Capítulo 43

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Marcola 🌪️

Marcola: Como é que é? - encarei bem o Paraguai, não acreditando em suas palavras.

Paraguai: É isso mesmo que ouviu. - eu ri não acreditando.

Marcola: Você ficou maluco? Pirou em querer soltar esse cara, porra, um inimigo. - encarei ele. - O cara entrou na tua casa, ameaçou tua família e depois de bater boca com ele, ficou com peninha? Ah, Rian, faça-me um favor! Porra, deixa de ser coração mole. Que é? Vai dizer que agora acredita em bicho papão?

Paraguai: Para de graça, Marco. - falou entre os dentes e levantei uma sobrancelha. - Deixa de ser assim.

Marcola: Assim como? Verdadeiro? - negou com a cabeça. - Ah, para, Rian.

Paraguai: Deixar de ser idiota e entenda os lados. O cara tem a versão dele, temos que ouvir também. - cruzei os braços.

Marcola: Que lado, porra? Quer dizer que agora esses arrombados tem um lado? Ah, tá bom, então vamos lá entender o lado dos nossos inimigos, quem sabe não pedimos desculpas a eles e olha só, acabou a guerra. - sorri com deboche. - Você que tem que parar de ser um palhaço, um idiota e abrir os olhos pra realidade. Enxerga, Rian, esse cara tá mentindo e nem preciso ouvir a versão dele pra saber disso.

Paraguai: Ele veio aqui para se livrar do Hernando. - revirei os olhos e passei a mão no rosto. - Eu vi isso nos olhos dele.

Marcola: Você tá doente! Só pode, porra. Dar razão a um cara que apontou uma arma pra tua mulher?

Paraguai: Não tô dando razão a ele...

Marcola: Ah, não? Tá só o que? Defendendo a honra dele? - revirou os olhos. - Acorda pra vida, se você soltar ele, com certeza vai te apunhalar pelas costas e pode ter certeza que estarei aqui pra dizer que foi bem feito. - suspirou fundo. - É um inimigo, Rian.

Paraguai: Ele é seu cunhado. - relaxei os ombros.

Marcola: Estou pouco me fodendo para isso. - me encarou. - Por mim, esse cara já tava debaixo da terra. E se sua preocupação for essa, que ele é irmão da Serena, pode ficar tranquilo. Minha mulher sabe como funciona o sistema do morro e tá ciente que o destino final dele é a morte, assim como o de todos nós. Conversei isso com ela ontem. - engoliu o seco e me aproximei dele. - Eu não quero esse homem solto. Minha família corre perigo.

Paraguai: Ele não vai machucar ninguém.

Marcola: Você garante? - não deu uma resposta. - Se você quiser pagar de bom moço e soltar ele, que faça, você é o chefe é quem manda nessa porra. Mas eu, Marco Antônio, não fico mais aqui no mesmo ambiente que esse filho da puta. É ele ou eu.

Paraguai: Ai tu me fode, Marco. - coçou a sobrancelha. - Não posso deixar ele ir pra longe, porque corre o risco de voltar. - eu ri.

Marcola: Simples, mate. - negou com a cabeça. - Então se fode, Rian. - me afastei dele. - Já dei meu papo e não abro mão. Ou tu mata esse arrombado ou tu nunca mais de ver. - abri a porta da sala dele e sai.

Esse caralho do Matteo só podia ter feito lavagem cerebral no Rian. Porra, não era possível que tinha escutado aquilo, que o Rian ia deixar um inimigo solto e ainda por cima conviver com a nossa família.

Eu sei que ele é meu cunhado, carrega o mesmo sobrenome que meu filho, mas estou me fodendo, sinceramente. Se ele fosse mesmo do bem e se quisesse realmente se livrar do Hernando, teria matado ele, isso sim.

Não iria admitir que um cara desses ficasse perto da minha mulher e dos meus filhos, mesmo ele tendo crescido com a Serena. Não confiava, não tinha como confiar depois que ele apontou uma arma para a Gabriela. Não dava.

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