Seventeen

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Toronto, Cidade do Canadá.

14/04/2020.

09:25 AM.

— Maria Fernanda ainda está dormindo?

— Sim, eu tentei acordar a pequena para tomar café da manhã, mas ela não quis.

— Deve estar cansada, foi dormir um pouco mais tarde ontem. — Tânia ligou a tv.

— Ontem ela chorou pela tia Sory.

— E Simone?

— Chamou pela mamãe Mone, mas só uma vez.

— Me impressiona o fato que ela sente mais falta de Soraya do que das outras mães.

— Sabe Tânia, tenho certeza de que Fefe vê Soraya como uma mãe.

— Tenho medo dela se apegar a Soraya e o relacionamento das duas não dar certo, Fefe iria sofrer.

— Elas vão dar certo, assim como nós. — Carina se aproximou de Tânia.

— E o nosso futuro? Eu vivo viajando e você vai começar sua carreira agora.

— Não se preocupe, vamos fazer acontecer.

— Carina...

— Fala. — Fez um carinho na coxa da morena.

— Qual é o seu maior sonho? — Tânia analisou melhor sua expressão, logo um sorriso surgiu entre os lábios da outra.

— Ser mãe. — Tânia abriu a boca um pouco surpresa, esperava tudo, menos isso.

— Sério? — Carina assentiu sorrindo.

— Sim.

— O meu também, especificamente fazer uma inseminação, quero adotar também... é meu sonho. — Tânia deitou sua cabeça no colo de Carina, que começou a fazer carinho em seu rosto.

— Nomes? — Tânia perguntou e encarou Tânia, que estava com sua atenção totalmente na tv.

— Aylla e Matteo, só tenho esses em mente.

— Eu amei, Aylla e Matteo... — Carina pareceu pensar. — Quando eu tiver uma princesa, irei roubar esse nome.

— Acho que estamos indo longe demais, falando sobre filhos.

— Não acho, tem mais algum sonho? — Carina segurou a mão da outra.

— Casar com alguém que me ame e construir uma família, sei que pareço não querer algo sério, mas eu quero viver algo verdadeiro em um futuro próximo, ser feliz com uma família de verdade, minha família.

Por alguns segundos imaginou viver isso tudo ao lado de Carina, mas era muita loucura, não estavam ficando há um mês, era muito cedo para querer algo futuro e tão sério, como construir uma família.

— Pensou em alguém? Seus olhos estavam brilhando enquanto falava.

— Pensei sim, pensei em... — Tânia iria falar, mas ouviu Fefe entrar na sala.

— Tia Tata, tia Sory. — Fefe estava com os olhinhos vermelhos.

— Aconteceu alguma coisa? — Tânia pegou Fefe no colo.

— Sory, Sory. — Marcela começou a chamar por Soraya e chorava um pouco, Tânia abraçou a menina e tentou acalmar a garotinha.

— Ela vai voltar daqui uns dias, pequena. — Beijou a testa de Fefe. — Carina, tenta ligar pra elas.

— Vou tentar. — Carina ia sair do sofá, mas Tânia a segurou.

— A pessoa que eu pensei, foi você.

Deu um beijo no rosto de Carina, que sorriu como uma criança boba, ao ver que Tânia havia soltado seu braço, foi até o quarto e tentou ligar para Simone ou Soraya, mas as mensagens não caiam.

— Elas não atendem... — Carina sentou ao lado de Tânia e Fefe.

— Devem ter saído.

— Sory. — Fefe deitou sua cabeça no ombro de sua tia, que fazia um carinho nas suas costas, tentando acalmá-la.

(...)

Cancún, México.

13:08 PM.

— Não acredito que está chegando nossa vez. — Soraya disse sorrindo.

— Nem eu.

— Bebê, tirolesa é legal.

— Sei que é, mas tô preocupada, você tava passando mal.

— Vamos juntas, estou bem melhor.

— Tem certeza?

— Sim, estou comendo coisas leves e saudáveis como você recomendou, e eu tenho a melhor médica do mundo ao meu lado.

— Se você diz, mas se sentir qualquer enjôo a gente vai voltar pro quarto, tomou o remédio?

— Você colocou despertador pra isso, como eu iria esquecer, bebê?

— Está sentindo seu corpo estranho? Quente?

— Não. — Soraya subiu o degrau e puxou Simone para perto de si.

— Irão ir juntas? — Soraya assentiu.

— Não está com medo? — Simone perguntou baixo.

— Como vou ter medo? Estou com você. — Soraya beijou o rosto de Simone.

O homem as chamou e logo estavam seguras pra ir à tirolesa, Simone sentia seu coração acelerar, estava com um pouco de medo, mas não deixaria a outra ir sozinha.

— Segura minha mão. — Simone fez o que Soraya pediu e sorriu.

— Já! — O homem falou, soltando seus corpos para saltar na tirolesa.

— Oi, amor. — Soraya começou a gravar um vídeo. — Aqui é a tia Sory e mamãe Mone, estamos descendo pela tirolesa, amamos vocês e estamos com saudade, fala alguma coisa, bebê.

— Estou horrível com esse capacete, mas mamãe te ama muito. — Olhou pro celular e sorriu. — Só a tia Sory pra ficar linda usando isso.

— Obrigada pelo elogio, até outro vídeo, Fefe. — Antes de parar a gravação Simone deu um selinho em Soraya e mandou um beijo pro vídeo.

— Sério que irá gravar vídeos sobre nossa viagem e irá fazer um filme pra Fefe?

— Sim... — Soraya olhou para a frente e avistou o lago. — Aqui é maravilhoso. — A mais nova jogou a cabeça um pouco para trás sentindo o vento.

— É mesmo.

Simone olhou pro lado, Soraya era tão linda e a vontade da outra de viver a cativava, a prendia de alguma maneira, Simone se perdia facilmente naquele olhar, naquele sorriso, cada traço de Soraya era tão delicado e marcante.

Sentiu seu coração acelerar quando o olhar de Soraya se encontrou com o seu, tudo ao seu redor parou, foi como se nada mais existisse no mundo, apenas Soraya ali, sorrindo pra ela, e em questões de segundos se encheu de um amor inexplicável, desconhecido por si mesma.

*

6/10

Moments - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora