Capítulo 15

740 83 75
                                    


I heard your voice in a dream

A última coisa que Priscila conseguia lembrar era de Vivi lhe dizer que seu nariz estava sangrando, em pânico. Ela levou a mão até o nariz e então o sentiu: um líquido quente escorrer pelos dedos. E não demorou muito para que sua mão inteira fosse coberta pelo sangue quente. O resto foi um borrão.

Agora, Priscila podia sentir os finos e frios lençóis hospitalares cobrindo de seu abdômen até seus pés gelados (suas mãos e pés nunca estavam em temperaturas quentes, ela sabia disso agora). O sinal sonoro de sua frequência cardíaca a irritava, assim como as agulhas desnecessárias em seus braços. Sua mão instintivamente alcançou uma das agulhas, mas uma mão quente a agarrou antes que ela pudesse tirar.

-Eu não faria isso, você precisa disso. - A voz suave de sua mãe falou. Priscila podia ouvir uma rouquidão na voz dela, ela assumiu que sua mãe devia estar chorando. Sua mãe era uma pessoa bastante emotiva, mas que pais não seriam quando um de seus filhos não era exatamente um modelo de uma saúde excepcional.

-O... oque aconteceu?

-Você ficou inconsciente por algumas horas... três para ser exata. Não era apenas uma hemorragia nasal comum... - Adriana disse com a voz fraca, apertando a mão de Priscila. - Eu... eles fizeram alguns exames... a voz de sua mãe falhou. - Eu vou chamar a Dra. Agron, ela vai explicar tudo.

Priscila sentiu a mão quente de sua mãe se afastar. - C-carolyna? Onde ela está? - Ela perguntou.

Adriana sorriu tristemente. - Na sala de espera com Vivi. Elas não saíram de lá desde que você chegou aqui.

-Eu quero que elas...

-Eu sei, e elas vão mais tarde, eu prometo. - Sua mãe assegurou. - Eu vou buscar a Dra. Agron agora, espere um pouco. - Priscila ouviu os fracos passos de sua mãe sair e esperou a médica chegar com medo. Ela respeitava a médica, mas vivia pelo dia em que nunca mais teria que ver a mulher. E ela tinha certeza de que a Dra. Agron também se sentia assim.

Sua mente continuava voltando para Carolyna e como ela deveria estar se sentindo com a notícia. E Vivi. Vivi sempre se fazia de forte, mas Priscila sabia que vê-la neste estado sempre magoava a baixinha.

Ela não teve muito tempo para pensar sobre elas, porque a Dra. Agron entrou com seus pais. O pai dela era menos sútil em seu choro, ouvindo-o soluçar a cada segundo.

-Priscila. - Dra. Agron chamou. - Eu vejo que você está acordada.

-E eu pensei por um segundo que estava sonhando lucidamente.

A médica suspirou. - É bom saber que seu sarcasmo não desapareceu no seu tempo longe de mim. - A médica loira colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e soltou outro suspiro, sem saber como dizer a paciente.

-Apenas diga. Arranque como um Band-Aid. Tudo o que você disser vai ter uma reação de qualquer maneira. Priscila disse a ela. Você sempre foi sincera comigo, não pare agora.

A Dra. Agron assentiu. - Muito bem. - Ela olhou para Priscila. - As injeções que aplicamos em seus olhos não funcionaram.

Priscila assentiu ligeiramente. - Você disse que funcionaria desta vez...

-Eu sei que eu disse. E se o tratamento funcionasse, nós íamos realizar uma cirurgia em seus olhos. - A Dra. Agron concordou. - Mas não podemos mais fazer isso.

-Por que?

Priscila sentiu uma mão quente apertando a sua enquanto uma outra apertava seu ombro. Dra. Agron suspirou. - Nós fizemos um escaneamento de ressonância magnética.

I Heard Your Voice In a Dream Onde histórias criam vida. Descubra agora