As Chamas do Cosmo Nunca se Apagam

Epílogo

O jardim próximo ao Templo de Atena estava coberto por um tapete de flores. Talvez fosse o único lugar do Santuário que não apresentava as marcas das batalhas que se estendiam pelas Doze Casas até o Templo de Atena.

    Satine estava em guarda, junto de Seiya. A Armadura de Prata de Taça, que sobrevivera aos Elísios, emoldurava seu corpo intacta, o que ressaltava ainda mais os ferimentos que marcavam sua pele. 

    Já fazia quase três dias que Atena partira, acompanhada de Shun. O Cavaleiro de Pégaso continuava inconsciente em sua cadeira de rodas, alheio a tudo que se passava.

    Nem mesmo quando o Anjo do Olimpo os atacara, o jovem Cavaleiro de Bronze esboçara qualquer reação. Marin e Shina haviam lutado contra ele e depois desapareceram quando o Cosmo de Ofiúco ressurgiu, abalando a estrutura do Santuário, já em frangalhos.

    Atenta a qualquer ruído ou movimento, Satine recolheu algumas flores e colocou no colo de Seiya.

    - Seiya, eu acredito em você - pensou Satine, ajoelhada em frente ao jovem Cavaleiro, as mãos dele entre as suas - Você é o Pégaso, aquele que renasce a cada Guerra Santa para proteger Atena e levá-la a vitória. Você é mais do que essa lâmina que se aproxima de seu coração. Vamos, lute uma última vez contra Hades e volte para nós!

    Mas o jovem Cavaleiro de Pégaso, se ouviu ou sentiu o Cosmo de Satine se elevando e irradiando para seu coração, não demonstrou tomar conhecimento. Ela observou o sol da tarde coroar os cabelos castanhos do garoto, antes de sentir o que seus olhos logo poderiam ver. A jovem Amazona se levantou e se virou em direção ao sol poente, a tempo de ver cinco cometas de luz rasgarem os céus em direção ao Santuário e explodirem logo abaixo dela, como uma chuva de meteoros. O coração dela quase parou de bater por alguns instantes, seus olhos piscando sem parar.

- Mestre Satine!? - Kiki se materializou, de repente, ao lado dela, deixando escapar um bocejo - O que foi isso?

    - Olá, Satine! - uma voz familiar tocou seus pensamentos, proveniente da quinta Casa do Zodíaco.

    - Aioria!?

    - Você não achou que se livraria de nós, não é mesmo? - outra voz reverberou na mente dela.

    - Mu!?

    - Mestre Mu!? - Kiki saltou no ar e depois abraçou a cintura de Satine, que passou os braços em torno do seu mais novo e primeiro aprendiz.

    - Olá, Kiki!

    - Parece que os deuses não quiseram nos deixar desfrutar a paz do Nirvana - reclamou um terceiro Cavaleiro, mas ela podia escutar um tom de divertimento.

    - Shaka!?

    - Hump! Não lhe dê ouvidos. Só ele estava no Nirvana.

    - Miro!?

    - Alguém bagunçou tudo.

    - O importante é que estamos de volta - disse Aioria - Pelo menos alguns de nós.

    - Nossas armaduras, no entanto... - ponderou Miro.

- Deve ser por isso que Mu foi trazido de volta - provocou um Cavaleiro que se mantivera em silêncio até agora - Quanto a você, Miro... Não haja como uma criança que perdeu seu brinquedo preferido. Sua armadura não foi desintegrada.

    - Mestre Ancião!? - disseram Satine e os outros em coro.

    - Alguém vai precisar arrumar a bagunça desse Santuário - explicou o Cavaleiro de Libra - À propósito, me chamem de Dohko. Dessa vez espero não precisar do Misopetha-Menos e envelhecer normalmente.

    Satine sorria, sem acreditar no que estava acontecendo. Imaginava ter perdido todos eles, mas de alguma forma, os últimos defensores das Casas do Zodíaco estavam de volta. Agora, não importa as batalhas que tivessem pela frente, ela estava em paz.

    Então, como se nada mais pudesse surpreender, Seiya abriu os olhos.

    Esse não é o fim, muito menos um Adeus. Porque as chamas do Cosmo nunca se apagam!

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