Cancún, México.
08:10 AM.
— Soraya, Soraya ... — Simone chamou a outra, que parecia um pouco perdida.
— Estou ouvindo. — A mais nova se levantou.
— Onde está indo?
— Acho que vou passar mal. — Soraya colocou a mão na boca e correu para o banheiro, seguida por Simone.
— Soraya ... — Simone segurou o cabelo de Soraya e fez um rabo de cavalo no cabelo da mesma.
— Não estou bem. — Soraya deu descarga e se sentou no chão.
— Percebi, levanta.
— Eu não consigo.
— Vou te ajudar, vem. — Soraya baixou a tampa do vaso e se escorou na mesma para levantar-se, Simone segurou sua cintura e a ajudou a ir até a cama. — Você comeu alguma coisa diferente?
— Não sei, eu nunca fico doente. — Simone assentiu e deitou o corpo de Soraya sobre a cama, cobrindo o mesmo com um lençol.
— Vou verificar sua pressão, tenho kit de emergência na mala, está sentindo alguma dor?
— Só estou um pouco tonta e com muito calor.
— Você está com febre, isso não é bom.
— Está me assustando.
— Não se preocupe, vou buscar água para você se hidratar e um remédio, se passar mal outra vez tem esse balde aqui.
— Obrigada. — Soraya sorriu fraco.
— Prometo voltar logo, preciso comprar algumas coisas. — Beijou a testa de Soraya, que estava mais quente do que o habitual.
— Sinto muito atrapalhar nosso dia com meus problemas.
— Retira o que disse, não precisa se desculpar, a gente ainda tem uma semana toda pela frente, agora a prioridade é você.
— Você acha que deve ser o quê?
— Virose, talvez seja a mudança de clima.
— Gravidez é impossível ser. — Soraya riu, mas fez uma cara de dor. — Meu estômago agora dói.
— Tenho que ir buscar algumas coisas, prometo voltar rápido.
Simone levantou e trocou de roupa pra poder ir comprar as coisas necessárias, ao verificar que Soraya estava bem saiu do quarto e foi atrás de uma farmácia, por sorte conseguiu encontrar uma e comprou soro e alguns ingredientes para fazer uma sopa no mercado.
"Já estou voltando pro quarto, você passou mal mais alguma vez?"
Simone enviou a mensagem e deu partida no carro, voltando pro hotel, ao parar no sinal vermelho verificou seu celular esperando uma resposta de Soraya.
"Sim..."
Foi tudo que Soraya respondeu, Simone estava preocupada com a outra, era nessas horas que ela agradecia ao universo por ser médica, ao estacionar na garagem do hotel, correu para o elevador e voltou pro quarto ao chegar no corredor.
— Voltei. — Simone passou os olhos sobre o quarto. — Soraya? — Deixou as sacolas no balcão e retirou o boné que usava.
— Tô aqui. — A voz veio do banheiro, Simone foi até o mesmo.
— Passou mal outra vez?
— Não. — Soraya estava sobre o vaso e chorava. — Mas fiquei com muito calor e pensei em tomar um banho.
— Vou te ajudar com isso, trouxe algumas coisas para ajudar você. — Simone ficou sobre seus joelhos e segurou o rosto de Soraya. — Você está um pouco quente, vai ter que tomar um banho gelado. — Enxugou as lágrimas de Soraya com o polegar.
— Estou me sentindo fraca, vulnerável.
— Vai ficar tudo bem, eu prometo. — Beijou o nariz de Soraya. — Você acaba de virar minha paciente pela segunda vez.
— E olha que eu não queria te encontrar mais vezes. — Sorriu para outra. — Mas vou adorar ser sua paciente outra vez, Dra. Simone.
— Agora tire essas roupas e tome um banho, vou preparar algo para você. — Simone levantou. — Consegue sozinha?
— Consigo, se precisar eu te chamo.
— Tá bom.
Simone saiu do banheiro e deixou a porta entreaberta, abriu as cortinas do quarto e a janela pro ar entrar, limpou a cama e o balde que Soraya havia usado e trocou os lençóis da cama, logo começou a preparar uma sopa com alguns vegetais, ao ouvir que Soraya tinha acabado, separou um pijama quente para mesma e levou até o banheiro.
— Terminei. — Soraya apareceu no quarto e caminhou até a cama.
— Estou quase terminando aqui também. — Simone desligou o fogo. — Molhou o cabelo?
— Lavei, ele ficou um pouco sujo.
— Vou te ajudar a secar, não pode ficar com o cabelo molhado.
Simone foi até o banheiro e pegou o secador, e também uma escova para secar o cabelo de Soraya, a mesma estava com o corpo cansado e só queria dormir.
— Pronto. — Simone penteou a última mecha e desligou o secador. — Agora vamos fazer alguns exames necessários.
— Confio em você, é a melhor médica que eu conheço.
— Comprei soro, só para você não ficar desidratada.
— E aquela sopa?
— É para mais tarde, não pode comer algo agora, só pode beber água. — Simone segurou o queixo de Soraya e olhou no fundo dos olhos castanhos.
— Vou beber soro? — Soraya franziu o cenho.
— Não, tenho as coisas higienizadas para você tomar direto na veia.
— Você é uma mulher prevenida, gosto disso.
— Vou buscar o kit de emergência. — Soraya assentiu e esperou a outra voltar. — Vou verificar sua pressão e seu abdômen.
— Preciso deitar na cama? — Simone assentiu e colocou as luvas.
Soraya fitava a outra atenta e analisava cada movimento de Simone, que verificou sua pressão, e examinou seu abdômen, ao medir sua febre, injetou o soro na veia de Soraya com cuidado, que reclamou um pouco.
— Tenta descansar, dorme bem. — Simone pegou o cobertor e cobriu o corpo de Soraya, iria se virar para sentar no sofá, mas uma mão a puxou. — Precisa de algo?
— Obrigada por isso, por estar cuidando de mim. — Soraya se acolheu na cama um pouco envergonhada, soltou o braço da outra e deu um sorriso de canto.
— Só fiz o que estava ao meu alcance. — Se abaixou ficando a altura da outra ao lado da cama. — Agora vai descansar, tenha bons sonhos, meu anjo.
Simone se aproximou do rosto de Soraya, o qual fez um carinho, para então depositar um beijo em sua testa, Soraya com cuidado levantou seus braços e abraçou Simone, tentando transmitir gratidão por aquele contato.
*
4/10
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Moments - Adaptação
Fiksi Penggemar{CONCLUÍDA} Simone Tebet, uma cirurgiã renomada na especialidade do trauma, está passando por um momento difícil em sua vida, tendo que se divorciar de sua esposa Clarisse e brigar pela guarda de sua filha Maria Fernanda, mas Clarisse não irá ceder...