AO RESGATE

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Alice esperava na vila pela volta de Zayan. Eles haviam saído quando o nascer do sol despontara, e ainda nada de regressarem. A tarde já começava a ser deixada para trás, o que aumentava as preocupações da rainha.

Sem poder mais conter-se diante da angústia de que Zayan pudesse estar em apuros, ela chamou um grupo de guerreiras para acompanhá-la, e partiu selva adentro.

Aquelas que a acompanhavam eram extremamente fortes, levando consigo arcos-e-flechas, espadas e maças de guerra. Suas túnicas verdes balançavam no vento, e os rostos estavam fechados numa ira sinistra.

Alice ia entre elas, sem tirar os pensamentos do homem que começava a amar. O sentimento ainda não se consolidara completamente dentre seu peito de soberana, mas dava sinais pulsantes de existência. Tinha de encontrá-lo.

A lua brilhava alta no céu quando finalmente chegaram à clareira da batalha. Alice olhou o terror daqueles corpos caídos, e não pôde conter as lágrimas; logo, estas deram lugar ao ódio, e o rosto da soberana tornou-se austero.

Analisando melhor a cena, ela pôde perceber que o corpo do estrangeiro não se encontrava dentre os mortos. Uma razão para alegrar-se, e manter as esperanças!

— Sigam os rastros dos inimigos — disse Alice a uma de suas guerreiras mais habilidosas. — Temos de encontrá-los e dar o troco pelo que fizeram.

— Minha rainha — disse a guerreira —, sinto lhe dizer, mas a noite escura, mesmo com a luz da lua, torna impossível que vejamos qualquer pista.

— Então, partiremos pela manhã, sem mais delongas!

Quando montaram acampamento, Alice refletiu sobre o tempo que perdiam. Imaginava onde estaria Zayan, e rezava para que estivesse vivo quando o encontrassem.

— Uma noite — murmurou ela. — Só uma noite, guerreiro; aguente.

ZAYAN DO ESPAÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora