Twenty-three

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Toronto, Cidade do Canadá.

10:00 AM.

— Clarisse é uma estúpida.

— Bebê, não vamos pensar nela.

— É a verdade, ela nunca ligou pra Maria Fernanda e agora vem com essa de ter um futuro melhor. — Simone bufou. — Terei que ser melhor que ela.

— Mas você já é.

— Irei pagar anos de faculdade para Maria Fernanda ... colocarei ela em uma escola de dança.

— Simone. — Soraya a repreendeu.

— Acha certo que eu fique sem fazer nada?

— Claro que não. — A mais nova suspirou. — Podemos mudar de assunto, hm?

— Qual é a melhor faculdade do Canadá?

— Simone, não quero falar sobre Clarisse ou lembrar que estamos passando por essa situação. — Soraya falou seria.

— Me desculpa. — Simone olhou a mais nova que estava um pouco séria. — Falei algo de errado?

— Não.

— Soraya?

— Bebê, sei que você tem seus medos e receios por tudo que já passou e perdeu, mas se a gente olhar apenas o fato que a guarda da Maria Fernanda está em risco, isso vai nos afetar... e não quero que isso aconteça.

— Afetar nós duas? — Simone parou no sinal vermelho.

— E Fefe, se levarmos isso para ela será pior, não quero que ela sinta esse medo.

— Eu também não. — A voz de Simone saiu mais baixa.

— Além do nosso relacionamento e tudo que estamos construindo, existe uma pessoa pequena que não entende muitas coisas e precisa de nós, e se a gente só focar nesse processo vamos acabar a prejudicando.

— Você tem razão.

— Sei que está difícil, mas pode contar comigo para lhe ajudar, vamos conversar sobre justiça só quando for extremamente necessário. — Segurou a mão de Simone. — O futuro dela você resolve com o tempo e de acordo com o que a bisca irá oferecer.

— Bisca? — Simone sorriu.

— Perdão. — Gargalhou junto com a mais velha. — Mas é sério, eu te amo e não quero que isso nos afete, e quando falo nós estamos incluindo Maria Fernanda.

— Eu também te amo, e obrigada por isso. — Voltou sua atenção ao sinal e acelerou o carro.

— Já sabe para onde vamos?

— Podemos ir ao restaurante do pai de Carina e depois passear no parque.

— Adorei a ideia.

— Meu anjo, posso te perguntar algo?

— Sim.

— Não precisa responder agora, e nem pensar muito... é só uma dúvida.

— Tudo bem.

— Deixaria Maria Fernanda te chamar de mãe?

Soraya paralisou no mesmo instante, não esperava ser uma pergunta tão séria, Simone a olhou rápido e se arrependeu no mesmo segundo.

— Esquece... me perdoa eu não queria...

— Bom, se daqui uns anos a gente permanecer juntas e ela quiser me considerar uma mãe, adoraria ter aquele anjinho me chamando de mamãe Sory ou mãe Sory.

— Sério? — Simone fitou a outra um pouco emocionada.

— Sim, meu amor. — Sorriu ao pensar em tal possibilidade. — E saiba que eu a considero uma parte da minha vida e até de mim mesma.

— Tenho certeza de que ela sente o mesmo por você. — A mais velha estacionou o carro. — Você fez tantas coisas por ela em meses que nem sei como agradecer, e julgo dizer que é a pessoa favorita dela.

— Não é para tanto.

— É sim, tem noção como Maria Fernanda fica feliz em sua presença, como ela te ama? — Simone olhou pela janela para ver se sua irmã não vinha. — Além do Mimi você é a única pessoa que ela abraça na hora de dormir, que ela divide a comida.... eu sou a mãe dela e não tem uma boneca com o meu nome.

— Está com ciúmes? — Soraya brincou.

— É sério, meu anjo. — Segurou o rosto de Soraya com as mãos. — Obrigada por ter conquistado ela antes de me conquistar.

— Acho que posso dizer que sou uma mulher realizada, conquistei o coração das duas mulheres mais lindas desse mundo.

— A melhor realização da minha vida depois de Maria Fernanda é você.

— Falando em nossa princesa. — Soraya mostrou Tânia chegando perto do carro com a Maria Fernanda no colo.

— Oi, meu amor. — Simone abriu a porta do carro.

— Mamãe Mone. — Fefe disse e foi ao colo da mais velha.

— Está bem, princesa? — Soraya sorriu e teve a atenção da garotinha.

— Sory.

— Agora ela me esquece.

— Como foi lá?

— Foi péssimo, mas como irá viajar amanhã não quero te preocupar... podemos conversar assim que você voltar, será melhor.

— Ok. — Tânia fechou a porta do carro.

— Estamos indo no restaurante novo da Cidade.

— No do pai de Carina?

— Sim, checamos no site e ele é bem recomendado pelos moradores de Toronto.

— Isso é ótimo. — A morena sorriu. — Sou suspeita para falar, mas o meu futuro sogro é um ótimo chef de cozinha.

— Falando em sogros, pedi a mão dela.

— Vai casar?

— Não! — Soraya respondeu.

— Tem medo de casamento, professora Thronicke?

— Um pouco, o último que eu conheci teve divórcio...

— Soraya! — Simone olhou a mais nova, já Tânia se divertia com a situação.

— Felicidades... irei fazer esse pedido em breve a Carina e preciso da ajuda de vocês.

— Me mande mensagem e podemos ir organizando.

— Fico feliz por você, mas agora temos que ir.

Tânia acenou com a mão e Soraya colocou Fefe no bebê conforto, ao afivelar o cinto Simone voltou a acelerar o carro.

— É...falando em sogros, quando vou conhecer sua mãe, meu anjo?

— Quando quiser, podemos marcar um almoço no domingo com seus pais também, no aniversário de Maria Fernanda eu não era oficialmente sua namorada.

— Esse domingo? — Simone coçou a nuca.

— Sim. — Soraya entregou o Mimi a Fefe. — Só pra deixar claro... você será a primeira namorada que irei apresentar a ela.

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