Capítulo 24

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Marcola 🌪️

Caralho, uma semana! Uma semana sem ver a ruiva e eu tô como? Entrando em abstinência.

Puta que pariu, aquela mulher é pior que droga.

Passei a mão nos cabelos com força e o Paraguai me encarou com a sobrancelha levantada.

Paraguai: Desse jeito vai ficar careca. - murmurou e encarei ele sério.

Marcola: Você tá me fazendo ficar assim. - ele nem deu bola, virou a cara pra mim e olhou os papéis que estavam em sua frente. - Qual é, Paraguai. Já faz uma semana, os vermes nem invadiram o morro nem vieram atrás de nós.

Paraguai: Você tá parecendo uma iniciante. - bufei. - Não entende que assim que colocarmos o pé para fora daqui vão cair matando em cima de nós? - me encarou. - Esses caras querem nossas cabeças e você sabe o quanto somos valiosos para eles. Se liga, Marco. Pensa como um homem. Estamos a 15 anos nessa vida, sabe que não é de brincadeira, não vamos perder tudo isso por mulher.

Marcola: Essa mulher que você fala, é só o amor da minha vida. Eu tenho certeza que eu amo a Serena, porra.

Paraguai: Seu amor pode esperar. Sua vida vale mais. - franzi o cenho.

Marcola: Nunca te ouvi falando desse jeito. - me sentei na cadeira. - Não era você que tava afim da Gabriela? E que queria ver ela a todo momento também?

Paraguai: E ainda quero, mas existem coisas que não podemos deixar de lado. A principal delas é a nossa vida. - se levantou. - Não vou deixar você ir e morrer. Você é a minha única família, Marco e não quero te perder tão cedo. - engoli o seco e ele saiu da sala dele, me deixando sozinho.

Eu entendia esse medo do Paraguai. Ele sempre deixou claro que iria me proteger, por termos crescido juntos e sermos, praticamente, irmãos de alma.

Mas eu também queria viver, estar ao lado da Serena. Por quando tempo o BOPE iria ficar na nossa cola? Ninguém sabe e isso pode durar mais tempo do que possamos imaginar. Sei que o Rian tá fazendo o possível para ficarmos protegidos, mas jamais iremos saber quando isso irá acabar.

Sai da sala do Rian e depois sai da boca, sem cabeça para trabalhar. E além disso, os outros caras estavam dando conta de tudo muito melhor que eu nesses últimos tempos.

Como minha cabeça estava cheia e estava cansado, meti o pé para casa, sem me importar se ia levar esporro do Paraguai por não estar na boca trabalhando.

•••••••••••••••

Depois de um bom sono, me levantei e tomei um banho demorado. Vesti apenas uma bermuda e desci as escadas, ia entrando na cozinha e escutei uma batida da porta. Bufei e andei até lá para abrir.

Marcola: Qual foi? - levantei uma sobrancelha ao ver ele aqui.

Rafael: Sabe onde o Paraguai está? - perguntou e neguei com a cabeça. - Aí, mano, foi mal por agir estranho no dia em que você quis ver a minha mãe. Eu só não queria...

Marcola: Que eu tivesse ido. - negou.

Rafael: Que ela soubesse que tô nessa vida errada.

Marcola: De boa, moleque. Eu entendo você e seu medo. No seu lugar e na sua idade, estaria fazendo a mesma coisa. Mas tu tá ligado que não dá pra esconder pra sempre isso dela, né? Uma hora ou outra... ela vai saber. - ele suspirou.

Rafael: Eu sei, eu sei. - coçou a testa. - Já vi que tem uns vizinhos fofoqueiros tomando conta da minha vida. Tô pensando em como contar isso pra ela, quero que minha mãe saiba por mim, não por terceiros. - fiz um aceno com a cabeça.

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