ZAYAN FABRICA UMA ARMA

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O homem do espaço viu-se extremamente acolhido pelos Amurakes. Os seres peludos demonstravam-se cheios de boa cultura, e admiravam o companheirismo e cooperativismo. Não havia escravidão dentre eles, a não ser aquela que se vincula à dependência dos recursos naturais.

Todas as noites havia banquetes, e os dias se transcorriam de forma agradável e acalorada. Nas fogueiras noturnas, dançavam ciranda, proferindo cânticos relacionados à mitologia dos Amurakes.

Durante todo este período, Zayan nada teve na mente que o tentasse a seu lado sombrio. Pensava apenas em coisas boas, e apaixonava-se cada vez mais por Alice! Não a enxergava como possível rival, mas sim como a liderança que o ajudara tanto até então.

Ainda assim, eles precisavam sair dali, e sabiam que a luta contra os Ykans estava para acontecer. Amurake os vira no horizonte, movendo-se dentre as matas. Tinha a convicção de que se organizavam para imensa investida; porém, nada sabia a respeito de Fenir e seu exército de mortos-vivos.

Levi e Alice, junto do homem do espaço, ensinaram tudo o que sabiam sobre confrontos bélicos. Inclusive, foi neste trocar de conhecimentos que Zayan fez bela descoberta, deixando os Amurakes anos adiante de seus inimigos.

Acontece que o homem do espaço andava em busca de caça, quando notou estranho mineral no solo, ao lado das raízes grossas e árvores imponentes. Abaixou-se para vê-lo com maior clareza, notando que se assemelhava a um cristal negro. Logo, movido pela curiosidade e, quem sabe, algum código genético programado, o guerreiro pediu uma picareta, e começou a extrair o minério.

Ao passar toda a tarde para moê-lo em fino pó, bateu nele pequeno graveto, e neste momento, algo incrível ocorreu. Foi uma miniexplosão, levantando fumaça ao alto. O homem do espaço sorriu ao ver aquilo, e logo pôs-se a pensar de forma superior, como sempre fazia.

Durante esse tempo, o pessoal da vila chegou a ficar preocupado, pois não viam o grande guerreiro há dias. Acontece que Zayan estivera ocupado na floresta, juntando recursos para a nova arma que tinha em mente. Munido das ferramentas corretas, madeira e ferro que conseguiu obter, Zayan fabricou o primeiro rifle daquele planeta.

Ainda era arma rústica, e podia disparar apenas uma bala por vez; entretanto, isso já seria de imensa serventia. Quando o homem do espaço retornou à vila trazendo o objeto, demonstrou aos Amurakes como ele funcionava.

Todos, inclusive Levi e Alice, ficaram de queixo caído quando perceberam a potência da invenção. Zayan mostrou-a a primeira vez atirando num tronco distante. Ergueu-a, colocando-a sobre o ombro, mirando por alguns segundos; então disparou o gatilho, e muita fumaça levantou-se do rifle.

A bala voou certeira, abrindo um bom buraco no vegetal, o qual explodiu em várias farpas. Sabendo do potencial do objeto, no mesmo dia, Amurake pediu humildemente a Zayan que ensinasse seu povo a fabricar a coisa.

De muito boa vontade, o estrangeiro aceitou a proposta, e logo passou os conhecimentos adquiridos àquelas pessoas bondosas. Em menos de uma semana, um em cada cinco Amurakes possuía o rifle, e já tinham fabricado cestas para carregar a munição explosiva e projéteis.

Alice também obteve a arma, e destacou-se por suas capacidades de mira. Podia acertar uma lebre a mais de quinhentos metros de distância, mesmo em poucos dias de prática.

Levi, por outro lado, não obteve êxito em masterizar a técnica de tiro, e preferiu permanecer apenas no uso da espada, a qual julgava ser mais honroso artefato.

Durante esse período em que permaneceram sob o auxílio dos Amurakes, as movimentações de Fenir aumentavam. Ele possuía ainda mais esqueletos, que avançavam sutilmente pelas matas.

ZAYAN DO ESPAÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora