Capítulo 52

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Enquanto caminhavam em direção à Paula, que estava na cozinha, conversando alguma coisa aleatória com Maria e praticamente tendo ignorado o pedido de Helena de dar o fora da casa, Clara pensava em tudo que havia vivido até ali. Havia sofrido para aceitar um lindo destino. Destino este que tinha olhos tão verdes como esmeraldas e um sorriso mágico; destino esse que tinha um enorme coração e um toque tão suave que era como se algodão lhe tocasse a pele.

A mais nova até tentou, mas não conseguiu identificar o exato momento onde se apaixonou por Helena. Um dia simplesmente tinha certeza; nada de melhor poderia ter lhe acontecido.

-- Onde está neste exato momento, minha senhora Weinberg-Albuquerque? -- Helena perguntou apertando suavemente a mão de Clara, parando na porta da cozinha.

-- Em algum lugar entre o brilho dos seus olhos e o gosto do seu beijo. -- Clara murmurou e Helena mordeu seu lábio inferior.

-- Obrigada por ter me deixado entrar em seu coração. -- Sussurrou, colocando uma mecha de cabelo de Clara atrás de sua orelha.

-- O mérito é todo seu. Eu jamais deixei. -- Falou rindo. -- Você simplesmente entrou; se alojou aqui... -- Falou segurando a mão de Helena e a colocou sobre seu coração. Helena se aproximou, sentindo os doces lábios de Clara esbarrarem nos seus em um suave selinho. -- Hora de expulsar a bruxa. -- Disse sorrindo com os olhos.

-- Certo. -- Helena disse, adentrando a cozinha. -- Oh meu Deus, Clara, como pôde me trair? -- Perguntou querendo rir, vendo Jennifer sorrir com a cena.

-- Helena, eu juro que próxima noite te deixo dormir do seu lado da cama.

-- Falou rindo, vendo de soslaio Paula franzir o cenho.

-- Então tudo bem... Está perdoada. -- Helena disse, dando um selinho em Clara enquanto sorria.

-- Você perdoou a traição dela? -- Paula perguntou incrédula, enquanto Maria apenas se retirou ao notar que o clima pesaria.

-- Sim.

-- Helena, ela transou com outro, na biblioteca. Como pode perdoar isso?

-- Perdoando, oras. -- Paula trancou o maxilar e inflou as narinas.

-- Ótimo. Então continue beijando a boca dela após ela ter chupado a rola do ex-namorado.

-- Como sabe o que ela fez, Paula? E como sabe que foi na biblioteca? -- Helena perguntou, vendo a morena empalidecer.

-- Ele me disse. -- Mentiu, vendo Clara rir baixinho.

-- Pelo menos gostou? -- Clara perguntou. -- Porque todo esse trabalho deve ter que ter valido para algo, não acha?

-- Do que está falando?

-- Não precisa bancar a desentendida. Já sabemos o que fez. -- Clara disse. -- Desceu muito baixo dessa vez, Paula. Eu realmente queria ser sua amiga; queria erguer a bandeira da paz; mas se é guerra que você queria deveria ter se lembrado que a minha esposa é a comandante.

-- Helena, eu não sei do que ela está falando. -- Helena suspirou ao ouvir isso.

-- Eu vi o bilhete. -- Helena assumiu, vendo o exato momento onde Paula fechou os olhos ao perceber a estupidez de deixar sua letra conhecível.

-- Eu só queria ter a chance de você me notar. -- Paula disse, começando um choro alto.

-- Se esse fosse o caso... Não acha que transando com outra pessoa faria eu te notar menos?

-- O que você...

-- Sabemos que transou com ele. Théo confessou. -- Helena disse. -- Olha Paula, essa parte não me interessa, tudo bem? Com quem você decidiu ter relações e afins. A parte que me interessa é...

Clarena- Over The RainbowOnde histórias criam vida. Descubra agora