Capítulo 17

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Gabriela 🌺

Entramos no morro e dessa vez não tivemos problema algum. Eu achei que a Serena havia desistido da ideia de virmos, mas não, ela estava totalmente decidida.

Para não deixar ela sozinha, claro que vim, mesmo sem querer tanto assim. Estava muito sem clima.

Chegamos em frente a quadra e peguei na mão dela entrando. Suspirei fundo ao sentir todo aquele cheiro forte de álcool e cigarro. Marcola tinha mandando uma mensagem para a Serena que era para nós ficarmos no bar quando chegassemos.

Gabi: Ela mandou mais alguma mensagem? - perguntei assim que me encostei no balcão do bar.

Serena pegou o celular olhando.

Serena: Não. - ficou ao meu lado. - Vou avisar que chegamos. - assenti.

Olhei para o tal camarote e haviam muitas mulheres lá e cada uma estava com uma roupa provocante. Olhei para a grade e vi o Paraguai conversando com uma menina. Ela sorria enquanto ele apenas dizia algo.

Serena: Finalmente. - desviei meu olhar para ela. - Ele disse que está vindo.

Em questão de segundos, o Marcola apareceu na nossa frente. Ele beijou a Serena e me abraçou de lado.

Marcola: Bora lá pra cima, pô. Tá muito melhor lá do que aqui. - levantei uma sobrancelha.

Ele pegou na mão da Serena e segui eles até o caminho do camarote. Subimos e pude observar melhor as mulheres e que todas estavam se esfregando no Paraguai. Ele parecia desconfortável, mas não tanto.

Serena: Meu Deus. - me olhou. - Que isso?

Marcola: Bem vinda a favela. - disse e riu.

Ela negou com a cabeça e o Marco nos guiou até uma área afastada onde tinha sofá e um bar mais próximo.

Nesse local tinha algumas mulheres, mas eram mais comportadas, pareciam ser esposas dos caras que estavam por ali.

- Aí, cadê o Paraguai? - um dos homens perguntou.

Marcola: Tá vindo ai, Th, relaxa. - falou calmo e se sentou em uma poltrona.

Serena sentou ao lado dele e eu fiquei em pé, apenas observando o Paraguai de longe.

Idiotice minha achar que esse cara havia sentindo alguma coisa por mim por conta do nosso beijo. Foi só um beijo para ele.

Para mim não tinha sido só isso. Foi mágico. Foi como se nossas bocas se conhecessem de outra vida, a ligação, a sintonia que existe entre nós gritou naquela noite. Mas isso, tinha sido só para mim.

Gabi: Eu vou pegar uma bebida. - falei no ouvido da Serena, que assentiu.

Sai de perto deles e me encostei no bar que ficava mais afastado. Pedi a bebida mais forte ao garçom e ele me deu. Virei tudo de uma vez e pedi outra dose.

- Ih, princesa, vai com calma. - escutei um cara falar.

Olhei para o lado e vi um menino que parecia ter uns 16 a 17 anos. Eu ri de lado e bebi a outra dose.

Gabi: Sua mãe deixou você sair de casa sozinho, criança? - ele sorriu.

- Sim, ela deixou. E eu não sou criança, sou pré adolescente. - falou irônico e eu gargalhei. - Rafael, mas pode me chamar de amor.

Gabi: Gabriela, me chama só de Gabi.

Rafael: Nenhum amor da minha vida? - neguei com a cabeça. - Tu é difícil. É nova por aqui? Nunca te vi.

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