Four

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Toronto, cidade do Canadá.

13/02/2020.

12:45 PM.

- Preparada para entrar na sua primeira escolinha? - Simone seguia em direção à melhor escola particular que havia encontrado.

Estacionou o carro em frente da mesma, foi pegar Mafe que estava no banco de trás, a menina já estava bem melhor e sorria o tempo todo, Maria Fernanda era um amor e trazia a melhor parte de Simone.

Ao entrar na escola, estava um repleto silêncio, deduziu que todas crianças já estavam na sala, por isso o silêncio, ajeitou Maria em seu colo e respirou fundo antes de falar com a moça que estava na recepção.

- Boa tarde, eu gostaria de saber como poderia realizar a matrícula da minha filha.

- Olá, boa tarde. - A outra sorriu. - Você teria que marcar uma reunião com a diretora, mas pra sua sorte não vai precisar.

- Não? - Simone perguntou confusa.

- Não, pois eu sou a diretora. - Simone sorriu sem graça. - Prazer, Rosângela Lula. - Estendeu a mão para Simone, que apertou rapidamente.

- Prazer, Dra. Simone Tebet. - Balançou Maria Fernanda que começou a chorar.

- É... vamos à minha sala e podemos conversar melhor.

Simone seguiu Rosângela, uma mulher loira alta. Ao chegar na sala da diretora, Simone deixou Mafe no pequeno berçário que tinha ao lado da mesa, logo a menina começou a brincar com alguns brinquedos.

- Então, ela tem dois anos... vai fazer três daqui uns meses. - Simone passou a mão sobre sua coxa um pouco nervosa. - E eu estou sem tempo pra ficar com ela, eu posso confiar que sua escola irá cuidar bem da minha filha?

- Você veio ao lugar certo, aqui temos o melhor ensino e nunca saímos dos índices altos de educação... estamos falando da melhor escola do Estado. - A boca de Rosângela se encheu para falar sobre sua escola, era orgulhosa por tudo que havia construído.

- Eu vi mesmo as indicações.

- Sua filha ao ser matriculada, estará em boas mãos, não se preocupe.

Rosângela começou a falar os métodos de ensino da escola, Simone se interessou de verdade, e não era só de nenéns ou recém nascidos que eles cuidavam, tinham escola do fundamental ao ensino médio, era muito boa e parecia ser uma ótima opção para Maria Fernanda e principalmente para Simone.

- Então ela começará daqui uma semana? - Rosângela assentiu.

- Só precisava assinar a matrícula dela e pagar as três primeiras mensalidades.

- Okay.

Simone assinou a matrícula de Maria e como dito, pagou os três primeiros meses, agradeceu Rosângela e saiu de sua sala, voltaria daqui três dias para sua filha conhecer a escola e sua professora nova.

Chegou na sua casa cansada, precisava dormir um pouco e descansar a mente, comeu uma fruta e alimentou Mafe, que já estava com o corpo mole de sono.

- Oi, como foi lá? - Clarisse perguntou ao entrar na cozinha.

- Foi bem. - Foi curta, não queria conversar com sua esposa.

- A escola é boa?

- É ótima, tem um ensino de educação excelentíssimo.

- Hm... entendi. - Clarisse foi a geladeira e abriu a mesma. - Podemos conversar?

- Sobre?

- Sobre nós, você não fala comigo desde aquela noite, tem dormido no quarto dos hóspedes...

- Não temos nada pra conversar, vamos se divorciar... não quero ficar mais nenhum segundo carregando seu sobrenome.

- Está me ofendendo. - Clarisse começou a chorar. - Eu só quero tentar outra vez.

- Espere aqui, vou colocar Mafe para dormir e já volto.

Simone se levantou da cadeira em que estava e saiu da cozinha, subindo os degraus de sua mansão. Colocou Maria Fernanda no berço ao chegar no quarto, que dormia profundamente, ligou a babá eletrônica e voltou a cozinha.

- Vamos conversar, não era você que queria conversar. - Sentou-se na cadeira. - Pode começar.

- Por que quer assinar os papéis do divórcio?

- Vou ser sincera, eu não enxergo uma solução para o nosso casamento. - Suspirou. - Eu ainda te amo, mas não sei se o amor é suficiente para nós.

- Podemos voltar a fazer terapia de casal.

- Não, você sabe que já tentamos e isso foi o auge para eu pedir o divórcio. - Clarisse baixou o olhar.

- Eu só queria tentar voltar ao passado e concertar tudo. - Clarisse começou a chorar ainda mais, aquilo irritava Simone.

- Vamos ficar bem, não quero brigar com você. - Simone olhou para sua esposa. - Eu poderia tentar, mas eu não consigo, não mais.

- Só queria entender o motivo.

- Não tem um motivo, a gente simplesmente não somos mais tão jovens... enfrentamos muitos problemas.

- Fico me perguntando o que teria acontecido conosco se não tivéssemos...

- Não termina de falar nada, não culpe minhas perdas... se eu lembro bem, você teve a ideia de ter filho assim que percebeu que nosso casamento estava acabando.

Simone e Clarisse estavam em um casamento fracassado, mas com uma gestação nova, tudo parecia que tinha voltado a ser como era antes, na verdade estava melhor do que estavam no início de tudo.

Mas a primeira perda veio, um ano depois tentaram outra vez, Clarisse não tinha tanta esperança e Simone tinha medo de perder mais uma vez, e foi o que aconteceu, assim as brigas começaram constantemente, Simone já passava mais horas no hospital e quase não voltava para casa.

Meses depois, Simone foi em uma clínica especialista em fertilização, começou um tratamento difícil, assim conseguiu engravidar de Mafe, com muito sacrifício e medo conseguiu levar a gestação até o final e ter sua filha.

Clarisse odiava a ideia de tentar outra vez e tinha medo de passar a dor da perda pela terceira vez, nos primeiros meses pedia pra Simone abortar, era perigoso ela não resistir, era arriscado, já que a última gestação foi até os cinco meses e quase levou Simone para sempre, não iria aguentar a ideia de perder o amor de sua vida.

Quando Mafe nasceu, Simone não queria sair ao lado da filha, se apegou a menina e não largou a mesma nos seis primeiros meses, já Clarisse não conseguia se aproximar da menina e criar um vínculo emocional com ela, por um longo tempo pensou em não a ter, mas havia acontecido.

Mesmo com o tempo, Clarisse não conseguiu se aproximar de Maria Fernanda, o que frustrava Simone, chegaram à conclusão que fazer terapia de casal seria uma boa opção, mas isso só afastou ambas, fazendo Simone pedir o divórcio.

- Pense bem, não temos mais salvação... a melhor opção é o divórcio. - Simone disse, levantou e deixou um beijo na testa de sua esposa, que chorava copiosamente.

- Podemos fazer um último encontro neste final de semana?

- Uma despedida? - Simone perguntou.

- Sim.

*

Oi gente, qualquer erro sinalize pra mim. Lembrando que é uma adaptação <3

Moments - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora