As Portas do Inferno se Abrem

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As botas tocaram as rochas com força. A Armadura de Ouro reclamou e ela precisou dobrar os joelhos para absorver o impacto. Contemplou o lugar desolado e foi tomada por um mau pressentimento. A solidão desabou sobre a sua cabeça, fazendo-a engolir em seco. Se não tivesse ido até o Inferno para ajudar os outros Cavaleiros e a Atena, ela fugiria dali no mesmo instante.

- Aioria - pensou - Eu não sei onde você está, mas farei de tudo para encontrá-lo. Guie-me até você, por favor!

- Satine! Você está bem?

- Dohko! - respondeu Satine, aliviada, deixando um suspiro escapar, enquanto os ombros relaxavam.

- Onde estão os garotos? - perguntou ela, passando os olhos em volta, sem encontrar mais ninguém.

- Devem ter se separado de nós na queda - Dohko apoiou uma mão no ombro dela - Precisamos encontrá-los e chegar até Shaka e Atena.

- Sim, faremos isso - Satine concordou - Se formos atrás de Hades, acharemos todos.

- Melhor nos apressarmos - disse Dohko e partiram rumo ao desconhecido - Todos os que buscamos devem estar atrás desse portal.

Eles cruzaram as portas do Inferno, que trazia um alerta "Aqueles que aqui entrarem, devem perder todas as esperanças." e caminharam por um longo tempo antes de chegarem as margens de um rio tão largo quanto o Amazonas, onde um Espectro desacordado jazia dentro de um barquinho.

Dohko cutucou o barco com a bota de sua armadura, fazendo com que ele despertasse assustado.

- O que vocês querem aqui? Eu não vou levar mais ninguém que esteja vivo para o outro lado. Não adianta insistirem. Se quiserem, vão ter que me matar.

- Hummm - disse Dohko - É mesmo? E quem foi que você transportou antes de nós?

- Vocês Cavaleiros, não param de me importunar! Ah, como eu me arrependo de ter deixado aqueles dois subirem no meu barco - o Espectro começou a resmungar - Nem me pagaram o que deviam e ainda... Só deixei eles subirem por causa do olhar bondoso do garoto de cabelos verdes, mas aquele outro garoto mal educado ainda vai me pagar.

- Shun e Seiya! - Satine quase pulou de felicidade. Ela tinha certeza de que só poderiam ser eles - Então eles conseguiram alcançar o oitavo sentido!

- E onde eles estão agora, Caronte de Aqueronte? - perguntou Dohko, segurando o Espectro pelo pescoço.

Caronte arregalou uma sobrancelha.

- Do outro lado do rio, mas vocês não chegarão até eles.

- Ah, não!? - Satine tinha o olhar tão frio como o do seu irmão - Isso é o que nós veremos.

- Pó de Diamante!

Satine direcionou suas mãos contra o Espectro, cuja expressão de surpresa foi a última registrada em seu rosto, que congelou assim como seu corpo. Dohko o soltou antes que o frio passasse do Espectro para ele.

- Era mesmo necessário? - perguntou o Cavaleiro de Libra.

- Cansei desse falatório todo - respondeu a Amazona de Touro.

- Não sabia que você dominava as técnicas de Camus - disse Dohko empurrando Caronte para o lado para abrir espaço para Satine no barco.

- Meu irmão foi meu primeiro mestre, então... - ela sentou na borda da pequena embarcação - Aprendi uma coisinha ou outra.

- Você é cheia de surpresas, Satine! - Dohko sorriu e o barco começou a deslizar pela superfície da água escura do Aqueronte - Mas imagino que há ainda mais segredos a desvendar, não é?

As Chamas do Cosmo Nunca se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora