Seven

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Já era tarde e Simone pensava em Clarisse, mas não estava arrependida, estava feliz por ter aquele momento de amiga com Soraya, conseguiu distrair um pouco a mente e durante esse tempo não lembrou das três perdas que teve em seu plantão.

Estacionou seu carro e saiu do mesmo, ao destravar a porta de sua mansão, seguiu em direção a escadaria que dava acesso ao corredor, passou no quarto de Maria para verificar a menina, antes de seguir para o seu.

— Mamãe chegou, Mafe. — Riu ao lembrar de Soraya. — Tenha bons sonhos. — Deixou um beijo em Maria.

— Simone? — Ouviu a voz de Clarisse.

— Estou aqui no quarto de Maria Fernanda.

— Onde você estava? — Clarisse entrou no quarto. — Eu te esperei a noite toda...

— Sai para pensar um pouco. — Mentiu. — Estava no parque... acabei esquecendo do jantar e fui comer algo, me perdoa.

— Pensar? — Clarisse sorriu. — Decidiu se irá seguir com essa ideia de divórcio?

— Sim, eu preciso de um tempo. — Fez um carinho em Mafe e colocou a chupeta na boca da mesma. — Quero te dar uma chance, mas para criar um vínculo com ela, tente com ela, para depois tentar comigo.

— Mas eu amo...

— Não o suficiente, Maria Fernanda sente falta da metade dela, sente falta da outra mãe... se você for a melhor mãe do mundo para ela, como me prometeu um dia... podemos tentar outra vez.

— Simone, eu vou tentar... só que esse medo da perda me consome.

— Eu sei que sim, mas você tem que lidar com isso e cuidar da nossa filha, como ela merece. — Virou seu corpo e encarou Clarisse. — Se não fizer isso por ela, faça por nós... até ser por ela.

— Eu prometo, eu vou tentar. — Limpou a lágrima que insistiu em cair. — Eu amo vocês mais que tudo, e vou lutar para sermos uma família completa, como a gente planejou...

— Estou indo dormir, amanhã levo ela para a escola e depois vou sair um pouco.

— Tudo bem, tenha uma boa noite.

(...)

17/02/2020

08:59 AM.

— Bom dia, Dra. Simone.

— Bom dia, professora Thronicke. — Sorriu para a loira ao entrar na sala.

— Oi, Mafe. — Levantou-se da cadeira e quase correu para pegar a menina. — Estava com saudades.

— Irei buscar ela hoje... — Sorriu para a mulher a sua frente que encheu Maria de beijos.

— Ela é a criança mais fofa e mais cheirosa que eu já vi na vida! — Deixou Mafe no chão e ajeitou o vestido da mesma. — Vai lá com seus coleguinhas, vai.

— Aqui está a bolsa dela, eu lavei o mimi... então hoje ela está um pouco chata.

— Que foi, princesa? — Soraya perguntou ao ver Maria abraçar suas pernas. — Vem aqui. — Pegou a garotinha que abraçou seu pescoço.

— Ela gostou mesmo de você. — A loira passava a mão sobre as costas da menina.

— Ela está com sono, veja como coça os olhinhos.

— Sim, ela não está acostumada a acordar tão cedo.

— Vou colocar ela no berçário.

— Obrigada, agora eu estou indo... tenho que resolver alguns problemas.

— O passeio no parque ainda está de pé?

— Claro... às seis no parque High Park?

— Okay... até mais tarde então.

Soraya colocou Maria Fernanda para deitada em um dos berços que havia na sala e foi receber outras crianças, logo estava dando aula para seus alunos.

(...)

— Calma, você deu outra chance para a bisca? — Tânia estava indignada.

— Não... dei uma chance para ela criar um vínculo com Maria Fernanda, se ela não conseguir, eu me separarei de vez.

— Entendi... eu volto amanhã. — Tânia se deitou na cama do hotel.

— Que bom, estou com saudade e precisamos começar a planejar a festa da Fefe.

— Fefe?

— A professora dela a chama assim.

— Fofa, ela está solteira?

— Não sei, e não tenho interesse nenhum em saber. — Deu de ombros. — Comi uma pizza com ela ontem e até bebemos a metade de uma garrafa de vinho.

— Uau! — Tânia sorriu. — Você está se divertindo, já gostei dela, ela é bonita?

— Eu não reparo em mulheres, Tânia. — Estreitou os olhos.

— Sei, sei... eu conheci alguém aqui no Brasil.

— Você conhecendo alguém?

— Uma tradutora particular, ela sabe falar quatro línguas estrangeiras, e está estudando para ser veterinária.

— Qual o nome dela?

— Carina Miller.

— Hm... nome bonito.

— É sim, ela é simpática e muito atenciosa.

— Chama ela para um jantar.

— Não, ela é uma ótima amiga, apenas isso.

— Tudo bem... tenho que desligar, estou no escritório de advocacia.

— Advocacia?

— Sim, meu advogado abandonou o caso por problemas pessoais.

— Entendi, então mais tarde eu te ligo... te amo.

— Também te amo, vou esperar sua ligação. — Simone encerrou a ligação, arrumou o cabelo se olhando no retrovisor e saiu do carro.

— Bom dia. — A recepcionista desejou ao ver a mulher entrar no escritório.

— Olá... tenho uma reunião marcada com a advogada Olívia Hargitay.

— Ela está te aguardando, é só entrar na primeira sala do corredor direito.

Simone assentiu e seguiu as instruções da moça, ao chegar na sala viu o nome da advogada gravado na porta, deu leves batidas na porta, logo uma mulher muito elegante a recebeu.

— Bom dia, Dra. Simone. — A mulher possuía um forte sotaque britânico.

— Bom dia, Dra. Olívia. — Sorriu para a mulher.

— Então, podemos ir ao que realmente interessa?

— Podemos sim.

— Ótimo, trouxe os papéis?

Moments - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora