Paraguai 🍁
Bati apressado na porta uma, duas, três vezes, até que na quarta ele abriu.
Júlio: Que porra é? - me encarou. - Rian? Tá fazendo o que aqui, maluco? E ainda mais assim com essa roupa? Sem juízo. - me puxou para dentro da casa dele e olhou para a rua, depois fechou a porta. - O que você tá fazendo aqui?
Paraguai: Vim te visitar. - revirou os olhos. - Vai me dizer que não está com saudades?
Júlio: Conta outra, menor. E essa roupa assim toda suja? - cruzou os braços.
Paraguai: Ketchup.
Júlio: Rian, tu para. - eu ri. - Fala logo, mano.
Larissa: Amor, quem está aí? - ouvi a sua voz e ela apareceu no meu campo de visão. - Rian? Aí, meu Deus! Que saudades. - correu na minha direção e me abraçou forte.
Paraguai: Também estava, Lari. - beijei sua bochecha e nos separamos.
Júlio e Larissa são meus amigos de infância. Eu, o Marco e eles crescemos juntos e passamos por muitos perrengues juntos. Eu e Marco decidimos entrar para o crime, mas eles nunca concordaram. Quando a Larissa engravidou, o Júlio ficou maluco, na época eles não tinham terminado os estudos e nem tinham emprego. Eram dois menores de idade.
Júlio então, que não concordava com a minha decisão e a do Marcola, se juntou a nós. Tudo corria bem, até que ele levou um tiro no peito. Passou meses internado e todo mundo já dava ele como morto, mas a Larissa acreditava que ele iria sobreviver.
Algum tempo depois, ele acordou sem sequela nenhuma. Um verdadeiro milagre. Foi aí que os dois decidiram meter o pé e eu apoiei, limpei a ficha do Júlio e hoje ele trabalha como segurança em uma empresa e a Larissa também trabalha em uma loja eletrônicos. Sempre que posso, venho ver eles.
Larissa: Senta. - me empurrou e me sentei no sofá. - Deveria ter aviso que vinha. - se sentou ao meu lado.
Júlio: Ou pelo menos, ter vindo mais cedo. - disse e se sentou na poltrona. - O que aconteceu?
Paraguai: Perseguição. - bufou. - Estávamos em uma missão e acabou que dando errado, o BOPE apareceu bem na hora. Cada um seguiu para um lado e.. o Marco levou um tiro.
Larissa: Como assim? Como ele está? - perguntou preocupada.
Paraguai: Está bem, foi só de raspão. - assentiu. - Não posso voltar agora para o morro e vocês foram a única opção.
Júlio: Cadê o Marcola? - perguntou.
Paraguai: Na casa de uma amiga de confiança. Não poderia ficar porque seria mais arriscado. - balançou a cabeça de leve. - Posso ficar, né?
Larissa: Claro! - falou animada e o Júlio só me encarava. - Não é, Júlio?
Júlio: Sim. - respondeu.
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Depois de tomar um banho e descansar alguns minutos. O dia já havia amanhecido, me levantei do sofá e organizei a bagunça. Andei até o banheiro e lavei meu rosto, escovei os dentes com a escova que eles haviam me dado. Sai já escutando umas vozes de criança e sorri.
Eduarda: Ai, pai, me deixa faltar pelo menos hoje?
Júlio: Claro que não. Pago caro naquela escola e não é pra faltar um dia se quer. - escutei uma risadinha do menor.
Enrico: Ainda bem que não sou você e posso faltar.
Larissa: Quem disse isso? Seu pai? Pois ele está errado, se ela não pode faltar, você muito menos, criança.
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Sintonia
RomanceSerá que os opostos se atraem, ou apenas os dispostos se ligam? Gabriela é uma mulher que mora na Zona Sul do RJ, junto com sua amiga, Serena, vão para um baile apenas para se divertirem. Porém, mal elas sabiam que suas vidas iriam mudar a partir de...