Sintonia

Capítulo 31

Paraguai 🍁

Estacionei meu carro em frente a minha casa e respirei aliviado. A favela transpirava um ar de paz, algo que, nos últimos dias, estava impossível.

O clima aqui estava pesado, mas hoje não. Hoje estava tudo em paz e sereno, como sempre tinha que ser.

Gabriela desceu do carro e a olhei. Ela observava a casa com um olhar que não consegui decifrar.

A partir do momento em que a Gabriela falou que não tinha problema algum em eu ter feito o que fiz, fiquei mais aliviado. Não dormi na noite pensando nela.

Porque apesar de saber que não teria outra opção, ele era parente dela. Não queria perder a Gabriela por causa disso e meu medo aumentou com a probabilidade de isso acontecer.

Ela é alguém importante para mim. Aos poucos fomos nos aproximando e com isso, fiquei maluco por ela. Nosso santo bateu, nossa conexão se encaixou certo, tudo certo.

Ela é a mulher com quem quero passar o resto da minha vida! Tenho certeza disso e fui idiota em pensar que ela estaria contra mim, sendo que foi uma das que mais me deu apoio. Essa mulher merece tudo de melhor que tenho a oferecer e se depender de mim, ela terá.

Rodeei o carro e abracei ela por trás. Beijei seu pescoço e vi ela sorrir.

Paraguai: Tá pensando em que? - perguntei e ela suspirou.

Gabriela: Que aqui, nessa casa, nesse morro, vai ser o meu recomeço...

Paraguai: Nosso recomeço. - corrigi ela.

Gabi sorriu e apertou minha mão.

Gabriela: Nosso recomeço. - falou. - Tenho a sensação de que vamos ser felizes aqui, que vamos construir algo bom. Serena e Marco também, tenho certeza que eles viverão algo bom aqui, Larissa e Júlio e nós. - se virou para mim. - Você tem certeza que é isso que quer? - franziu o cenho.

Paraguai: Como assim? É claro que tenho. - ela sorriu de lado. - Porque achou que eu não queria? - deu de ombros.

Gabriela: Não sei. Só que é um passo enorme nas nossas vidas, uma mudança grande. - assenti.

Paraguai: Estou pronto pra isso. - sorri sem mostrar os dentes.

E estava. Tudo que eu mais queria era começar logo uma vida a dois com a Gabriela. Fazer isso dar certo mesmo, sem se importar com a opinião de outros.

Gabriela me beijou e retribuiu o beijo. Logo nos separamos ou escutar alguém um barulho. Olhei para o lado e encarei o Rafael.

Paraguai: Que foi? - ele negou com a cabeça.

Rafael: Nada, pô. Só vim ver se era verdade mesmo, que agora temos uma patroa. - Gabi sorriu sem graça. Ele se aproximou e abraçou ela. - Bem-vinda, Gabi.

Gabriela: Obrigada, Rafael. - beijou a bochecha dele. - Como está sua mãe?

Rafael: Indo, né. O tratamento tá progredindo e ela já tá finalizando as quimioterapias. - falou feliz.

Gabriela: Isso é ótimo! - ele assentiu.

Paraguai: Ah, moleque, vem aqui mais tarde, tem alguém que você precisa conhecer. - franziu o cenho. - Vou fazer uma resenha, de boas vindas bem íntima, só os que considero.

Rafael: Claro. Mas quem é? É mulher? - perguntou interessado e revirei os olhos. - Alguma outra amiga das meninas?

Paraguai: Não, porra. É um amigo, um irmão na verdade, meu e do Marcola. - ele assentiu fazendo uma cara de decepção. - Traz tua mina.