Twenty-one

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Toronto, Cidade do Canadá.

18/04/2020.

10:47 AM.

— Olha quem está de volta. — Simone apareceu na sala de Bruno sorrindo. — Sentiu falta da sua melhor cirurgiã de trauma?

— Dra. Simone, seja bem vinda de volta. — Bruno levantou e caminhou até a morena. — O hospital não é o mesmo sem você, pode acreditar.

— Acredito sim, cheguei na emergência e um interno estava tentando entubar. — Sorriu e abraçou o amigo.

— Como foi as férias?

— Foi tudo perfeito. — Simone sorriu ao lembrar de Soraya. — Vamos dizer que eu me apaixonei outra vez.

— Não é por alguém de outro País, né? — Bruno perguntou assustado, o que divertiu Simone.

— É um pouco pior.

— Como assim?

— Ela foi minha paciente há uns meses atrás, e é professora de Mafe.

— A Soraya que estava te ajudando e passeava com vocês no parque?

— É mesmo, você a conheceu na festa de Mafe.

— Ela é perfeita para você, e cá pra nós, eu já sabia que iria acontecer algo.

— Então todo mundo percebeu? — Simone sentou na poltrona e deu uma risada. — Mas como nem tudo é perfeito...

— Lá vem. — Bruno revirou os olhos e se sentou ao lado da outra.

— Clarisse quer a guarda de Maria Fernanda. — Bruno abriu a boca surpreso.

— Como tem coragem?

— Sinceramente eu também não sei, mas vou ter que lutar para ela não conseguir essa proeza.

— Acho bem difícil, ela é uma péssima mãe.

— Todos estão falando isso, mas tenho medo da justiça.

— Sua advogada é a melhor, não é?

— É sim. — Sorriu e brincou com os próprios dedos. — Tem alguma cirurgia?

— Tem uma reparadora daqui uma hora, quer entrar?

— E você ainda pergunta?

Bruno levantou e segurou a mão de Simone, guiando o caminho até a sala de cirurgia, ao chegaram na mesma se lavaram e adentraram no ambiente esterilizado.

— Seja bem-vinda de volta, Dra. Simone. — Todos falaram em unismo.

Algumas pessoas começaram a aplaudir, tanto da sala quanto da galeria, Simone sorriu agradecida e um pouco envergonhada.

— Obrigada. — Simone deu a volta na maca e ficou ao lado direito do paciente. — Bisturi. — A instrumentadora entregou o objeto a outra.

— Você fez falta, Dra. Simone.

— Dra. Emma, como passou as últimas duas semanas? Matou algum paciente? — Bruno olhou a amiga e negou com a cabeça.

— Eu fiquei cuidando dos toques retais, assisti algumas cirurgias e até auxiliei em algumas.

— Fico feliz que tenha praticado medicina de verdade.

— Também fico feliz em ter você como minha mentora outra vez. — Simone olhou pro amigo um pouco confusa.

— Ele vai parar em alguns segundos... — Bruno olhou os batimentos. — Parada cardíaca.

(...)

— Quem vai dar as boas novas para a família? — Simone respirou profundamente.

— Eu vou lá.

— Posso ir junto? — Emma perguntou, Simone apenas assentiu e seguiu até a sala de espera.

— Boa tarde, eu sou a Dra. Simone, cuidei do seu marido.

— Olá Dra. — A moça apertou a mão de Simone. — Ele está bem?

— A cirurgia teve algumas complicações, mas ele está bem, ainda tem um certo risco, o sangue dele está infeccionado e a recuperação vai ser complicada. — A outra parecia perdida. — Mas ele está bem e estável no momento.

— Obrigada. — A mulher abraçou Simone.

— É o meu trabalho, e seu marido é um homem forte. — Sorriu gentil para moça e saiu do abraço. — A minha interna irá te avisar quando ele puder receber visitas.

— Vou aguardar mais um pouco, e novamente obrigada.

Simone assentiu e virou as costas, indo em direção ao elevador, verificou seu pager e o celular, ficou triste pois não tinha uma mensagem de Soraya.

— Está tudo bem, Dra. Simone? — Emma perguntou.

— Está sim. — Sorriu para sua interna. — Tem alguma cirurgia?

— Não.

— Ótimo, me traga um café expresso sem açúcar.

O elevador abriu ao chegar no andar do pós-operatório, Simone saiu do mesmo e foi atrás de Bruno, ao sentir seu celular vibrar, parou o caminho e atendeu o mesmo.

— Dra. Simone, como posso ajudar?

— Oi, sou eu, bebê. — Simone sorriu ao reconhecer aquela voz.

— Celular novo?

— Esqueci o meu em casa.

— Entendi. — Simone olhou pros lados e entrou em uma sala. — Tô com saudade.

— Também estou, já salvou alguém?

— Acabei de fazer isso, como está a aula?

— Está tranquilo, Fefe está interagindo e me trata como professora, isso é bom.

— É?

— Sim, tenho medo de alguém desconfiar...

— No momento certo vamos assumir isso e não será mais um problema, pode ter certeza.

— Ansiosa para esse dia chegar.

— E pensar que faltam trinta horas para te ver e abraçar. — Simone baixou o olhar e fitou a porta.

— Logo esse tempo passa, foca no seu trabalho que eu vou fazer o mesmo.

— Está em horário de almoço, meu anjo?

— Estou sim. — Simone não queria desligar a chamada, queria ficar ouvindo a voz da outra.

— Não vi você saindo para trabalhar e nem a roupa que usava, poderia me mandar uma foto?

— Isso é uma desculpa para me ver, Dra. Simone?

— É sim, professora Thronicke. — Simone sentiu sua bochecha corar. — Queria te ver pessoalmente, mas aceito a foto também.

— Vou tentar tirar uma aqui e te mando. — Simone ouviu a voz da outra e sentiu seu coração encher de amor.

— Estou te atrapalhando?

— Não, volto com as aulas só daqui vinte minutos.

— Eu vou ficar aqui até meu pager aptar...

— Dra. Simone. — Simone se assustou ao ver sua interna abrir a porta.

*

10/10

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