Marcola 🌪️
Entrei na sala do Paraguai e ele me encarou sem entender. Levantei a sobrancelha ao ver o Júlio ali e arrumei minha postura.
Marcola: Decidiu voltar para o crime? - ele negou com a cabeça.
Júlio: Ainda não. - acenei de leve com a cabeça.
Paraguai: O que é isso na sua mão? - olhei para baixo e segurei com mais força a pasta.
Fechei a porta e me aproximei dele colocando tudo em cima da mesa.
Marcola: Aquele bagulho que tu me pediu pra investigar. Tá tudo aí, quando foi aberta, quem trabalha, quem é o dono, quem frequenta. - cocei a barba. - Sinceramente, eu não sabia que existia isso e nem em baixo do nosso nariz.
Rian pegou a pasta e abriu lentamente. Talvez ele estivesse com medo do que veria e sendo sincero, eu também estava com medo que poderia descobrir. O bagulho é pesado demais, quase ninguém sabia disso e tive que perguntar a todos que moram lá por perto.
Vi o Paraguai engolir o seco e o Júlio esticou o pescoço para tentar olhar.
Paraguai: O.. o que é isso, Marco? - me encarou.
Marcola: Eu sei... - engoli o seco. - Que é difícil acreditar, mas é isso que você está vendo. - limpei a garganta. - Aquela casinha suja é um prostíbulo.
Júlio: Mas isso já tava na cara. - assenti.
Marcola: O problema Júlio, é que a Larissa tá certa, as mulheres de lá não trabalham por prazer e sim porque são forçadas. - vi seus ombros ficaram tensos.
Júlio: Forçadas?
Marcola: É. O dono é um filho da puta sujo, o nome dele é Roberto, mais conhecido como Bebeto o chefe. Veio de SP, parece que fugia do PCC. - dei de ombros. - As mulheres que trabalham lá são as filhas dele.
Júlio: Puta que pariu.
Paraguai: Como é que a gente não sabia dessa porra? Isso deve tá a meses lá.
Marcola: Parece que ele subornou alguns vapores da área e também alguns vizinhos. O som não é alto, então não chama atenção de ninguém, fazem tudo as escondidas e também pelo barraco ser velho, ninguém ia desconfiar.
Paraguai: Que merda! - bateu na mesa.
Marcola: Tu sabe que o Tito tem que saber dessa porra, a gente querendo ou não. Tem um foragido do PCC aqui no morro, porra, isso vai dar merda se vierem atrás deles. E além disso, os caras que frequentam aquele lixão são tudo peixe grande.
Júlio: Como assim? - me encarou. - Por onde esses caras entram?
Paraguai: Tem uma mata lá perto, o cara deve ter aberto caminho. - assenti. - Filho da puta do caralho! Eu vou matar esse arrombado. - falou irritado.
Marcola: Pelo que soube, ele não tá por aqui. Parece que foi viajar e levou as garotas. - Rian suspirou fundo. - O melhor que podemos fazer é tocar fogo naquele barraco.
Júlio: Eu concordo. Colocar abaixo aquele poço de imundície. - Rian assentiu.
Paraguai: Tudo bem. - olhou a hora no relógio. - Amanhã, Marco, bem cedo eu quero uns 10 homens aqui e não quero nenhum que trabalhe naquela área. Junte alguns matérias pra gente destruir aquilo. Por hoje, não vamos fazer nada só aproveitar o dia.
Marcola: Deixa comigo!
Júlio: Posso ir com vocês? - Paraguai me olhou, depois olhou para o Júlio e assentiu. - Valeu.
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Sintonia
RomanceSerá que os opostos se atraem, ou apenas os dispostos se ligam? Gabriela é uma mulher que mora na Zona Sul do RJ, junto com sua amiga, Serena, vão para um baile apenas para se divertirem. Porém, mal elas sabiam que suas vidas iriam mudar a partir de...