Nineteen

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Cancún, México.

16/04/2020.

01:53 AM.

— Soraya, precisamos dormir, amanhã voltamos pro Canadá.

— Mas amor... — Simone afastou a outra do seu corpo. — Precisamos aproveitar nossa última noite aqui.

— Vamos aproveitar dormindo, estou cansada de ter arrumado as malas o dia inteiro.

— Não só arrumamos as malas. — Soraya sorriu pervertida pra outra, que mordeu o lábio inferior.

— Sei que não, e justamente por isso que estou mais cansada ainda.

— Tudo bem, vou deixar você dormir. — Soraya deitou na cama e apagou o abajur que estava ao seu lado. — Colocou o celular pra despertar?

— Coloquei sim.

— Boa noite, bebê. — Soraya deixou um beijo no rosto da outra.

— Boa noite, meu anjo. — Sorriu e como todas as outras noites deitou sobre o peito de Soraya, sentindo seu corpo adormecer aos poucos.

— Simone. — Soraya a chamou.

— Hm.

— Você vai falar o que pra sua irmã?

— Vou falar que estamos em uma fase boa, que vamos tentar algo e estamos juntas.

— E Fefe?

— Bom... — Simone já tinha perdido um pouco do seu sono. — Ela não entende muita coisa.

— Não vai ser confuso? Ela estava acostumada com você e Clarisse, com o relacionamento das duas.

— Eu e Clarisse pareciamos amigas, não tinha nenhum tipo de contato perto de Fefe e nem longe dela, se ela tem alguma lembrança com toda certeza é as brigas.

— Se quiser não se relacionar comigo perto dela e esconder isso por um tempo...

— Meu anjo. — Simone levantou e olhou Soraya. — Eu vou fazer questão dela saber que eu tô me relacionando com você.

— Sério?

— Sim. — Simone abraçou a loira e jogou sua perna por cima da mesma. — Não quero esconder nada dela.

— Tudo bem, agora pode descansar. — Soraya beijou a testa de Simone.

— Ei. — A mais nova fez um som com a boca. — Te amo.

— Te amo mais.

Simone riu e começou a fazer carinho com as pontas dos dedos sobre o abdômen de Soraya, depois de um tempo voltou a dormir, já a mais nova passou a madrugada toda pensando no futuro, por algum motivo não conseguia dormir ao lembrar de Fefe.

(...)

15:28 PM.

— Finalmente, iria ser o terceiro voo que iríamos perder. — Simone falou ao sentar na poltrona.

— Desculpa, eu esqueci o celular no quarto do hotel. — Soraya disse se sentindo um pouco culpada.

— Não precisa se desculpar, o segundo voo perdemos por minha culpa. — Simone segurou a mão da outra em cima do encosto da poltrona. — O importante é que agora vamos voltar para casa.

— Mas se não tivesse esquecido o celular...

— Não precisa se explicar, Soraya. — Simone soltou uma risada fraca. — Não estou brava.

— É que eu achei.

— Não achou nada. — Entrelaçou seus dedos com os de Soraya.

— Não está brava?

— Não vejo motivos pra isso.

Soraya assentiu e sorriu pra mais velha, que ao ouvir o anúncio do vôo afivelou o cinto e se aconchegou na poltrona, a outra fez o mesmo e deu play em um filme para assistir enquanto o sono não vinha.

(...)

Toronto, cidade do Canadá.

19:24 PM.

— Bebê, será que ela vai gostar desse presente?

— Vai sim. — Simone sorriu. — Tá nervosa?

— É que eu vou vê-la depois de duas semanas.

— Vai ficar tudo bem, agora vamos lá. — Simone tocou a campainha e esperou alguém atender.

— Oi, Simone. — Tânia abriu a porta e abraçou sua irmã com um sorriso nos lábios. — Oi, Soraya.

— Oi. — Simone beijou o rosto da morena. — Estava com saudade.

— Eu também. — A mais baixa abraçou a loira, Simone adentrou na casa e suspirou.

— Fefe, mamãe chegou. — Caminhou pela sala de estar.

— Ela está dormindo no quarto. — Tânia olhou sua irmã. — A gente tem que conversar.

— Sobre? — Simone sentou no sofá e suspirou.

— Clarisse.

— É, acho que já vou pra minha casa. — Soraya forçou um sorriso.

— Tá cedo, não vai ver Fefe?

— Não, Tânia. — Olhou Simone que parecia pensativa. — Outro dia ou na escola eu a vejo.

— Tudo bem, até outro dia então. — Tânia disse e Soraya assentiu.

— Soraya. — Caminhou até a outra. — Meu amor, não vai embora, fica aqui comigo.

— Simone, sei que você precisa de um tempo.

— Eu preciso sim, mas não quero que vá. — Segurou o rosto da mais alta. — Vamos ver nossa princesa e conversar.

— Vocês estão juntas? — Tânia sorriu para ambas.

— Estamos sim. — Simone falou.

— Okay, muita informação. — Colocou a mão na boca. — Já esperava isso, acho que podemos conversar sobre a bisca amanhã.

— Acho melhor mesmo. — Simone disse e olhou sua irmã. — Vem aqui amanhã depois do almoço.

— Venho sim, até amanhã. — Tânia abraçou as duas. — E felicidades ao casal.

— Obrigada. — Soraya sorriu um pouco envergonhada.

Tânia falou mais algumas coisas e entregou as chaves das portas que foram trocadas as fechaduras, ao se despedir foi até seu carro, já Simone e Soraya subiram as malas da mais velha pro quarto.

— Bebê, podemos ver ela agora? — Soraya mordeu o lábio inferior um pouco ansiosa.

— Claro que sim, vem. — Puxou a mão da outra até o quarto de sua filha que estava com a porta fechada.

— Ela está dormindo? — Soraya perguntou ao ver que Simone tinha aberto a porta.

— Parece que não. — Simone olhou a garotinha que estava em pé no berço, sorrindo e com os olhinhos perdidos.

*

8/10

Moments - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora