo que ele se torne um assassino em nome do Mestre e jogue sua honra de Cavaleiro na lama?

    - Ah, Satine, minha doce Satine - Miro ajeitou uma mecha do cabelo dela - Parece que você está prestes a se rebelar contra o Santuário. Que desperdício!

As Chamas do Cosmo Nunca se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora