I Heard Your Voice In A DreamPriscila se encolheu quando o estudante de medicina inexperiente enfiou a agulha em seu braço desajeitadamente. Por que ela concedeu permissão a esses pobres internos para enfiar agulhas nela e pagar de médicos? Ela nunca poderia dar uma resposta adequada a essa pergunta. Uma parte dela esperava que um desses "quero ser Doogie Howser" de alguma forma tivessem oxigênio em seus cérebros para lhes dar toda a capacidade de pensar, e talvez, só talvez, eles a curariam do mundo escuro em que ela vivia.
-Hum, parece que não encontrei a veia. - O estudante de medicina riu nervosamente. - M-me deixe tentar de novo.
Definitivamente não é este, Priscila pensou enquanto suspirava em frustração. O estudante de medicina colocou o álcool no antebraço dela e limpou a superfície. Priscila sentiu a frieza do iodo pegajoso esfregar a pele desinfectada e decidiu se distrair abrindo seu diário desordenado e rabiscando algumas letras que estavam presas em sua cabeça nos últimos dois dias.
O estudante de medicina olhou com curiosidade para a escrita bagunçada de Priscila, conseguindo ler algumas das frases anotadas no diário. Em cima das letras escritas era o que ele assumiu ser o arranjo musical para uma música.
-Essas letras que você escreveu aí são ótimas. - Ele elogiou antes de enfiar a agulha no braço de Priscila novamente. - Você é compositora? - Ele perguntou com curiosidade.
Priscila não se encolheu desta vez quando o garoto enfiou a agulha em seu braço. Ela queria que olhares pudessem matar naquele momento porque ninguém podia olhar ou tocar, e muito menos ler seu diário. Ele teve a sorte de Priscila estar usando óculos de sol e ele não conseguiu ver o olhar mortal.
-Você não tem permissão para ler. - Ela franziu o cenho, fechando rapidamente seu diário e colocando seu braço sem agulha sobre ele
protetoramente. - E isso não é da sua conta.-Oh, desculpe. - O estudante de medicina balbuciou, se sentindo intimidado pela menina mais nova. - Mas, essa música... é para alguém? - Ele perguntou tentativamente, apesar da dureza da garota.
Priscila resmungou. - Por que você não consegue cuidar da porra da sua própria vida e continuar sendo um merda de um estudante de medicina que nem consegue encontrar uma veia no meu braço? - Ela disse com dureza. - Isso não é um episódio de Grey's Anatomy, basta encontrar minha veia e pegar minhas amostras de sangue, dizer que eu ainda sou cega como um morcego, enfiar alguma droga experimental em mim que pode restaurar a minha visão, mesmo que nós dois já sabemos que não vai, e eu continuarei esperando o médico me chamar para saber se o meu corpo está ferrado... novamente.
O garoto mais velho engoliu em seco e assentiu. Ok. - Ele concordou calmamente, voltando para a expedição de encontrar a veia de Priscila pela terceira vez.
Isso foi muito rude? Priscila pensou para si mesma, de repente, sentindo uma pontada de culpa por ter sido rude com o garoto. Ah por favor, uma vez eu disse a uma enfermeira que suas mãos eram muito masculinas e pareciam salsichas queimadas. Estou sendo mais legal com esse.
No fundo de sua mente, ela jurou que podia ouvir a voz de Carolyna lhe pedindo para se desculpar. Priscila não queria de forma alguma fazer isso, então ela pensou em uma outra coisa. Ela suspirou, odiando o poder que Carolyna tinha sobre ela. Lá estava ela, se sentindo mal por ter sido rude com o futuro médico.
Depois de minutos de silêncio e o estudante de medicina ainda furando sua pele para encontrar uma veia, ela falou novamente.
-O nome dela é Carolyna. - Priscila murmurou.
O garoto olhou para ela e um pequeno sorriso se formou em seus lábios. - Ela parece legal. - Ele finalmente encontrou a veia e começou a extrair o sangue.
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I Heard Your Voice In a Dream
Fiksi PenggemarNova em Nova Iorque, a artista peculiar, Carolyna Borges descobre o que realmente significa lançar luz a alguém. Especialmente quando esse alguém é uma menina cega, Priscila Caliari. Ela é um mistério sobre si mesma, e Carolyna está determinada a qu...