Five

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— Frankenstein? —  Simone perguntou confusa.

— Sim, você foi a médica que ameaçou me deixar igual a ele. —  Soraya deu um sorriso para outra.

—  Pelo jeito está bem cicatrizado, e daqui um mês vai ser como se nunca tivesse machucado a testa.  — Simone se aproximou de Soraya e verificou o ferimento da outra.

— Estou tomando cuidado e a devida atenção aos remédios. — Simone levou sua mão ao rosto de Soraya e analisou o local.

— Ainda levo jeito para a sutura, nem parece que foi uma cirurgiã de trauma que fez esse bom trabalho. — Soraya franziu o cenho e afastou seu corpo.

— Bom, vejo que sua filha está bem... — Olhou Maria Fernanda no carrinho que fazia sons estranhos com a boca.

— Ela está bem sim. — Soraya olhou a garotinha, na mesma hora Maria virou para ela e mostrou seus quatro dentinhos.

— Ela é linda. — Fez um carinho nos fios de cabelo da menina. — Estou indo atrás do Duque, ele está impossível com essa mania de pegar tudo que vê pela frente.

— Ele é seu cachorro? — Soraya assentiu.

— É sim. — Soraya disse e saiu atrás de Duque, sem ao menos se despedir.

— Por isso você deve ser uma boa menina, se não vai ficar assim. — Simone olhou para trás e viu Soraya correr atrás de Duque.

Ao chegar perto do seu carro, guardou o carrinho no porta-malas e levou Mafe para Clarisse, ela não confiava em sua esposa para ficar com sua filha, mas não tinha outra opção.

— Seu pager não para de apitar. — Clarisse pegou Mafe no colo.

— Estou indo para o hospital... qualquer coisa me ligue.

Entrou no carro outra vez e seguiu para o hospital, por sorte ela morava a duas quadras, então chegava rápido no seu local de trabalho.

— Qual o caso?

— Mulher aproximadamente trinta anos, bateu o carro em um poste e acabou tendo um ferimento grave nas pernas...— Bruno começou a falar, Simone higienizou as mãos, colocou suas luvas e foi verificar a paciente.

— Verificaram se ela tem algum ferimento na região do abdômen? — Simone perguntou, a enfermeira negou com a cabeça.

— Não vejo motivos para isso, Dra. Simone.

— Então por que ela sangra? — Simone olhou para a paciente que tinha um sangramento no meio das pernas.

— Não está ferida, houve um aborto espontâneo no local do acidente. — Bruno entubou a paciente e verificou se ela respirava.

Simone parou por um tempo no lugar, tentando raciocinar o que tinha acabado de ouvir, olhou para o corpo da paciente e começou examinar seu abdômen.

— Está tudo bem, Dra. Simone? — Emma perguntou ao ver que a mulher ficou estática.

— Ela está tendo uma parada cardíaca...

— Bipem a cárdio agora!  — Simone gritou ao ver os batimentos da paciente zerar.

(...)

— Ela terá uma longa recuperação, mas irá ficar bem. — Simone tranquilizou o marido de sua paciente.

— E o bebê?

— Eu sinto muito. — O homem negou com a cabeça e começou a chorar.

Simone deixou o homem digerir a notícia e saiu, entrou no elevador e indicou o andar do pós operatório, iria verificar alguns pacientes e passar algumas visitas.

— Sua paciente da sala dois precisa de uma transfusão... vamos fazer uma exploratória, quer participar?

— Eles vão retirar o feto? — Emma perguntou animada.

—  Hoje você vai fazer os exames de toque retal.

— Mas...

— Sem mais, vai logo. — Simone foi firme, Emma assentiu.

— Que cruel. — Bruno falou ao se aproximar.

— Ela acha que retirar um feto é como uma caminhada... é doloroso e cruel.

— Sinto muito, eu não lembrei no momento... não precisa me auxiliar nessa cirurgia.

— Obrigada. — Guardou o prontuário e voltou para o elevador.

Desceu ao refeitório e pediu um café expresso, sentou-se em uma das mesas e acenava para algumas pessoas, olhou seu celular pra qualquer novidade sobre Maria Fernanda, mas só tinha um aviso de Clarisse para ela passar no mercado e comprar leite.

— Boa tarde, Dra. Simone.

— Boa tarde.

Seu pager começou a apitar, a obrigando deixar o café na mesa, e assim iniciou seu plantão, que não acabaria tão cedo.

(...)

15/02/2020

02:19 AM.

Simone dirigia de volta para casa, havia pedido para ser liberada mais cedo, queria acompanhar Mafe no primeiro dia de adaptação a escolinha.

— Não encontrei nenhum mercado aberto nesse horário... — Clarisse estava na cama, parecia mexer em seu computador.

— Tudo bem. — Sua esposa sorriu. — Está ansiosa?

— Estou sim, agora vou tomar um banho...

— Posso ir com você? — Clarisse perguntou e Simone a olhou sem entender nada. — Eu fico aqui.

— Obrigada.

Simone foi ao closet e pendurou seu jaleco, pegou algumas peças de roupas confortáveis, ao terminar seu banho, secou o cabelo.

— Boa noite.

Disse ao se deitar ao lado de sua esposa, não ouviu nenhuma resposta e decidiu dormir, Clarisse já devia estar dormindo, já que ela demorou um pouco por lavar o cabelo.

(...)

08:39 AM.

— Já arrumei a bolsa dela... até mais tarde. — Se despediu de Clarisse.

— Okay... me liga se precisar de algo.

— Ligo sim, mas não acho que eu vá precisar. — Sorriu para a morena, que deixou um beijo em Mafe e voltou para dentro da mansão.

Ao chegar na escola, estacionou seu carro e avistou alguns pais entrando com seus filhos na creche, pegou Mafe no bebê conforto e sua mala no banco do passageiro.

— Chegamos... vamos conhecer sua nova escola.

— Oi, bom dia. — A moça da recepção olhou Mafe e sorriu. — Dra. Simone?

— Sim, sou eu. — Sorriu para mulher. — Matriculei a minha filha aqui e pediram pra mim trazer para conhecer a escola e a turma.

— Fiquei sabendo, pode aguardar em uma dessas cadeiras e já te chamo. — Simone assentiu e se sentou com Mafe em um sofá de couro.

— Pode vir... a professora de sua filha está lhe aguardando.

— Obrigada. — Sorriu para outra e se levantou, seguindo seus passos.

*

Oi gente, qualquer erro sinalize pra mim. Lembrando que é uma adaptação <3

Moments - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora