Nine

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Toronto, Cidade do Canadá.

01/04/2020.

12:57 PM.

Tânia estava no salão de festa, esperando Simone chegar com Maria Fernanda, tudo estava perfeito e a decoração era como ela havia planejado.

O salão era decorado com alguns balões pretos, dourados e alguns transparentes, havia o nome de Maria Fernanda bordado pelos lados e as mesas ao redor do salão eram decoradas com flores, e no campo do salão tinha brinquedos para as crianças brincarem, Tânia também abriria a pista de dança depois dos parabéns, essa que estava muito bem decorada.

— Carina, receba o bolo para mim? — Tânia se aproximou da mais nova e sorriu. — Está linda!

— Obrigada. — Carina corou. — Você não está nada mal também, Tânia.

— Acho que esse vestido não ficou bom...

— Ficou perfeito, você é perfeita... — Carina segurou a mão de Tânia e se aproximou da outra. — Nada que você usa fica ruim, entenda isso... e esse vestido marca suas curvas perfeitamente bem, é esplêndido! — Carina soltou a mão da outra e deixou Tânia sem fôlego e fala.

— Talvez a vida não seja só o mar, Tânia. — Soraya falou atrás de si, a assustando.

— Soraya? — Coçou a garganta. — Não... somos apenas amigas, e ela só tem vinte dois anos.

— Não seja tola, ela está interessada em você, é uma moça bonita e inteligente. — Soraya olhou ao redor e viu alguns convidados chegando.

— Acha que eu tenho uma chance?

— Tá brincando? — Soraya riu. — Você tem todas as chances do mundo com ela.

— Vou convidar ela para um jantar. — Sorriu pra Soraya. — E Simone?

— Ela não está com você? — Soraya franziu o cenho. — Achei que estava aqui, eu cheguei agora e trouxe alguns alunos.

— Não... era para ela estar aqui desde de manhã.

— Estranho, já ligou para ela?

— Vou fazer isso agora. — Tânia retirou o celular do bolso e discou o número de sua irmã. — Simone?

— Oi...? — A voz de Simone estava um pouco rouca.

— Aconteceu alguma coisa? — Tânia perguntou.

— Aconteceu... — A voz de Simone estava embargada.

— Você está chorando?

— Chorando? — Soraya perguntou.

— Sim, Clarisse me deixou... ela foi embora e assinou os papéis do divórcio. — Simone começou a soluçar.

— Se acalme, estou indo atrás de você.

— O que está acontecendo?

— Clarisse foi embora...

— Não precisa vim, eu estou bem... já chego na festa com Fefe. — Simone não disse mais nada e encerrou a ligação.

— Droga, eu tenho que ir atrás dela. — Tânia guardou o celular no bolso.

— Eu vou com você. — Soraya disse e seguiu Tânia.

— Carina, ajude Eduardo com os convidados e entradas... já voltamos, confio em você para cuidar de tudo até eu voltar.

Tânia deixou um aviso para Eduardo e foi em direção ao seu carro, ao ver que Soraya tinha entrado dentro do mesmo deu partida e seguiu o percurso até a casa de sua irmã.

— A bisca deixou minha irmã livre, finalmente!

— Eu estou genuinamente feliz, sabia?

— Sei bem, mas vamos fingir que sentimos quando chegarmos lá.

Soraya estava nervosa por algum motivo, tinha esperança e agora o caminho estava livre para ela, só precisava de uma boa oportunidade para tentar algo com Simone, ela esperava conseguir.

— Simone... — Tânia destravou a porta e adentrou dentro da casa. — Ela deve estar no quarto. — Soraya assentiu e seguiu a morena.

— Oi... — Tânia abriu a porta do quarto e viu que tudo estava apagado.

— Quem está aí? — A voz de Simone estava um pouco baixa.

— Simone. — Tânia acendeu a luz do quarto.

— Não quero ver ninguém... vai embora.

— Hoje é aniversário da sua filha, ela precisa se arrumar...

— Ela está dormindo, podem levar ela. — Simone levantou e viu que Soraya estava ao lado de sua irmã. — Não vou atrapalhar o dia dela.

— Você não vai na festa? — Soraya perguntou.

— Vou ter algum tempo para comemorar durante nossa viagem.

— Soraya. — Soraya a olhou. — Vou levar Fefe para tomar um banho, faça Simone sair dessa cama o quanto antes. — A morena se aproximou da cama e pegou Fefe, que tinha o olhar perdido.

— Pode ir embora, não vou sair daqui. — Simone voltou a deitar na cama.

— Não seja teimosa.

— Como ela pode ter essa coragem? — Simone tornou a chorar. — Maria Fernanda só tem três anos...

— Não vamos pensar nisso agora, sua filha está precisando de você. — Soraya puxou o lençol de Simone e abriu as cortinas.

— Estou com dor de cabeça, fecha essa porra!

— Então você xinga? — Simone revirou os olhos.

— Soraya, vá embora... — Disse ao sentir as mãos da outra a puxar para fora da cama.

— Levanta e vai tomar um banho, sua roupa está pendurada perto do seu jaleco, certo?

— Sim. — Simone olhou a loira e viu que ela estava belíssima. — Você fica bem de preto... — Olhou o corpo da loira e sorriu.

— Obrigada, agora vá tomar um banho e volte aqui de cabelo lavado. — Soraya empurrou o corpo da mais velha para o banheiro e fechou a porta dele.

— Eu não consigo tirar meu pijama... sinto meu corpo fraquejar.

— Não seja dramática. — Soraya encostou a cabeça na porta.

— Experimenta ser abandonada por uma pessoa que conviveu com você por dez anos, e teve ao seu lado nos melhores e piores momentos... — Simone fungou. — Sei que não estávamos bem e que ela errou, mas é doloroso.

— Me perdoa... — Soraya girou a maçaneta ao ouvir um barulho vindo do banheiro.

— Hm... acho que quebrei o box. — Soraya olhou ao redor e viu vidros por todo lado.

— Simone, você se machucou? — A outra estava dentro do box, um pouco assustada.

— Não, pegue uma toalha para mim.

— Okay. — Soraya pegou a toalha que estava pendurada no cabide e entregou a Simone.

— Agora me ajuda a sair. — Soraya se aproximou com cuidado e tirou Simone do box. — Acho que houve um choque térmico.

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