Capítulo 48

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Marcola 🌪️

Ter a minha filha em meus braços fez com que eu esquecesse tudo que estava acontecendo ao meu redor.

As coisas ruins que foram ditas, a raiva, tudo se esvaziou quando aqueles olhinhos pretinhos encararam os meus. Me sentia vivo, feliz, louco de amor por aquela miniatura de gente.

Para a felicidade da minha mulher, Clarice era simplesmente sua cópia. A boca era a dela, o nariz, o formato de suas sobrancelhas e a marca registrada da Serena: o cabelo vermelho.

Serena: Amor, traz ela aqui. - pediu sonolenta.

Ainda estávamos no hospital, depois do parto Serena teve um sangramento que não era normal e precisou ficar mais uns dias aqui em observação. Ela já estava bem agora e acredito que logo iria ter alta. Clarice já estava de alta, nasceu saudável, apesar de ser prematura.

Caminhei até a minha mulher e coloquei com cuidado a nossa filha em seus braços.

Serena: E a Gabi? - perguntou, enquanto colocava o peito para fora.

Marcola: Já está de alta. - me sentei em uma poltrona, que tinha ao lado da cama dela. - Júlio levou ela para nossa casa. - quando a Clarice começou a mamar, ela me olhou.

Suspirei e me encostei na cadeira. Sabia que ela queria perguntar "e ele?", mas pela forma como suspirou e desviou o olhar de mim, sabia que não iria fazer essa pergunta tão cedo.

Sinceramente, eu não sabia o que havia acontecido com o Paraguai. De verdade, nunca achei que ele fosse capaz de pensar aquilo de mim. Não de ter inveja, porque todo mundo ao nosso redor me acusava disso desde o começo, mas ele nunca ligou e sempre me defendeu. Mas sim de falar da Gabriela.

Pelo amor de Deus! Ela era como uma irmã para mim, nunca que ia me aproximar dela com alguma intenção a não ser ajudar. Ele estava ausente e mesmo não dizendo, Gabriela se sentia sozinha. A Serena mesmo pediu para eu ir falar com ela, pois sabia que eu a entenderia porque o Rian estava agindo estranho comigo também.

Porra, aquilo doeu. Traição é uma acusação séria, ainda mais quando não aconteceu nada e nunca iria. E vindo do Rian.. meu irmão, caralho.

A forma como ele me olhava com raiva.. sei lá. Algo parecia estranho.

Escutamos uma batida na porta e a encarei, logo foi aberta e a Larissa entrou por pela com uma bolsa. Meu filho também entrou e sorri me levantando.

Serena: Meu amorzinho! - sorriu para ele. - Vem cá ver sua irmãzinha.

Benício andou timidamente até a cama da Serena e esticou o pescoço para ver o rostinho da Clarice. Dei a volta e peguei ele em meus braços.

Marcola: Tá vendo agora? - assentiu.

Benício: Ela é tão pequena. - disse. Seus olhos brilhavam e sorriu. - Linda.

Serena me olhou emocionada. Dei um beijo no meu filho, que se inclinou para beijar os cabelos da mãe dele e depois beijou a cabecinha da Clarice.

Larissa: Realmente, ela é linda! - disse e a olhei. - A bebê mais fofa do mundo.. junto da Vitória. - ficou do outro lado da cama. - Gabriela perguntou muito de você e da Clarice, mandou dizer que viria correndo se pudesse.

Serena: Tudo bem, logo vamos nos encontrar. - Larissa assentiu. - O que trouxe?

Larissa: As roupas que pediu, para você e para a Clarice.

Serena: Muito obrigada. - Lari sorriu.

Larissa: Não foi nada. - ela me olhou. - Posso trocar algumas palavras com você, Marco? - dei de ombros.

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